sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Brasil (des)acelerado?


Que estamos vivendo uma das melhores fases que o Brasil atravessou ninguém tem dúvida. Talvez seja essa a melhor fase no aspecto econômico. Mas, fica a pergunta: Será duradoura e consistente? Já que a palavra hoje é “sustentabilidade”, nosso crescimento é sustentável?

A fase da empolgação vem passando e começamos a ver o que há por trás desse vidro embaçado que as relações econômicas revelam. Brasileiros que embarcaram nesse cruzeiro do consumismo hoje se vêem endividados e começam a fazer diferença no freio de muitos mercados, principalmente o dos eletrodomésticos e automóveis.

De acordo com últimas pesquisas, um terço dos brasileiros economicamente ativos está endividado – os cartões de crédito ficam com 70% dessa inadimplência – e os mercados sentem uma desaceleração já vista com certo incômodo, pois a classe C, que domina esse terço, é responsável com suas dívidas apesar de inexperientes, isso os leva a comprometer seus proventos em prol da solução desses problemas e se fecham ao consumo de momento ocasionando uma perigosa retração.

Contudo, o Brasil hoje é mais responsável, mas há caminhos inevitáveis que temos que atravessar. E aí, pode-se perceber um pouco de irresponsabilidade pelo individualismo de alguns mercados. As montadoras de veículos, por exemplo, não se preocupam em “inundar” o País com uma demanda jamais vista. Pressionam o Governo para obter melhores condições para movimentar seus estoques e, indagados sobre como comportar tantos veículos em vias tão pequenas e precárias indicam que isso é problema do Governo. O mesmo vem acontecendo com as operadoras de celulares que abarrotam suas precárias condições com um número de linhas muito além de suas possibilidades e deixam os consumidores sem escolhas, apenas com a alternativa de procurar seus direitos junto aos órgãos responsáveis – e não dá para resolver por telefone…

Pode estar aqui um dos maiores motivos para temermos a “ressaca” dessa fase: Para mais carros, melhores vias; para mais turistas, melhores aeroportos; para mais competitividade, melhores qualificações. Sabemos que essa organização e planejamento não fazem parte da estrutura do poder público. O remédio que alivia a dor não é o mesmo que cura a doença.

Longe, longe do pessimismo, mas o excesso de otimismo prejudica uma visão clarificada necessária para a responsabilidade de evitar crises demoradas e danosas à nossa continuidade em direção ao crescimento. Os mercados não esperam enquanto vivemos a fase da comemoração. A criação de emprego com carteira assinada recuou 26% no primeiro semestre de 2012 na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo informações divulgadas pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). O mês de junho teve o pior resultado desde 2009.

Acompanhamos as últimas notícias sobre nossas perspectivas de crescimento, agora em 3%, bem diferentes das primeiras projeções. Porém, nada ruim se continuarmos caminhando para uma estabilidade. A questão é que não estamos tão estáveis como se noticia. O dólar já mostrou que continua necessitando de um olho bem aberto por parte do Governo para que não haja a disparidade na balança comercial enfraquecida nos primeiros apontamentos desse ano em relação aos índices passados.

O perigo inerente a qualquer competição é que seu concorrente busca melhor preparação para lhe enfrentar. É aqui o “calcanhar-de-aquiles” do Brasil: Uma estrutura deficiente para qualificar, e não por falta de ótimas instituições, mas ainda pela questão do acesso, do interesse e do estímulo. Ainda se deixa o “leme” totalmente nas mãos do Governo. Ainda se vê a política como solucionadora e não como facilitadora.

Na onda da sustentabilidade, diria que o Brasil ainda a vê de longe, assim como os demais países que a buscam. Ela é como a água e a indústria é como o óleo. Verdade seja dita, nenhum país deixará de produzir em prol da natureza. A sustentabilidade de que tanto se fala é a econômica. Mas o Brasil tem tudo para ser um diferencial e captar ainda mais investimentos. Somos uma enorme sala de aula nesse aspecto. O difícil é ir na contra-mão das propostas de outrem.

Não há como negar o desenvolvimento do Brasil nos últimos anos, mas está chegando a hora de sabermos se esse desenvolvimento nos mudou para melhor e, não apenas, de classe social. Agora podemos comprar muito do que queríamos no passado, mas estamos preparados para enfrentar o futuro? Se a economia mudou e as pessoas continuam sem planejar suas vidas, ela se torna inconsistente. Se a mudança chegou e as pessoas não se prepararam, logo se torna uma desvantagem.

A velocidade da economia tem que ser a mesma do planejar e do realizar. Não só para o Brasil como para os brasileiros: Estamos nos planejando melhor?

Fonte: http://www.logisticadescomplicada.com/brasil-desacelerado/

Não seja um profissional planta!


