segunda-feira, 12 de maio de 2014

Saúde executiva – Suicídio? Homicídio? Ou ambos?

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Cesar Souza, em seu mais recente livro, A NeoEmpresa -  futuro da sua carreira e dos negócios no mundo em reconfiguração, afirma categoricamente que “estamos dirigindo nossas empresas de olho no espelho retrovisor, guiando-nos, como sugeriu o renomado consultor norte-americano Gary Hamel, por princípios de Management concebidos por alguns gurus e profissionais nascidos no século XIX, praticados no XX e que não se ajustam mais no contexto em que vivemos em pleno século XXI”.
Em um mundo globalizado, caracterizado por mudanças constantes, complexo, incerto, volúvel, interdependente, instável e onde as palavras PRODUTIVIDADE E LUCRO transformaram-se em deuses a serem louvados e adorados, certamente suas “bênçãos”, que deles queremos, também estão mudando. Só que para o lado ruim: tais “bênçãos” estão, isto sim, transformando a saúde pessoal em verdadeiras bombas-relógio de efeito retardado, principalmente para aqueles que ocupam cargos executivos.
Várias seguradoras de saúde, que realizam check-ups corporativos mostram que a saúde executiva está indo de mal a pior.
Alguns dos fatores que contribuem para este preocupante quadro são:
  • falta de tempo;
  • pressão por resultados;
  • crescimento rápido na carreira;
  • sobrecarga de trabalho; e,
  • excesso do uso da tecnologia.
Noites mal dormidas (em qualidade e número de horas), alimentação inadequada, sedentarismo, estresse, obesidade, uso de bebidas alcoólicas, são algumas das consequências nada benéficas daquelas “bênçãos” que estão sendo trazidas por aqueles “deuses”.
E, lá na “linha de chegada”, estas “bênçãos” podem acabar se traduzindo em infartos agudos do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais e, até mesmo, em óbitos.
A revista Melhor, em 2013, publicou uma reportagem alarmante sobre a saúde dos executivos com idade média de 40 anos, os quais relato abaixo:
  • 25% deles já tem risco moderado de infarto;
  • sedentarismo: atinge de 40% a 63% dos executivos;
  • estresse: atinge de 31,7% a 37% dos executivos,
  • ansiedade: atinge 18,2% dos executivos;
  • fadiga: atinge cerca de 15% dos executivos;
  • colesterol: atinge de 11% a 50% dos executivos;
  • obesidade: atinge de 8 a 17,6% dos executivos;
  • diabetes: atinge cerca de 7% dos executivos;
  • insônia: atinge de 6% a 10% dos executivos
  • hipertensão: atinge de 20% a 22% dos executivos;
  • gastrite: atinge de 10% a 18% dos executivos:
  • depressão: atinge 8% dos executivos;
  • má alimentação: atinge 95,5% dos executivos.
Fonte: Omint, Hospital Sírio Libanes, Sul América, Med Rio
Com relação ao coração, a Organização Mundial da Saúde avalia que 17,3 milhões de pessoas morrem por ano devido à s doenças cardiovasculares.
“No Brasil, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em ambos os sexos mas, em mulheres, chegam a matar mais do que o câncer de mama”, afirma o médico Hélio Castello.
Segundo o médico, as mulheres estão, a cada ano, mais expostas ao risco, devido aos seguintes fatores:
  • 40% delas apresentam aumento da cintura abdominal;
  • mais de 20% são fumantes;
  • 18% são ex-fumantes;
  • 23% tem pressão arterial acima do nível preconizado; e,
  • 21% tem alterações dos níveis de colesterol.
Além destes fatores, para elas, o uso da pílula anticoncepcional aliado ao vício do tabagismo, constitui-se em uma das maiores causas de infarto, além de aumentar a chance do aparecimento de doenças vasculares periféricas, como trombose, varizes e até o derrame cerebral.
Este risco, para elas, aumenta a partir dos 40 anos, mas principalmente após os 50 anos, devido à menopausa, onde a produção do hormônio estrogênio é diminuída.
