quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Atenção deve sair da logística e ir para o debate pedagógico

Pelas análises iniciais, temos o segundo ano consecutivo em que o Enem foi realizado sem maiores transtornos - depois de três edições marcadas por graves problemas. Dessa forma, 2013 parece consolidar a guinada esperada: a atenção começa a sair da parte logística e segue para o debate pedagógico.
A segurança da aplicação não é só um alívio para o governo, que se livra da pressão política de não conseguir organizar a prova. Esse acerto logístico é também essencial para o uso do Enem como vestibular por um número maior de universidades e para o avanço de um esperado diálogo do exame com o ensino médio.
A consolidação do Enem como vestibular já se mostra certa. E com ela a influência que começa a ter sobre as escolas. Mas a articulação com o ensino médio ainda é imprecisa. A reorganização do currículo em áreas, como é o exame, e não mais em disciplinas, é um dos pontos que parecem avançar na discussão, mas ainda não há aplicação. Uma educação por competências, que fuja da tradição conteudista, fica ainda mais distante.
Por causa do histórico de problemas, os esforços relacionados ao Enem acabaram centralizados em esquemas de segurança, distribuição e aplicação. Inúmeras outras possibilidades, como uma análise inteligente dos dados estatísticos que o Enem produz, ficaram em segundo plano.
O próprio Inep recebeu muitas críticas por atrasar a divulgação de dados educacionais e por manter praticamente toda sua estrutura no Enem. Desde 2008 não se divulga nem sequer um boletim para as escolas. Com a tranquilidade da execução deste ano, já é possível esperar mais.

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