Existe uma plantinha na natureza, da qual não me lembro o nome, que quando é tocada se fecha completamente, provavelmente buscando se proteger do estranho que invade seu espaço. Tais plantinhas ficam ali, paradas, inertes, imóveis. À não ser que recebam algum estímulo, continuam rigorosamente paradas.
Assim são as plantas, assim são alguns profissionais. Você contrata o indivíduo, descreve para ele o papel que deve desempenhar, mas por motivos variados o sujeito insiste em se comportar como uma planta sensitiva. Se você abordar, se mexe, o mínimo possível. Agora, se você não abordar, não pedir, não solicitar, não cobrar, fica ali, como a plantinha satisfeita por não ser incomodada.
Algumas vezes ainda, se  for questionado sobre o motivo que não ter tomado alguma atitude, responde: __ Mas você não me pediu! __.
É de impressionar a falta de imaginação (ou a preguiça) de algumas pessoas que ocupam os quadros das empresas hoje, sejam elas grandes ou pequenas. São pessoas exclusivamente reativas.
Falo de verdade, se você passar o dia sem solicitar algo, ficam o dia todo ali, ou paradas ou fuçando alguma coisa pessoal.  São incapazes de propor, sugerir, iniciar, enfim, surpreender a empresa com algo que, embora não tenha sido requisitado, pode ser muito útil.
Eu me lembro do caso de um jovem que trabalhava no suporte a usuários de TI. Cheguei até ele um dia, expus que meu telefone havia tido um problema com a conta de email, e entreguei o aparelho para que pudesse ser configurado. No entanto, 10 minutos depois precisei sair para uma reunião, e peguei o aparelho de volta, dizendo que depois o entregaria para ele arrumar.
Então resolvi fazer o seguinte teste: Não vou levar o aparelho até ele, e veremos se ELE irá me procurar para resolver o problema. Não que seja uma obrigação dele, afinal, eu disse que levaria de volta, mas será que esta pessoa sairia do “lugar comum” de dezenas de profissionais reativos e viria até mim espontaneamente tentar solucionar meu problema?
Pois depois disso já cruzei com o “Mr. Planta” mais de 15 vezes, até almoçamos juntos. Não seria possível ele ter esquecido do problema, pois 3 dias antes, quando levei o aparelho, ele sabia que era sério, eu gerenciava um projeto importante e precisava receber emails quase em tempo real. No entanto, por uma razão que minha inteligência não é capaz de compreender, ele jamais se manifestou proativamente para resolver meu problema. (E ganhar milhares de pontos comigo!!).
No quarto dia, como eu precisava do serviço, fui lá, entreguei o celular, e em meia hora estava resolvido. Tecnicamente o rapaz é bom, comportamentalmente, não é que seja ruim, ele é apenas “suficiente”. E gente suficiente apenas fica ali, não cresce!  É bem provável que vá passar a vida toda como assistente; e reclamando de nunca conseguir uma promoção.
Pois então fica minha sugestão, especialmente se você ainda está em níveis de assistência ou suporte. Não faça sua obrigação, não faça o que te pedem, faça além. Procure observar as pessoas que buscam sua ajuda e superar as expectativas dela. Não seja como uma planta sensitiva que somente reage, suficientemente, ao estímulo que recebe. Gente mediana ficará na média, morrerá na média.
Você às vezes não perceberá, mas toda vez que tomar a decisão de ir além da simples resposta a um problema e surpreender aquele que requisitou sua ajuda, esta pessoa, mais cedo ou mais tarde, falará de você. E quando ela encontrar outra pessoa que teve a mesma percepção, as duas concordarão que você é realmente muito mais do que um simples resolvedor de problemas; você é um criador de soluções. E é aí meu amigo que você começa a fazer sua lenda pessoal.
Não se acomode, não responda apenas, faça mais do que o mínimo e verá as portas se abrirem para você enquanto os “plantas” ficarão ali, dia após dia, ano após anos, sem sequer imaginar o motivo de não crescerem.
Sucesso!

Burocracia impede aumento do transporte por cabotagem, mostra estudo


RIO - A burocracia para o transporte de carga por cabotagem nos portos do país é semelhante à aplicada nas operações de exportações e importações e mais complexa do que a existente no transporte rodoviário. A afirmação foi feita pelo diretor do Instituto ILOS, João Guilherme Araújo. De acordo com ele, há demanda crescente pela utilização dessa modalidade de transporte, mas o governo federal precisa resolver alguns entraves.

“O modal [transporte por cabotagem] é subutilizado”, disse Araújo, após apresentar pesquisa do Instituto ILOS sobre o assunto durante o XVIII Fórum Internacional de Logística, no Rio de Janeiro. “Nós estamos presos a questões de infraestrutura e de burocracia”.

Araújo citou o excesso de documentos necessários como um dos principais entraves burocráticos, assim como falhas na integração da cabotagem com as rodovias, como a necessidade de fornecer as placas dos veículos com antecedência para obter permissão de retirar as cargas nos portos.

Das 100 empresas que participaram do estudo, 68% responderam que planejam aumentar a carga transportada nos próximos dois anos. Desse percentual, o crescimento médio apontado foi de 36%. Já as empresas que preveem reduzir a quantidade de carga transportada por cabotagem somaram 9%, com expectativa média de diminuição em 62%.

Os setores mais interessados em ampliar a participação na cabotagem são higiene, limpeza, cosméticos e farmacêuticos, automotivo e autopeças, químico e petroquímico e alimentos e bebidas. Em contrapartida, dois terços das empresas de tecnologia e computação disseram que planejam reduzir o volume transportado.

O estudo pondera, no entanto, que apenas 9,6% da carga no Brasil é movimentada por cabotagem. O percentual é muito inferior ao registrado na União Europeia (37%) e na China (48%). Araújo vê com bons olhos o pacote de logística anunciado pelo governo na semana passada e afirmou que o mercado está ansioso para saber o que será divulgado no setor de portos.

“O governo entendeu que ele regula e planeja e o setor privado executa”, disse Araújo. No entanto, o diretor do Instituto ILOS destacou que os investimentos em infraestrutura vão demorar ainda de cinco a seis anos para trazerem resultados positivos, enquanto a redução da burocracia traria resultados mais imediatos.

A movimentação por cabotagem cresceu cerca de 4% ao ano nos últimos oito anos, passando de 148 milhões de toneladas transportadas em 2004 para 193 milhões de toneladas em 2011.

