quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Seis em cada dez mulheres não possuem plano de carreira definido nas empresas em que trabalham

Pesquisa Alelo Hábitos do Trabalho mostra que 60% das mulheres não possuem plano de carreira. Como as empresas podem contornar isso e promover oportunidades?

É o que aponta a pesquisa Alelo Hábitos do Trabalho, realizada pelo Instituto Ipsos, que ouviu 1.518 pessoas nas 12 principais regiões metropolitanas do País
Uma pesquisa da Alelo Hábitos do Trabalho, realizada pelo Instituto Ipsos, em 12 principais regiões metropolitanas do Brasil, constatou que 60% das mulheres empregadas não possuem um plano de carreira nas empresas em que trabalham. Quando se trata de empregados homem, o índice é de 53%.
A pesquisa ouviu 1.518 empregados, sendo 81% deles registrados pela CLT. Além do grande número de mulheres sem planos de carreira, a pesquisa também mostra que 54% dos empregados sem um plano têm idade entre 25 a 44 anos e 65% pertencem à classe C.
Para o presidente da Alelo, Cesário Nakamura, as empresas precisam promover oportunidades que apoiem as mulheres na consolidação de suas carreiras, além de estimular a equidade no mercado de trabalho. "A atuação feminina ultrapassa as ações meramente corporativas, por isso temos a obrigação de integrar e sermos responsáveis por assegurar a inclusão do talento e da habilidade delas a longo prazo”, afirma Nakamura. Mas como as empresas podem promover essas oportunidades?
Com uma cultura organizacional inclusiva. É o que explica Fabrícia Faé, responsável pela área de Desenvolvimento de Talentos da Lee Hatch Harrison Norte/Nordeste e apresentadora do programa Carreira Mulher, do Administradores Premium. Na série, Fabrícia cita algumas práticas organizacionais que empresas podem desenvolver visando uma maior equidade de gênero. Confira:

4 práticas organizacionais que impulsionam mulheres

1. Práticas de pessoas sem preconceito

De acordo com Fabrícia, as empresas precisam se perguntar, em momentos de contrataçãopromoção e sucessão, se estão tomando decisões baseadas em "vieses inconscientes", preconceitos que já estão tão internalizados que não são percebidos. "Essa é uma das coisas mais difíceis", afirma. "É preciso ter uma área de pessoas muito bem posicionada para ajudar os líderes, para ajudar toda organização, na tomada dessa decisão".

2. Desenvolvimento de líderes para gerir talentos diversificados

Além de cuidado nas práticas de pessoas, líderes precisam saber gerir talentos diversificados. "Fazer gestão de pessoas que são diferentes de si mesmo é muito mais difícil", afirma a apresentadora do Carreira Mulher. Em grupos homogêneos, ela explica, os conflitos são menores, mas também é menor a inovação, a visão ampla das coisas. "Um grupo em que todo mundo é muito parecido pode parecer produtivo, mas poderia ser muito mais produtivo se contasse com peças diferentes ali dentro", diz Fabrícia Faé.

3. Equidade salarial

Existe um gap salarial de 20% entre homens e mulheres na liderança, afirma Fabrícia. É algo que precisa ser uma preocupação das organizações mesmo quando as mulheres não estiverem pedindo aumentos. "Homens recém saídos da faculdade negociam salários, descontos, benefícios. Muitas mulheres já ficam tão felizes em conseguirem o emprego que não negociam nada", explica a especialista em desenvolvimento de talentos. É papel das empresas assegurar que as mulheres ganham tanto quanto os homens em mesmos cargos.

4. Sistema flexível de trabalho

Fornecer um sistema flexível de trabalho, tanto em local como em horário, é uma prática que impulsiona o trabalho de todos, incluindo as mulheres. "É importante cobrar mais resultado do que presença física", afirma Fabrícia. Ela explica que é preciso romper a ideia de que um funcionário que sai ou chega mais tarde por ter compromissos com filhos, por exemplo, deve ser punido de alguma maneira. "É necessário ver mais a qualidade da entrega do que a quantidade da entrega. Trabalhar muito mais o conceito de esforço e resultado. O bom funcionário não é, necessariamente, aquele que fica até mais tarde no ambiente de trabalho", explica.

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