segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O desafio do administrador público frente às mudanças do país

Nos últimos 20 anos, os cenários brasileiro e internacional exigiram mais preparação e profissionalismo dos administradores público


Prof. Mario Pascarelli, coordenador do curso de Pós Graduação em Gerente de Cidade
Acompanhar as mudanças sociais, econômicas e políticas que ocorreram no Brasil nas duas últimas décadas – assim como todas as suas facetas e implicações – tem exigido do administrador público um significativo grau de profissionalismo. E é exatamente para atender a essa necessidade que aFAAP (Fundação Armando Alvares Penteado) criou, em maio de 1996, o curso de Pós-Graduação em Gerente de Cidade, cujo principal objetivo tem sido, ao longo dessas duas décadas, propiciar o desenvolvimento dos administradores e capacitá-los profissionalmente para que torne a gestão pública mais eficiente com foco no cidadão-cliente.
“Entre as grandes mudanças, as mais marcantes, devemos reconhecer a estabilização dos preços, o fim dos monopólios estatais nos segmentos de petróleo e telecomunicações e a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal”, aponta o Prof. Mario Pascarelli, coordenador do curso de Pós Graduação em Gerente de Cidade.
Em sua visão, nesse período o Brasil passou de um Estado falido, acuado por uma galopante hiperinflação – da ordem de 2.500% ao ano no final da década de 1980 -- para um Estado que pode fazer previsões para além de trinta dias. E, com isso, ter condições para projetar sua integração com o restante do mundo, com o restabelecimento das mínimas condições para o funcionamento de uma economia de mercado, e, principalmente, consolidar-se como um regime democrático, promovendo uma ampla inclusão social.
Um dos maiores desafios dos administradores públicos nesse período tem sido a necessidade de conciliar o processo de estabilização econômica do Brasil, no final da década de 90, com os inúmeros sobressaltos na economia mundial, e mais recentemente, de 2007 até os dias atuais, com a volatilidade das economias americana e europeia, trazendo ventos fortes de instabilidade e imprevisões.
Ainda mais que a retomada do crescimento passa indispensavelmente pelo reconhecimento por parte do Estado de suas limitações quanto à sua capacidade de investimento. No sentido de acelerar o crescimento e melhorar a distribuição de renda tornou-se imprescindível aprofundar o processo das reformas empreendidas no início da década passada, de maneira, por um lado a elevar a poupança e reduzir as ineficiências e, por outro lado, a permitir o redirecionamento do gasto público e aprofundar o funcionamento dos mercados. Não só em termos de administração federal, mas necessariamente nos níveis estaduais e municipais.

No centro de atuação e de decisões

Nesse sentido, o curso de Pós Graduação em Gerente da Cidade da FAAP oferece grandes atrativos. Um deles é o de ter capacidade de estar próximo do centro de atuação e de decisões do administrador público, em especial o municipal. Além de ministrar o curso nos seus três campis -- São Paulo, São José dos Campos e Ribeirão Preto – tem condições de formar turmas em todas as regiões do País.
Seu programa é um atrativo à parte ao contemplar o aprofundamento da discussão das reformas até a redefinição das possibilidades do Estado e as relações com o setor privado. “O que é necessário ser aprofundado é o desmantelamento do Estado patrimonialista, dando amplitude ao espaço público, através da descentralização e da intersetorialidade. Alianças e parcerias entre os diferentes níveis de governo para a oferta conjunta de bens e serviços públicos devem deixar de ser pontuais e afastar, de vez, a desconfiança recíproca predominante”, observa o Prof. Pascarelli, acrescentando que um Estado forte, mas não excludente, pode potencializar as qualidades positivas e neutralizar as negativas dos agentes privados.
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Apesar de todos os avanços, os desafios econômicos brasileiros seguem sendo enormes, continuando o Brasil a ser um País muito desigual, com profundas carências educacionais e sociais. O mais premente é o de retomar um crescimento sustentado e sustentável, pois já são duas décadas de pífios níveis de crescimento do Produto Interno Bruto – PIB.
“Não há mágica nisso. Não se trata de voltar ao passado com incentivos e práticas protecionistas na política industrial, ou no retorno da inflação, como alguns defendem com a combinação de juros baixos, gastos públicos elevados e moeda depreciada”, afirma o Prof. Pascarelli.
Na opinião do coordenador do curso de Pós Graduação em Gerente de Cidade da FAAP, a implementação da agenda de crescimento é tarefa tão ou mais árdua do que a adotada política de estabilização da moeda. Ela envolve, necessariamente, uma elevação da poupança interna que torna indispensável um esforço fiscal (gastar menos e melhor), um substancial empenho na redefinição dos direitos de propriedade, num profundo aperfeiçoamento da regulação no sentido de incentivar a livre concorrência, na redução da informalidade, no custo do investimento e do spread bancário.
Este enorme esforço técnico e gerencial inclui uma reforma tributária profunda que possibilite uma maior taxa de conversibilidade de poupança para investimento, e tudo isto necessita da reconsideração do federalismo vigente no Brasil, onde estados não desejam abdicar de qualquer fonte ou alíquota tributária, levando a uma fraticida guerra fiscal, onde quem perde, costumeiramente, é a sociedade como um todo.
As vantagens de uma maior integração federal, além de diminuir as diferenças sociais vigentes, vão ser mais percebidas e compreendidas não só no crescimento da absorção de tecnologia e de produtos e serviços de maior qualidade e na menor vulnerabilidade à necessidade de poupança externa.
Com certeza, trata-se de mais um tema – assim como a retomada do crescimento do País e da equação das questões políticas – que estarão na pauta do Curso de Gerente de Cidade, da FAAP.
Fonte http://www.administradores.com.br/noticias/empreendedorismo/o-desafio-do-administrador-publico-frente-as-mudancas-do-pais/108129/

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