Araújo destacou que a rota Manaus-Santos-Manaus é a que tem o maior potencial de crescimento do volume de carga transportada. O porto de Santos, em São Paulo, é visto como o principal ponto de saída de carga por cabotagem, seguido de Paranaguá, no Paraná, e Manaus, no Amazonas. Já para receber carga, os portos de Manaus e Suape, em Pernambuco, são os portos com maior potencial, seguidos por Santos.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Que tal um ‘Plano Nacional de Logística Lean’?


O governo criou o Plano Nacional de logística Integrada (PNLI), mas apenas investir em recursos de infraestrutura não garante uma logística eficiente
A presidente Dilma anunciou na semana passada um pacote de concessões de rodovias e ferrovias com investimento de R$ 133 bilhões ao longo de 30 anos que prevê duplicar 7.500 quilômetros de rodovias e construir 10 mil quilômetros de ferrovias.
A ação foi chamada pelo governo de “Plano Nacional de Logística: Rodovias e Ferrovias”. Dada a fragilidade da infraestrutura logística do país, parece inquestionável a sua relevância.
Porém, apenas investir recursos em infraestrutura não garante uma logística eficiente. A logística que funciona depende muito mais da forma com que ela se operacionaliza do que dos investimentos e de grandes estruturas criadas.
A infraestrutura já existente no Brasil é muito mal utilizada, tanto por governos como por empresas, num sistema tradicional logístico pouco eficiente e caro. Caminhões parados, caminhões vazios, investimentos em sistema de TI que funcionam mal, atrasos nas entregas, elevados estoques para garantir um mínimo de capacidade operacional são alguns dos indícios de que os sistemas tradicionais de logística estão superados.
Poderemos ter ganhos significativos com mudanças radicais nos métodos e técnicas logísticos inspirados na filosofia lean, sem requerer significativos investimentos. Muitas das montadoras de veículos já operam nesse sistema ou estão trabalhando nessa direção.

A premissa básica da logística lean é reconhecer que as atividades de movimentação, transporte e espera de produtos são sempre “desperdícios”. Ou seja, elas não agregam valor concreto ao produto oferecido. E, por isso, precisam ser evitadas, eliminadas ou reduzidas ao máximo.
conceito de “entregas frequentes” em “pequenos lotes”, de acordo com as necessidades exatas e imediatas dos clientes, através de veículos de “tamanho certo” e programadas para ocorrer sempre direto no ponto de uso do produto, sem intermediários, simplificam a logística, reduzem os estoques e melhoram o nível das entregas. Dessa forma, “sistemas puxados” substituem “sistemas empurrados”.
A logística lean requer operações estáveis e padronizadas. E seguir o mais próximo possível o ritmo da demanda real. Ou seja, nunca se transportar nada a mais do que o estritamente necessário. A logística lean procura entregar somente o que será consumido e na hora que for consumido.
E, ainda, a logística lean também deve funcionar sob um sistema que estimule a exposição e resolução de problemas, para que se faça, cotidianamente, o kaizen (melhorias) em todos os processos e atividades.
Apenas com isso, há uma série de ganhos, como, por exemplo, na diminuição de estoques das empresas, eliminando-se assim boa parte dos custos embutidos na armazenagem e na movimentação de materiais. Ou na eliminação de “intermediários”, que muitas vezes só agregam custos e poucos valores reais no processo.
Dessa forma, almoxarifados custosos desaparecem ou se transformam em cross-docks, locais de armazenamento rápido apenas utilizados para a transferência de produtos.
Há uma redução significativa dos custos totais de logística, de 20% a 40%, além de reduções de estoques, melhorias nos níveis de entrega, liberação de capacidade logística (caminhões, empilhadeiras, espaço físico etc.), entre outros benefícios.
O sistema de logística lean procura ser como um rio que flui suavemente. Com isso, ganham as empresas e seus clientes, que passam a ter menores custos, maior competitividade e mais qualidade.
É evidente que as atuais ineficiências da estrutura da logística nacional causam altos custos, além da baixa produtividade e perdas de competitividade para a sociedade e para as empresas. E dificultam o crescimento da economia. Essa estrutura efetivamente precisa ser melhorada.
Mas, como o Governo Federal acaba de fazer, a solução tradicional é sempre a mesma: aumentar os níveis de investimentos. E apenas isso.
Podemos ir além da obviedade e pensar diferente. Ou seja, pensar “lean” na logística. Se olharmos para esses problemas sob uma nova ótica, podemos vislumbrar soluções mais simples e eficientes, de resultados quase imediatos.
Disponibilizar mais recursos aparece sempre como a solução para nossos problemas. Mas precisamos pensar na melhor utilização possível dos recursos existentes. Por tudo isso, junto a um “Plano Nacional de Logística” seria vital um “Plano Nacional de Logística Lean”. Os cofres públicos agradeceriam.
Por José Roberto Ferro, presidente e fundados do Lean Institute Brasil. Fonte: Época Negócios

