sexta-feira, 29 de junho de 2018

O que há de mais novo no mercado de RH?

Avaliação de candidatos por perfis em redes sociais, automatização de processos de recrutamento e seleção, controle de pessoal em softwares. Tudo isso já ficou para trás e se transformou em uma obrigação. O futuro reserva coisas diferentes e novos paradigmas em RH. Mas quais são eles?

Há muito em curso e desenvolvimento na área de recursos humanos e também no mercado de trabalho em geral, mas a grande tendência no segmento aponta para um mesmo ponto: a consumerização do RH.

O que é consumerização?

A palavra soa difícil, mas o conceito é simples. Sob essa nova tendência, o RH passa a atender ao público interno da mesma forma que empresas atendem ao consumidor. O RH proporciona serviços, produtos e experiências, e o funcionário passa a acessar esses itens por conta própria, definindo suas prioridades ao mesmo tempo em que é atendido e avaliado pelo RH.
O cliente interno passa a ser um cliente como qualquer outro, como se cada pessoa dentro de uma empresa fosse um consumidor a ser conquistado por uma marca que proporciona serviços e produtos a ele, e disputa sua atenção com outras marcas.
A consumerização do RH pode ser detectada em diversas frentes, mas vamos citar sete delas aqui como principais e para ilustrar essa grande tendência em curso na área.

Ambiente de trabalho como experiência

Empresas como Google, Amazon e mais recentemente uma série de ex-startups de tecnologia, como o AirBnb, o próprio Facebook e outros, ficaram famosas no mundo inteiro por desenvolver escritórios e ambientes de trabalho que parecem verdadeiros clubes em alguns casos.
Não se engane, os níveis de produtividade cobrados nessas empresas são brutais, mas até por esse motivo, o RH desses empreendimentos transforma ambientes de trabalho em experiências completas para os funcionários, de modo a garantir a manutenção de seus altos níveis de produtividade.
Vale tudo. Meditação, brinquedos e jogos, áreas para descanso e até mesmo instalações próprias de clubes e academias de luxo, como bronzeamento artificial, sauna e outros. As análises em ambientes desse modo mostram, a cada dia, que a produtividade sobe à medida que aumenta a qualidade da experiência.

Aproximação com o marketing

Acabaram os tempos em que o RH tentava incutir cultura empresarial nos funcionários por meio de chatos e infelizes seminários e palestras pró-forma ou documentos aborrecidos de valores e normas da empresa.
cultura empresarial e organizacional hoje é difundida pelo RH por meio do uso de avançadas técnicas de marketing e até publicidade. A propaganda e a comunicação se tornaram as armas do RH para difundir cultura, e o funcionário passou a ser interpretado como um consumidor que deve engajar-se e cultuar uma marca.
As diferenças praticamente inexistem e profissionais de marketing inclusive passaram a ocupar cargos e quadros dentro de departamentos de recursos humanos. A tendência já se consolidou em mercados como o norte-americano e migrou com tudo para o Brasil e outros países em desenvolvimento.
Essa massificação da marca no público interno leva a outra tendência, ou subtendência. A do RH atuando como reforço de marketing, criando a cultura de evangelização da marca entre os colaboradores da empresa, que passam a difundir a organização para um público externo maior.

E-learning e treinamentos customizados

A formação dentro das empresas já ocupa um posto de destaque para o RH há pelo menos 20 ou 30 anos, mas o advento da internet transformou completamente a forma com que se vê a educação corporativa, dando origem a universidades corporativas, ambientes de treinamento e processos de capacitação de fazer inveja inclusive a grandes escolas.
Nesse quesito, o uso dos chamados “MOOC” – “Massive, Open, Online Courses”  –  é o que permitiu ao RH não apenas criar rotinas de treinamento mais abrangentes e baratas, mas também de permitir que o próprio funcionário ou seus líderes passassem a optar pelo tipo de formação e treinamento que desejavam.
e-learning se tornou uma ferramenta de democratização, mas também de individualização do ensino corporativo, empoderando funcionários e lideranças, mas ao mesmo tempo dando ao RH uma visão mais mensurável de suas rotinas de capacitação.
Em algumas empresas, universidades corporativas oferecem inclusive treinamentos e cursos ao público interno mediante cobrança, cursos de idiomas, de aprimoramento, de gestão e até com cunho de entretenimento, como formações em música ou desenho.
De pesados e estafantes treinamentos que custavam fortunas sem gerar resultados, o novo RH criou rotinas de treinamento baratas, competitivas e customizadas, que no futuro irão se tornar inclusive uma possibilidade de receita complementar para muitas empresas.

