quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Guerra nas entregas: startups captam megarodadas para dominar o Brasil

O mercado de delivery brasileiro está povoado de concorrentes capitalizados que, cada vez mais, disputam as mesmas verticais (e clientes)

São Paulo – Nas grandes metrópoles, há a sensação de que surge um motoboy de aspecto diferente a cada virada de esquina. Eles ostentam nas caixas de entrega ou nas roupas as cores vermelho, verde, laranja, amarelo e azul. Cada uma delas é uma startup de pedidos e/ou entregas diferente: iFoodUber Eats, Rappi, Glovo e Loggi.
A dominação recente não é coincidência, mas sim o resultado de uma série de injeções de capital. Três desses players – a espanhola Glovo, a colombiana Rappi e a brasileira Loggi – protagonizaram megarounds nos últimos meses, ou captações de investimentos de mais de 100 milhões de dólares.
O objetivo é aproveitar o quente mercado de entregas curtas. Apenas o conhecido delivery de alimentos faturou mais de 10 bilhões de reais no ano passado. No mesmo período, o comércio eletrônico faturou 59,9 bilhões de reais e enviou 203 milhões de pacotes.

Conquista pelo estômago

O iFood, empresa da Movile criada há sete anos, nadava sozinha no oceano azul de delivery de restaurantes. Em 2016, presenciou o surgimento de players como Uber Eats e a entrada da empresa de entregas Loggi nos alimentos. Mas foi a chegada da colombiana Rappi no ano passado, com uma tática agressiva inspirada nas gigantes chinesas, que sacudiu as entregas de comida por aqui. Diante da repercussão do serviço, com motoboys com caixas e roupas laranjas para todos os lados da cidade de São Paulo, nos últimos seis meses parecia que todos os outros players estavam patinando.
O sentimento só aumentou com a alçada da Rappi ao status de unicórnio – startup avaliada em um bilhão de dólares ou mais – no mês passado, com um investimento de 826 milhões de reais. A Rappi possui hoje 3,6 milhões de usuários (800 mil no Brasil), “milhares” de estabelecimentos e dois mil funcionários. No próximo mês, o negócio espera chegar a 11 mil pedidos por hora. Também projeta chegar a 80 milhões de usuários nos próximos três anos.
A ascensão da Rappi fez até o líder do delivery de comidas mexer-se. EXAMEapurou que o iFood, cujo faturamento anual é estimado em 370 milhões de reais, vai investir 100 milhões de reais para turbinar a operação. Uma das linhas de investimento será a compra de 20.000 uniformes e mochilas vermelhos para motoqueiros, algo que a Rappi fez bem com o laranja. O dinheiro, que viria do próprio caixa da companhia, servirá também para expandir a equipe e melhorar a logística para reduzir o tempo de entrega.
O iFood possui mais de 8,7 milhões de pedidos mensais e mais de 6 milhões de usuários ativos, com presença no Brasil, na Colômbia e no México. E, segundo a empresa, registra um crescimento de três dígitos por ano desde sua criação. 
Fonte https://exame.abril.com.br/pme/guerra-entregas-startups-brasil/

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