Conhecimento – Tres “As” muito importantes


Uma das maiores preocupações que as empresas do mundo globalizado atual enfrentam é a falta de pessoal qualificado.
Este fato foi comprovado por duas pesquisas relatadas na revista Melhor – Gestão de Pessoas. O estudo do Fórum Econômico Mundial em parceria com a consultoria Deloitte mostrou que 10 milhões de empregos industriais não tiveram suas vagas preenchidas devido à falta de competências profissionais. Já, o estudo realizado pela PwC em 60 países e com 1,3 mil CEOs mostrou que um quarto foram incapazes de perseguir uma oportunidade de mercado ou tiveram que cancelar ou adiar uma iniciativa por causa da ausência de talentos para ocupar cargos estratégicos.
A falta de pessoas qualificadas é um fato que ocorre não apenas no Brasil, mas também em outros países. Sem sombra de dúvida, a deficiência na formação básica é uma grande vilã para a contratação de pessoas.
Para desenvolver competências, sejam elas quais forem, as pessoas necessitam aprender continuamente. Não basta apenas aprender com a formação básica (do ensino fundamental ao universitário), mas seguir esta trilha pelo resto da vida. Há quem afirme que a Vida é uma escola, ou seja, seguimos aprendendo desde o nascimento até o dia que a deixamos.
Portanto, já que seguimos aprendendo, o aprendizado passa a ser responsabilidade de cada um. Se você quiser se tornar um profissional competente e reconhecido, nunca pare de aprender e desenvolver novas competências.
Por outro lado, as empresas também estão investindo no aprendizado de seus colaboradores utilizando as mais diversas formas, tais como: universidades corporativas, cursos, seminários, workshops, e novas metodologias e ferramentas como action learning, social learning, storytelling e programação neurolinguística.
Enfim, uma grande soma de investimentos tem sido aplicada pelas empresas para que seus colaboradores sejam melhor preparados para atender às demandas que a competitividade do mercado global tem exigido.
Além disso, o fato de as empresas oferecerem mais conhecimento aos colaboradores, acaba sendo uma estratégia para sua atração e retenção.
De uma forma geral, a educação do mundo corporativo global é como uma moeda. Uma face é representada pelas pessoas e a outra, representada pelas empresas. E, se somarmos estes dois aspectos, veremos que existem três As que são muito importantes.
A de APRENDER
Fredy Kofman, em seu livro Metamanagement, ensina como se dá o aprendizado de uma pessoa, desde o não saber até o estado de mestre.
Para isso ele se utiliza da figura abaixo e cujos estágios caminham pelos diferentes quadrantes em sentido anti-horário.
No quadrante superior esquerdo está o CEGO, aquele que, além de não saber, sequer sabe que não sabe. É incapaz de realizar determinadas tarefas. É incompetente e inconsciente. Geralmente frustra e exaspera todos aqueles que precisam lidar com ele.
Ao se tornar consciente, o cego se torna um IGNORANTE, isto é, enquanto o primeiro não sabe que sabe, o segundo tem a consciência de sua incompetência. É por isso que o IGNORANTE pode tomar três caminhos:
a – transformar-se em um ausente e ignorar (abandonar) seu campo de ação. Consciente de sua incompetência contratará uma pessoa para a realização da tarefa e irá se manter à margem dela. O ausente não gera competência mas evita a persistência de erros:
b – transformar-se em um cretino, isto é, ele se mantem no campo de ação, sabendo que não sabe, mas fingindo saber. Consciente de sua própria incapacidade insiste em não pedir ajuda a um expert: ou,
c – transformar-se em um PRINCIPIANTE, ou seja, comprometer-se com o aprendizado e com o aumento da efetividade. Está sempre disposto a aprender, o que gera compromisso de sua parte. O PRINCIPIANTE identifica seu campo de ação e admite, sem sentir vergonha, que não consegue ser efetivo na realização da tarefa.
Ao PRINCIPIANTE é necessário que se cumpram quatro passos os quais, se não cumpridos, não caracterizará a pessoa como tal, mas um cretino que aparenta sê-lo. São eles:
 – assumir a responsabilidade de aumentar sua competência;
 – reconhecer-se como PRINCIPIANTE e permitir-se cometer erros;
 – buscar ajuda de um mestre ou coach e dar-lhe permissão e autoridade para ajuda-lo; e,
 – dedicar o tempo e os recursos necessários para praticar diligentemente o que está sendo aprendido, sempre sob a supervisão do mestre ou coach e em um espaço adequado para tal.
A partir daí, com seu aprendizado contínuo, o PRINCIPIANTE torna-se um EXPERT, isto é, tornar-se conscientemente competente, hábil, sabendo o que tem que ser feito e, com suas experiências, realizar aquilo que ele estima ser o melhor naquele momento. Ele alcança o quadrante superior direito do gráfico.
Mas isto é tudo?
Não, claro que não. O EXPERT poderá se tornar um incompetente especializado, aquele que, tendo alcançado a competência, ignora as mudanças que ocorrem no seu campo de ação. Não altera seu modo de agir, fica “parado no tempo” e acaba por se tornar uma pessoa ineficaz. O EXPERT, se não tiver consciência das limitações de suas habilidades, logo, logo, torna-se obsoleto.
Então qual seria o próximo passo?
Tornar-se um MESTRE, a última etapa do aprendizado. É a fase onde se alcança uma idoneidade tal que lhe permite estabelecer novos padrões de excelência na realização de tarefas.
E qual o segredo?
Manter sempre o espírito de PRINCIPIANTE, aberto e atento a novas possibilidades criativas que escapam ao EXPERT na sua competência inconsciente. É ter sempre vontade de aprender. O MESTRE é um eterno aprendiz do conhecimento. É aquele que mantem a postura do filósofo Sócrates (469 – 399 a.C.), que afirmava: “quanto mais eu sei, mais eu sei que nada sei”.
Este é, em poucas palavras, o roteiro que nos faz compreender porque algumas pessoas são mais competentes do que outras e porque somente umas poucas podem ser chamadas de MESTRE.
A de APLICAR
O segundo A refere-se à aplicação do conhecimento.
Particularmente, gosto muito da frase: “saber e não fazer é o mesmo que não saber”.
De nada adianta o investimento de tempo e dinheiro na aquisição do conhecimento, se aquilo que se aprendeu não for transformado em ações que gerem resultados, para si ou para a empresa.
Quanto mais o seu conhecimento e suas habilidades se transformarem em atitudes (CHA- sei fazer, posso fazer, quero fazer), mais você gerará valor (para si e para a empresa) e maiores serão as recompensas, como uma promoção, melhoria de ganhos, bônus extras, etc.
Além disso, isto vai deixar os clientes satisfeitos, vai mantê-los fiéis e atrairá novos clientes, o que se traduz por um aumento dos lucros e pelo reconhecimento dos serviços prestados.
Para mais, isto acaba definindo um caminho que é bom para ambos, pois cria uma postura de compartilhamento onde as duas partes crescem, se desenvolvem e ganham.
Pessoas e empresas do mundo globalizado constituem um conjunto interativo e devem caminhar em velocidades semelhantes na direção de cenários mais produtivos, modernos e competitivos, como afirma Simon Franco.
Philip Kotler afirma que existem quatro tipos de empresas. Mas como as empresas são constituídas por pessoas, em realidade existem quatro tipos de pessoas:
a) as que fazem as coisas acontecerem;
b) as que observam as coisas acontecerem e reagem;
c) as que observam as coisas acontecerem e não reagem; e,
d) as  que nem percebem que algo está acontecendo.
Como o mundo do trabalho exige, cada vez mais, pessoas preparadas e que se enquadrem na primeira alternativa, é óbvio que, bem preparado e pronto para demonstrar este preparo (vindo do aprendizado contínuo), esta pessoa irá se sobressair.
Nunca deve ser esquecido que, como profissional, cada pessoa compete contra outras tantas e que se não conseguir fazer mais que as outras, ela será apenas igual a elas.
Portanto, aprenda continuamente e aplique sempre o que aprendeu. Sem dúvida, o seu sucesso e o sucesso da empresa dependem disso.
A de AVALIAR
Resta, agora, fazer a avaliação final para saber se o investimento de tempo e dinheiro trouxe resultados, seja para si, seja para a empresa.
Existem dois modelos mais comumente empregados para esta avaliação: o modelo hierárquico de Kirkpatrick e o Decision-based evaluation (DBE) de Kraiger.
Não cabe, no escopo deste texto, discutir qual é melhor ou pior, mas considerar que, para a medição de resultados, esta pode apresentar aspectos qualitativos ou quantitativos, como mostrado abaixo:
Aspectos quantitativos: pesquisa de clima organizacional, avaliação 360º, relatório de resultados, avaliação de reação numérica, avaliação de aprendizagem (teste), retorno sobre o investimento do programa, turnover, absenteísmo, pesquisa de satisfação do cliente.
Aspectos qualitativos: questionários, entrevistas, relato de histórias de sucesso, aplicação de planos de ação, observação, pesquisa (perguntas dissertativas), avaliação de reação (perguntas dissertativas), avaliação de aprendizagem (perguntas dissertativas), diálogo em grupo (presencial ou on line), aplicação do conteúdo em um projeto real.
O mais importante é que, após a aplicação dos três As, todos ganham, ou seja, o benefício alcançado tem que ser bom para você (se você for autônomo), para a empresa ou ambos.
Sem dúvida, isto aumenta a motivação, o bem-estar, o comprometimento e, por consequência, a qualidade de vida.

