sábado, 11 de março de 2017

Como Alceu Valença conquistou a internet (e as lições que ele deixa para sua marca)

Dono de uma obra vasta, construída ao longo de décadas, pernambucano tem usado a rede para reinventar sua comunicação e manter-se presente na vida dos antigos e novos fãs

Nos anos 1990, a turma do manguebeat cravou uma imagem que se tornou muito emblemática daquele movimento que teve origem em Recife/PE: uma antena parabólica cravada no mangue. O objetivo era simbolizar a proposta de ter um pé no mundo e outro nas raízes. Os expoentes daquela cena fizeram e continuam a fazer isso muito bem: Nação Zumbi, Mundo Livre S/A, Otto e tantos outros que, de uma forma ou de outra, foram influenciados pelos mangueboys. Mas peço licença para um adendo: bem antes, outro pernambucano já se posicionava e revolucionava toda arte que tocava, com uma visão muito parecida. Seu nome é Alceu Valença e ele continua revolucionando.
O primeiro disco do "bicho maluco beleza" foi lançado no começo dos anos 1970. De lá até aqui, ele emplacou hits, construiu uma carreira sólida e se tornou um patrimônio da cultura brasileira, mais fortemente de Pernambuco e de seu Carnaval. Alceu não tem mais o que provar a ninguém. Se quiser, pode ficar em casa, de pernas pra cima, recebendo royalties de direitos autorais, que não vai deixar de pagar nenhuma conta. É o que têm feito muitos artistas de sua geração, nem sempre por vontade, mas por terem caído no ostracismo e sido esquecidos pelo mercado.
Os anos 1990 e 2000 foram difíceis para artistas da música que surfaram a crista de suas ondas nas décadas anteriores. Primeiro, porque o estilo dos produtos mudou muito, vieram novos nomes e a grande massa, como sempre, prefere a novidade. O próprio Alceu Valença andou "desaparecido", embora nunca tenha parado de produzir e fazer shows. Mas ele, assim como quase todos de sua geração que conseguiram sobreviver no mercado, passaram essas duas décadas restritos basicamente a um mesmo grupo de fãs fiéis, sem - no entanto - arregimentar novos. Nessa matemática, o resultado é sempre decrescente.
Mas aí veio a internet...
Alceu Valença nunca foi um tipo comum. Sua identidade artística foi construída com base na fusão de muitos estilos e elementos, influenciada por ritmos que vão do maracatu rural do agreste pernambucano ao blues. Misturou frevo com guitarras e sintetizadores e deu certo. Essa é a primeira lição: identidade. Mas, para além disso, a mensagem deixada sempre foi de que Alceu caminha uns passos à frente. Senão de seu tempo, pelo menos de seus pares. E foi assim que ele lançou mão de uma estratégia muito bem alinhada para a internet e tem feito um belo trabalho.
Obviamente, pelo resultado que se vê, Alceu conta com uma equipe, que gerencia suas redes sociais, edita fotos e vídeos, atende os fãs e monitora os resultados. Mas a questão não é só essa. Alceu entendeu a internet e esse é o principal fator. Não basta programar posts frios no Facebook e no Instagram, divulgar a agenda e pronto. É preciso organicidade. Verdade. Humanidade. E isso esse mestre faz como poucos. Eis abaixo algumas provas:
O viral "espontâneo"
Melhor do que se promover é ser promovido pelos outros. É por isso que o viral é um instrumento tão poderoso na comunicação digital. Ele, seja positivo, seja negativo, é a chancela do público sobre o que você faz. No caso de Alceu, é positivo no nível máximo. Veja esses exemplos dele tocando com músicos de rua atrvés do link http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/como-alceu-valenca-conquistou-a-internet-e-as-licoes-que-ele-deixa-para-sua-marca/103086/

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