sábado, 12 de julho de 2014

São Paulo pode ganhar hidrovia na represa de Guarapiranga

Trajetos que hoje podem demorar mais de duas horas para serem feitos se reduzindo a até 20 minutos e a melhoria da ligação entre uma zona populosa de São Paulo – com mais de 2 milhões de habitantes - e o restante da cidade são dois destaques da Lei 10.060/14, sancionada, na última semana, pelo prefeito Fernando Haddad. A lei cria o sistema hidroviário de transportes do município, e surge em um contexto de crise na mobilidade urbana na capital, com as recentes greves de metrô e ônibus e o volume de congestionamentos em alta constante – com direito ao recorde histórico do ultimo dia 23 de maio, quando a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou 344 km de lentidão. A nova norma surge em sintonia com iniciativas adotadas pela Prefeitura como o bilhete único mensal e a implementação de corredores de ônibus. Prevê inicialmente a implementação de transporte de passageiros na represa de Guarapiranga, contemplando a seguir a represa Billings e os rios Pinheiros e Tietê.

A cidade deverá passar a contar, a partir de 2015, com um sistema de portos distribuídos na represa de Guarapiranga, em bairros como Grajaú, Pedreira, Jardim Angela e Colônia Parelheiros. A pedido da Prefeitura, o projeto que originou a lei, 54/2013, de autoria do vereador Ricardo Nunes (PMDB), incluiu a previsão de conexão ao bilhete único. Com a medida, a partir de estudos da Prefeitura e do Governo do Estado, será permitido aos passageiros fazer conexão ao sistema de ônibus e às redes de CPTM e Metrô – por exemplo, alguém que vive no Grajaú poderá tomar a embarcação e se integrar com mais rapidez à linha 9-Esmeralda da CPTM, que margeia o rio Pinheiros.

Segundo Ricardo, o projeto se tornou lei em momento em que a questão da mobilidade urbana é um dos principais desafios de São Paulo. Com uma frota de mais de 7 milhões de veículos e um sistema viário insuficiente, a cidade poderá sair na frente na construção de uma alternativa eficiente, barata e ambientalmente adequada. O vereador é nascido e criado na zona sul e afirma que construiu a proposta a partir da constatação das dificuldades de moradores, empresas e toda a infra-estrutura da região.

O projeto foi elaborado a partir de estudos com o apoio do grupo Metrópole Fluvial, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (Fau-USP). Para o professor Alexandre Delijaicov, a nova lei se insere também no contexto de planejamento urbano e destinação de resíduos. “Permite visão sistêmica da cidade, com preservação e integração aos corpos d´água, envolvendo questões de transporte e saneamento”, disse. Segundo Delijaicov, o projeto cria também condições para enfrentamento da questão do descarte de cargas públicas – como entulho de obras realizadas pelo município – sem danos ambientais.

Assista o video através do endereço http://portogente.com.br/noticias/dia-a-dia/sao-paulo-pode-ganhar-hidrovia-na-represa-de-guarapiranga-82532

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