Condomínio logístico mantém concentração na Região Sudeste


A área disponível em condomínios logísticos cresce a passos largos no País, mas com forte concentração na Região Sudeste, mostra pesquisa do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) A área disponível em condomínios logísticos cresce a passos largos no País, mas com forte concentração na Região Sudeste, mostra pesquisa do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). 

Segundo o estudo comandado por Paulo Fleury, diretor do Ilos, a área desses condomínios cresceu 30% ao ano entre 2009 e 2011, saltando de 3,4 milhões de metros quadrados para 5,7 milhões. 

A previsão é chegar a 17 milhões de metros quadrados em 2016. Apesar do crescimento, a concentração regional é enorme. O sudeste, com destaque para São Paulo, ficou com 4,782 milhões de metros quadrados em 2011, ou 83,9%. Para Fleury, a demanda por condomínios logísticos é forte e a expansão da oferta, apesar de acelerada, não dá conta. Embora o crescimento da área de condomínios na Região Nordeste tenha sido a mais acelerada de 2011 para o primeiro trimestre deste ano – 39% ao trimestre, em média -, sem política de planejamento do governo, a tendência é a expansão manter a concentração.

“O governo nem sabe desse crescimento e acha que isso não é logística”, criticou Fleury, em palestra no XVIII Fórum Internacional de Logística, promovido pelo Ilos e que vai até quarta-feira, no Rio de Janeiro. 

A ausência dos condomínios no pacote de concessões seria sinal desse descaso. Na avaliação do especialista, o governo poderia associar ao plano de concessões de rodovias e ferrovias uma política de incentivo aos condomínios logísticos. 

A difusão desse modelo de operação, em substituição aos antigos armazéns, começou no País há cerca de 15 anos, mas ainda está em curso. 

A falta de estrutura de armazenagem é um dos gargalos logísticos do País, resultando na elevação de custos. Vantagens fiscais e financiamentos subsidiados poderiam incentivar a instalação de condomínios de acordo com a expansão das malhas rodoviária e ferroviária. 

Fora isso, os condomínios logísticos poderiam ser uma solução ao problema da falta de estrutura para o transporte adequar-se à lei que recentemente regulamentou a atividade dos motoristas de caminhão – obrigando-os a, por exemplo, parar a cada quatro horas para descanso- e gerou protestos de caminhoneiros autônomos. 