Outro dado estarrecedor refere-se à venda de calmantes, a qual subiu, no Brasil,  42% nos últimos cinco anos, conforma reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo.
A venda de Rivotril, Valium e Lexotan, entre 2009 e 2012, subiu de 12 para 17 milhões de caixas.
Na reportagem, a advogada Maria Ines Vasconcelos relata que o uso destas medicações “tenha se alastrado entre os executivos”.
Diante destes dados tão desfavoráveis, é fácil perceber porque a produtividade brasileira ainda está longe de acompanhar os níveis da de países que gozam melhor saúde física e mental.
Se você é um (a) profissional que se encaixa nas estatísticas acima, pare um pouco e reflita: é isto mesmo o que eu quero para mim?
Sim, convido-o (a) a esta reflexão porque você pode estar se suicidando sem saber, aos poucos, de forma lenta e gradativa.
Reflita um pouco mais: será que sou somente eu que carregarei a culpa por isso? Será que a empresa onde trabalho também não tem sua parcela de culpa para que eu me encontre neste estado? Será que ela não está promovendo um homicídio coletivo?
Quem é o verdadeiro responsável por esse suicídio-homicídio? Eu? A empresa? Ou ambos?
Este quadro assustador parece caminhar na contramão da Vida.
Hoje vivemos por mais tempo e, no Brasil, a projeção para o ano de 2050, é que nossa expectativa de vida será de 81 anos. Em 2008, esta expectativa era de 67 anos para os homens e de 70 anos para as mulheres.
E o que você e as empresas estão fazendo para que todos possam vever mais e melhor?
Muitas empresas já apresentam iniciativas neste sentido, oferecendo uma gama de ações visando melhorar a qualidade de vida integral de seus colaboradores dentro do ambiente de trabalho.
Mas, pelos resultados da pesquisa, isto ainda é pouco. Não basta montar um  grupo de corrida, por exemplo, se a adesão for pequena.
Acredito que os gestores devem começar a ver seus colaboradores não mais como pessoas-coisa (era industrial) ou pessoas-robô (era do conhecimento e da informação), mas, sim, como Seres Humanos Integrais e, a partir daí, construir um “ambiente customizado individual”, onde o colaborador possa trabalhar sentindo-se como se estivesse em sua própria casa.
Resumidamente, esta mudança será ótima para ambos, colaborador e empresa, visto que as transformações oriundas desta nova mentalidade irão impactar não apenas o corpo e a mente de cada funcionário; irão impactar também as suas almas.
Pense comigo: uma pessoa doente certamente é uma pessoa desanimada. E, literalmente, desanimada significa sem alma.
Nossa saúde, considerada de uma forma holística, não se restringe apenas ao nosso corpo e à nossa mente.
Trabalhar, colocando a alma no trabalho, faz com que a pessoa deixe de ser apenas uma “cumpridora de tarefas em troca de um salário mensal” e se transforme em uma pessoa mais motivada e mais feliz.
Nos artigos anteriores do meu projeto “A alma é o segredo da produtividade” procurei mostrar os fatores que a ela estão conectados quando da realização de qualquer atividade laboral.
“Alma” talvez seja, no futuro, a grande preocupação dos gestores. Sim, porque com uma alma mais “bem cuidada”, corpo e mente não adoecerão tanto e, aí sim, as “bênçãos” oriundas dos “deuses” PRODUTIVIDADE E LUCRO, citados no início deste texto, serão o “cartão de visitas” das empresas que estarão sempre relacionadas na lista das melhores empresas para se trabalhar.
Agora, assista ao vídeo. Talvez você comece a repensar algumas atitudes presentes no mundo corporativo. E aproveite para dar umas risadas e descontrair um pouco.
Fonte http://favaconsulting.com.br/saude-executiva-sedentarismo/

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