segunda-feira, 31 de março de 2014

Lufthansa traz maior avião do mundo ao Brasil

Jumbo deverá operar o trecho entre São Paulo e Frankfurt (Alemanha) e ampliará a oferta de passagens em 20%



    Em meio a mistérios que ainda rondam o voo MH370, operado por um Boeing 777 da Malaysia Airlines, desaparecido desde o dia 8 de março, a Boeing vem a público nesta segunda-feira (31) para apresentar a nova aeronave da Lufthansa. Trata-se de um modelo 747-8 Intercontinental, um Jumbo.
    O Jumbo tem 76,3 metros operará no vôo entre São Paulo e Frankfurt (Alemanha) nesta segunda-feira (31). "Conseguir autorização junto ao governo não tem sido fácil", diz Donna Hrinak, presidente da Boeing Brasil.
    A aeronave nova aumenta em 20% a oferta de assentos nesse voo, que tem maior demanda para viajantes de negócios, segundo Annette Taeuber, diretora-geral da Lufthansa para o Brasil. "Essa aeronave não vai atender apenas a demanda da Copa e até por isso temos um número grande de assentos na classe executiva", disse ao iG. A aeronave comporta 386 passageiros e a companhia opera no País desde 1956.
    Área de descanso da tripulação no 747-8 da Lufthansa. Foto: Barbara Ladeia/iG
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    O Jumbo promove um ganho de eficiência de 15% na utilização de combustível. Embora 40% custo operacional de uma operadora seja o combustível, o passageiro não deve esperar reduções. Gabriel Leupold, diretor da Lufthansa para a América Latina, diz que não "há correlação de preço entre economia de combustível e preço das passagens.
    Para o Rio de Janeiro, será adicionado 60% em capacidade de passageiros já que o 747-4 que operava entre São Paulo e Frankfurt passará a operar entre Alemanha e Rio de Janeiro. A empresa conseguiu três voos adicionais para o período dos jogos.
    Leupold acredita que há demanda no Brasil para diferentes mercados, desde que as empresas sejam alemãs. "Nossos vizinhos na Europa estão em condição diferente da nossa. Acho que eles veem a demanda brasileira com mais cautela", diz.
    Avião operará em novo terminal em Guarulhos
    O gigante da Lufthansa deverá operar no terceiro terminal do GRU Airport, que ainda não está pronto. Antonio Miguel, presidente do GRU Airport, afirma que a pista terá de ter manutenção diferenciada, devido ao peso e às dimensões da aeronave.
    Barbara Ladeia/iG
    Donna Hrinak brinca de aeromoça no 747-8 da Lufthansa
    Miguel afirma que o Terminal 3 já está com obras 98,5% concluída. "Dia 11 de maio ele estará pronto", diz. Serão 24 companhias operando no terminal até setembro. Lufthansa, TAP e Swiss serão as três primeiras empresas a migrar para o novo terminal.
    Correção técnica foi solicitada pela FAA
    Competindo com o gigante A380, da francesa Airbus, o 747-8 Intercontinental da Boeing já enfrenta questionamentos. Com 66 aeronaves entregues, a Administração Federal de Aviação (FAA) americana solicitou a remoção de um software defeituoso relacionado aos motores da GE.
    O software não chegou a apresentar problemas e a Boeing já recomendou a atualização do produto em todas as aeronaves, mesmo as que operam fora dos Estados Unidos, onde a decisão legal vigora. Segundo Donna, da Boeing, a maior parte das empresas aéreas já fez a atualização do software.
    Adalberto Febeliano, professor de transporte aéreo da Anhembi Morumbi, destaca não há grandes risos envolvidos. "Ninguém precisa se preocupar: nem quem voa na aeronave nem quem mora em volta de aeroportos", diz.
    No entanto, ele afirma que a preocupação do FAA parece grande, uma vez que solicitaram a alteração de todas as aeronaves que operam nos Estados Unidos até o dia 8 de abril.
    Para ele, a decisão não está relacionada aos problemas do 787 Dreamliner, último modelo lançado pela companhia, que apresentou problemas nas baterias e rachaduras nas asas. Na época de seu lançamento, em 2007, a aeronave foi um sucesso de vendas, com 670 unidades encomendadas já no dia do lançamento.
    A presidente da Boeing Brasil afirma que, embora haja boas semelhanças entre o Dreamliner e o novo Jumbo, a bateria não é um componente em comum entre os modelos. "O primeiro voo do 747 foi em 2011, temos mais experiência quanto aos problemas que ele poderia apresentar do que tínhamos com o Dreamliner", afirma a executiva.
    No longo prazo, reputação da Boeing segue intocada
    Mesmo com esses percalços, nem mesmo o desaparecimento do voo MH370, da Malaysia Airlines foi capaz de derrubar a percepção dos investidores e clientes sobre a empresa. No ano passado, a empresa teve um ganho de 6% sobre o seu faturamento, totalizando US$ 86 bilhões.
    Para os próximos cinco anos, a expectativa dos analistas é de um crescimento de mais de 10% no valor de mercado da empresa. Este trimestre, no entanto, deve vir com resultados fracos, 9% inferiores ao trimestre passado, segundo os analistas consultados pelo Yahoo Finances.
    Fonte http://economia.ig.com.br/empresas/2014-03-31/lufthansa-traz-maior-aviao-do-mundo-ao-brasil.html

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