Do lado do mercado privado, o crescimento mais veloz da demanda frente a oferta de infraestrutura eleva os preços, segundo o estudo do Ilos. 

O valor médio do aluguel em condomínio logístico ficou em R$ 19,30 ao mês por metro quadrado no primeiro trimestre do ano, contra R$ 16,60 no fim de 2009. 

Os valores mais caros estão onde a demanda é maior: em São Paulo e Rio o valor pode chegar a R$ 30,00. Em termos mundiais, o aluguel médio de R$ 23,58 ao mês pelo metro quadrado de São Paulo fica em quarto lugar numa lista encabeçada pelos condomínios logísticos de Tóquio, com R$ 36,83. Nada indica, no entanto, que essa trajetória se reverterá.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Paralimpíadas de Londres 2012 começam nesta quarta com quebra de recordes


De volta às origens do nascimento do movimento paralímpico, a capital britânica vê nesta quarta-feira a abertura dos Jogos que terão um número inédito de atletas participantes

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O velódromo do Parque Olímpico de Londres, com o símbolo das Paralimpíadas, que começam nesta quarta
O movimento paralímpico volta nesta quarta-feira ao Reino Unido, lugar onde nasceu há mais de 60 anos, com os Jogos de Londres 2012, que serão os maiores da história, em público presente e atletas participantes. Os XIV Jogos Paralímpicos, que acontecerão entre 29 de agosto e 9 de setembro na capital britânica, terão o recorde de 4.200 atletas envolvidos e 166 países representados em 20 esportes.
Alem disso, faltando poucas horas para que a chama olímpica acenda a pira do Estádio Olímpico de Stratford, na cerimônia de abertura, os ingressos para o evento estão quase esgotados. Até o momento, a organização dos Jogos já vendeu mais de 2,3 milhões de entradas, das 2,5 milhões totais do evento. De qualquer forma, o público total dos Jogos Paralímpicos de Londres baterá o recorde de 1,8 milhões de espectadores de Pequim 2008, até agora o maior da história.
O êxito dos Jogos Olímpicos e a grande expectativa da população britânica fizeram sair de cena as preocupações que surgiram antes da abertura do evento londrino mais recente, especialmente no que diz respeito a segurança e transporte. Londres 2012 significarão o retorno as origens do movimento paralímpico, que teve seus primeiros Jogos disputados 64 anos atrás, em Stoke Mandeville, uma pequena cidade a oeste da capital britânica.
No mesmo dia da inauguração dos Jogos Olímpicos de Londres em 1948, sir Ludwig Guttman organizou sua própria competição destinada aos soldados britânicos que sofreram lesões medulares na Segunda Guerra Mundial. A partir daí, o esporte paralímpico evoluiu e ganhou adeptos, até que nos Jogos de Roma em 1960, foi incluído na competição oficial do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Em homenagem a estas origens, na noite desta terça-feira, as quatro chamas paralímpicas, que foram acesas na semana passada na Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, se unirão em Stoke Mandeville, de onde a tocha iniciará seu trajeto final rumo ao Estádio Olímpico de Stratford.
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A atleta Terezinha Guilhermina, do atletismo, treina para as Paralimpíadas de Londres
A cerimônia de abertura dos Jogos terá como anfitriã a rainha Elizabeth II. Pelo Brasil, o representante máximo do Governo será o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo. Com o título de "Enlightenment" (Ilustração, em português), a cerimônia de abertura acontecerá amanhã às 15h30 (horário de Brasília). Cerca de quatro mil voluntários participarão da festa, que ainda terá espetáculo aereo produzido por uma organização beneficente do Reino Unido que treina a pessoas incapacitadas para ser pilotos.
O Brasil participará da edição dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012 com uma delegação numerosa. No total, serão 182 atletas, sendo 115 homens e 67 mulheres e 16 acompanhantes de atletas (atletas-guia, calheiro e timoneiro). Também fazem parte da delegação brasileira quatro tratadores de cavalos, 31 profissionais da área da saúde e 86 oficiais técnicos e administrativos.
Em Pequim 2008, o Brasil enviou 188 atletas e conquistou um total de 47 medalhas, sendo 16 de ouro, 14 de prata e 17 de bronze. Entre os destaques da deleção brasileira, estão os nadadores Daniel Dias, Clodoaldo Silva e André Brasil, além de Lucas Prado e Terezinha Guilhermina, ambos do atletismo.
Entre os voluntários estarão antigos atletas paralímpicos, soldados feridos e crianças de diferentes bairros do leste de Londres, onde se concentram a maioria de instalações olímpicas. "Uma celebração espetacular do espírito inspirador destes Jogos", definem os organizadores. O acendimento da pira, um dos principais segredos da cerimônia, marcará o início de 11 dias de competição, nos quais atletas com deficiência visual, incapacidade física e intelectual e paralisia cerebral lutarão pelas mais de 500 medalhas de ouro em disputa.
Depois da festa, os Jogos estarão abertos e a disputa terá início, e mesmo com menor reconhecimento, esses atletas mostrarão nas próximas duas semanas terão completado o lema dos Jogos de Londres: "Inspira uma geração".

Escola técnica ajuda a conseguir emprego na área de trabalho

Fazer um curso técnico em uma Escola Técnica Estadual (Etec) contribui para conseguir emprego na área profissional escolhida. Relatório socioeconômico do Vestibulinho para o segundo semestre de 2012 elaborado pela Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), responsável pelos processos seletivos das unidades do Centro Paula Souza, aponta que 16% dos aprovados trabalhavam na mesma área do curso escolhido quando se inscreveram para o processo seletivo. Um ano depois de formados, 42% trabalhavam na área, segundo outro levantamento da instituição, feito em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e divulgado no início de agosto. Ou seja, 26% conseguiram emprego enquanto estudavam ou logo após se formarem. 

