Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o número de registros de roubos de carga cresceu cerca de 5,5% em 2012, alcançando o número de 7.342 incidências no Estado. O resultado interrompe uma queda gradual que estava sendo acompanhada desde 2009, quando o número de roubos registrou 7.776 ocorrências, passando para 7.294 em 2010 e 6.958, em 2011.
Para João Palhuca, vice-presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado de São Paulo (Sevesp), esse crescimento é reflexo da falta de investimento das empresas em dispositivos e recursos que possam impedir ou inibir a tentativa de roubo.
No entanto, observando esses números e somando a eles o avanço da tecnologia de rastreamento de carga e o baixo crescimento da economia em 2012, não é difícil concluir que o crime organizado de roubo de carga tem evoluído tão rápido quando o aparecimento de novas tecnologias ou soluções para combatê-lo. O que nos leva a crer que o surgimento e a adoção isolada de novas tecnologias ou estratégias parece já não surtir efeito em longo prazo.
A solução poderia estar na adoção conjunta, entre transportadoras e governos (federal e estaduais), de um sistema de rastreamento que possa interligar todas as estradas do País às secretarias de segurança e às empresas de transporte, gerando um mapa em tempo real de todas as cargas em movimento, como atualmente ocorre com o sistema de rastreamento de aeronaves. Dessa forma, o atendimento a uma ocorrência poderia ser mais preciso e eficiente.
Sei que há projetos do governo federal ainda não divulgados (ou não claramente) para a instalação do sistema de rastreamento por radiofrequência (RFID), no qual as etiquetas eletrônicas podem ser inseridas em áreas estratégicas de produtos, embalagens ou veículos. Algumas empresas, inclusive, já utilizam essa tecnologia isoladamente, mas, muitas vezes, não conseguem ampliar para todos os itens transportados em razão do custo da tecnologia.
Por esse motivo, é importante que a tecnologia esteja inserida no Plano Nacional de Logística não só como item de identificação de carga, mas como ferramenta de segurança. É necessário também que se crie mais incentivo para a produção e a livre concorrência de fabricantes de etiquetas eletrônicas, com o intuito de reduzir o preço final e facilitar o acesso à tecnologia.
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