Flexibilidade

Produzir é preciso, mas por que tem que ser das 8h às 17h? É uma pergunta que muitas empresas e até governos têm feito ultimamente. A solução para problemas que levam ao estresse, como horários de pico, pressão da rotina e falta de tempo é a flexibilização das horas de trabalho.
O RH assume o papel de controlar essa migração, estabelecendo metas que não necessariamente dependam de horários e sugerindo à empresa estratégias para aproveitar mais dos funcionários sem prendê-los a um horário fixo.
Novamente, isso cria uma possibilidade de customização e certa individualidade para os empregados, ao mesmo tempo em que estende as horas de trabalho e a capacidade de atendimento da organização.
Prega-se a cultura da performance, não do cumprimento de horários e protocolos, e a saúde e bem-estar ganham uma importância maior dentro da esfera de gestão de pessoas.

Gamification em RH

Assim como o gamification vem ganhando espaço no mercado consumidor, dentro das empresas ele também tem sido um ponto de facilitação e aceitação do RH por parte dos funcionários.
O gamification já vinha sendo utilizado em algumas rotinas de recrutamento e seleção em empresas desde a década de 1990, mas ganhou espaço também no dia a dia e nos processos internos. Funcionários são encorajados a atingir metas, assistir a cursos e treinamentos, cumprir protocolos e realizar tarefas com base em critérios de pontuação e competitividade e também numa lógica de história. Tudo fica registrado e a evolução pode ser acompanhada, como um jogo de RPG.

Cultura de projetos

E se funcionários pudessem escolher os projetos dos quais querem ou não fazer parte? Muitas empresas ainda veem essa possibilidade como um risco para o cumprimento de seus objetivos e metas, mas boas experiências vêm sendo realizadas na área de RH.
Em conjunção com mapeamentos comportamentais, a cultura de projetos é capaz de direcionar os projetos certos para os funcionários certos. O resultado é um nível de moral e motivação extraordinariamente superior ao usual e de alocação de competências muito mais acertado.
Com funcionários e lideranças optando pelos projetos com os quais se identificam mais, parte dos problemas do RH inclusive são resolvidos. Não precisaremos mais nos preocupar com a motivação como prioridade, e podemos apenas nos ater às competências e ao perfil comportamental de cada um.
A cultura por projetos ainda permite maior flexibilidade, como citamos no tópico anterior, e melhorias dramáticas no estilo e qualidade de vida dos funcionários, como veremos logo a seguir.

RH e estilo de vida

O RH também tem participado cada vez mais no estilo de vida dos colaboradores de uma empresa, criando ferramentas que permitam a eles gastarem menos tempo se preocupando com seus problemas e dilemas na área pessoal, o que reserva mais tempo para a produção em nome da empresa. Os exemplos são inúmeros, mas podemos citar alguns deles:
  • Programas nutricionais e de dieta com especialistas;
  • Parcerias com creches e instituições de ensino em sistema de internato;
  • Organização de encontros e eventos fora do horário de trabalho;
  • Gestão de benefícios com foco nos gostos e preferência e em necessidades de autoestima e conforto, não em necessidades básicas, como alimentação e assistência médica;
  • Criação de programas diferenciados para colaboradores com famílias.
No futuro, o RH será parte da vida pessoal de cada colaborador, auxiliando e oferecendo apoio em decisões importantes na vida dos talentos que compõem os quadros de uma empresa, e deixando que eles possam desenvolver seu potencial ao máximo, sabendo que seus problemas estão resolvidos em outras frentes.
Fonte http://www.solides.com.br/o-que-ha-de-mais-novo-no-mercado-de-rh/

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