Outro dado do relatório aponta que 34% prestaram Vestibulinho para melhorar o desempenho profissional e 32% para facilitar a ascensão profissional.
Inclusão
O relatório indica ainda que as Etecs têm importante papel na inclusão social de estudantes no Estado. Quase 90% dos aprovados no processo seletivo vêm de famílias com renda inferior a cinco salários mínimos e 78% passaram toda a vida escolar em uma instituição pública.
Desde 2006, o Centro Paula Souza beneficia candidatos afrodescendentes com bônus de 3% nas notas e oriundos do ensino público com 10%. Se o candidato estiver nas duas situações, acumula 13%. No último Vestibulinho, 31,8% dos aprovados se declararam afrodescendentes.
O questionário no qual se baseia o Relatório Socioeconômico é de preenchimento facultativo.

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Gestão: teoria ou bom senso?


Sabe todo aquele conteúdo que você aprendeu, ouviu falar ou estudou sobre gestão? Sabe todas aquelas metodologias, teorias, conceitos, orientações, melhores práticas, etc, etc, etc…? Pois então, vamos começar de novo e esquecer tudo isso. Isso mesmo: esqueça todos os conceitos que você conhece de gestão e vamos fazer uma experiência!
Qualquer pessoa pode ser um bom gestor. Partindo dessa afirmação, vamos discutir o que é preciso para ser um gestor, seja de pessoas, seja de projetos, seja de processos, ou qualquer área afim.
Gestão significa administração, ou seja, se eu faço gestão sobre algo ou alguém tenho como objetivo de administrar esse algo ou esse alguém. Pois bem, se nos derem uma equipe para administrar e esquecermos que existem teorias e metodologias o que iremos fazer? Entenderemos cada componente desse cenário e vamos dividir atividades visando atingir um bem maior ou um objetivo coletivo.
Por exemplo, se hoje eu acabei de fazer 18 anos e me dessem uma equipe de 11 pessoas e meu objetivo fosse pintar uma casa, eu precisaria saber a teoria geral da administração para conseguir entregar meu objetivo? Não, certamente não. Eu iria reunir essas pessoas e dividir as tarefas de forma que ao final de determinado período eu tivesse a casa pintada. Orientaria as pessoas de onde começar e provavelmente eu, sem entender a teoria, iria colocar alguns objetivos para alguns dias como terminar determinados cômodos, ou salas, ou quartos em até x dias, e acompanharia a evolução.
Se durante os dias subsequentes, eu não visse nenhuma evolução ou percebesse que as atividades estão andando em ritmo lento, eu reuniria as pessoas e entenderia o que ocorre e mudaríamos a estratégia, tomando novas ações. Com certeza na véspera da entrega, faria uma inspeção nos trabalhos para garantir que a pintura estava ok.
Olhando o caso acima, sem conhecer nada de teoria, metodologias, etc, nós conseguimos cumprir um projeto, passando pela fase  de planejamento, fase de execução, analisamos o andamento dos indicadores estabelecidos, tomamos ações corretivas e por fim, fizemos um controle de qualidade ligado a uma auditoria para entender como seria entregue o produto final e corrigir determinados itens.
Ou seja, gestão é administração, administração é bom senso e bom senso vem com o tempo, com maturidade e principalmente, com foco, muito foco!

Chave para êxito de pacote é regulação.

O pacote de concessões lançado na semana passada pela presidente Dilma Rousseff só deslancha se o governo conseguir amarrar bem questões regulatórias e promover uma integração dos modais de transporte.

O alerta é do economista Cláudio Frischtak, da Inter.B Consultoria. Segundo ele, é preciso definir com clareza quem vai "pagar a conta e onde estarão os incentivos". O detalhamento do pacote é considerado pelo especialista em infraestrutura peça-chave nesse novo modelo de concessão para os setores ferroviário e rodoviário. Para Frischtak, o pacote torna a sociedade direta ou indiretamente sócia do operador. "A questão regulatória e contratual é absolutamente fundamental. Se isso não estiver resolvido, o pacote não vai para a frente, não terá o efeito desejado".

Outro que também se preocupa com as questões regulatórias do pacote é Steven Bipes, assessor sênior do grupo Albright Stonebridge, empresa que apóia empresas privadas a desenvolver estratégias para entrar e se estabelecer em diferentes países. "O diabo está nos detalhes. O sucesso das medidas vai depender da implementação", disse. Mas considera que o governo escolheu o setor certo para incentivar: o de logística, que terá papel importante nos megaeventos programados para o Brasil (Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016).

A capacidade das ferrovias e portos já existentes de absorver o aumento no transporte de carga a ser gerado pelo pacote é outro ponto levantado por Frischtak. "O gargalo está aí", aponta.

Segundo ele, muitos trechos a serem construídos de ferrovias vão desaguar em portos ou ferrovias sem capacidade. Por isso, a prioridade é buscar uma integração no plano logístico, que evite uma enxurrada de ações judiciais e, com isso, emperre ainda mais os investimentos em infraestrutura no país.

Para o economista, o pacote para área de portos, que vem sendo costurado pelo governo, precisa mitigar esse risco. "O problema é que a questão portuária, comparada com a ferroviária e de rodovias, é simples", lembrou.

Especialista em infraestrutura, Frischtak defende a privatização das Companhias Docas e a desregulamentação do setor.

Setor público - Na avaliação do presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, o pacote de concessões de rodovias e ferrovias anunciado pelo governo na última quarta-feira é uma oportunidade para equilibrar a divisão entre investimentos públicos e privados em infraestrutura. Segundo dados levantados pela Abdib, 60,1% dos investimentos em logística de 2003 a 2011 ficaram a carga do setor público.

E grande parte dos investimentos privados foi em infraestrutura própria, lembrou Godoy.
"Sem a participação privada, o setor público não vai ter a agilidade necessária para dar conta da demanda por investimentos", disse Godoy, para quem os investimentos em infraestrutura nos últimos anos poderiam ter sido maiores se houvesse mais concessões.

A cobrança por prazos e a agilidade na execução de obras são as principais vantagens do investimento privado por meio de concessões, segundo Godoy. Os dados do PAC seriam exemplo disso.
Godoy classificou como brutal a diferença de execução entre os projetos a cargo do setor privado, na comparação com os executados pelo setor público.

Fonte: O Estado de S.Paulo - Adaptado pelo Site da Logística e http://www.sitedalogistica.com.br

Discutir política no trabalho não é proibido mas tem de ser feito com cautela


Discutir o assunto é saudável, porque demonstra que o profissional não é alienado e sabe expor a sua opinião. O segredo é fazer isso de maneira comedida

Foi dada a largada da disputa eleitoral para prefeito e vereadores em todo o País. Desde 21 de agosto, os canais de televisão e rádio exibem as propagandas eleitorais. O assunto está em voga e não tem como escapar. Entretanto, ao surgir o assunto no ambiente de trabalho é necessário ter cautela.
Para o diretor de Divisão de Projetos de Outplacement da De Bernt Entschev Human Capital, Vladimir Araujo, discutir o assunto é saudável, porque demonstra que o profissional não é alienado e sabe expor a sua opinião. O segredo é fazer isso de maneira comedida. “A palavra-chave é parcimônia.”
Ele explica que o profissional só deve perguntar a intenção de voto do colega, se a pessoa se mostrar aberta a falar, pois como o voto é secreto pode soar como falta de educação e indelicadeza.
A mesma opinião é compartilhada pela diretora-executiva da Quality Training RH, Marisa Ayub. De acordo com a especialista, o assunto pode debatido, mas com muita discrição. “O profissional não é obrigado a concordar com a opinião do outro, mas tem de entender.”
O que não pode
Discutir política não é problema, mas tentar convencer os outros a votar no seu candidato ou chamar o próximo de “ignorante” ou “burro” é proibido e pega mal dentro da empresa. “Não se deve tentar catequizar ninguém”, acrescenta a especialista.
O profissional também não deve usar camiseta do candidato, distribuir “santinho”, bandeira, canetas, entre outros objetos dentro da empresa, mesmo que ela tenha um ambiente mais informal.
Em alguns casos, as empresas financiam a campanha política dos profissionais. Nesta situação, o profissional pode, novamente, expor a sua opinião, mas deve respeitar o posicionamento da empresa. “Ele pode dizer, eu não concordo, mas respeito. Mas deve se evitar este embate direto”, finaliza Araujo.

Mercado poderá 'racionar' até 30% da demanda de soja

O tempo seco que entre o fim de 2011 e o início deste ano varreu das lavouras boa parte dos grãos que seriam produzidos na América do Sul, também devastou os plantios no Meio-Oeste americano, especialmente nos últimos dois meses. Resultado: uma oferta de soja e milho arruinada, e a necessidade urgente de conter a demanda mundial.

Com o início da colheita do ciclo 2012/13 nos Estados Unidos, analistas começam a colocar na ponta do lápis quanto dessa demanda, afinal, terá de ser reprimida. "Acredito que o mercado precisará racionar 27,7% da demanda por soja", diz Stefan Tomkiw, vice-presidente da mesa de derivativos para América Latina do Jefferies Bache, em Nova York.

Para Tomkiw, 8,1 pontos percentuais desse corte viriam do esmagamento e 19,6 das exportações, o que totalizaria 9,25 milhões de toneladas. "Esses números dizem respeito aos EUA, mas como este é o único grande fornecedor de soja neste momento, a projeção faz bastante sentido no cenário mundial", completa.

Porém, para frear a demanda, é preciso uma elevação maior nas cotações da soja, já que o interesse dos compradores ainda não deu sinais concretos de arrefecimento. "Preços acima de US$ 17,50 por bushel na bolsa de Chicago (na sexta-feira, ficaram em US$ 17,3150) devem começar a estimular o racionamento", afirma Tomkiw.

Um outro analista que opera no mercado internacional acredita que esse valor seja ainda um pouco maior, entre US$ 18 e US$ 19 por bushel. Para ele, o mercado precisará racionar entre 7 milhões e 10 milhões de toneladas de soja. "Mas dependerá muito da produção mundial. Haverá maior oferta de soja no mercado com o início da colheita americana, mas um problema climático no Brasil ou no Paraguai, que estão começando o plantio, pode mexer com esse quadro", pondera o especialista, que acredita que a máxima de preços da oleaginosa virá em setembro.

Em relação ao milho, o analista prevê a necessidade de um racionamento de 38 milhões a 42 milhões de toneladas, vindo, principalmente, do consumo americano. "Milho é um problema interno dos EUA. Diferente da soja, o grão é mais para abastecimento doméstico, já que 40% da produção é destinada ao etanol no país", completa.

Fonte: Valor / Mariana Caetano

Fonte: http://www.portosenavios.com.br/site/noticias-do-dia/geral/18576-mercado-podera-racionar-ate-30-da-demanda-de-soja