quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A vez do setor hoteleiro

Três milhões de turistas brasileiros e 600 mil visitantes estrangeiros devem fazer cerca de oito milhões de viagens pelo País durante a Copa do Mundo 2014, de acordo com a previsão do Ministério do Turismo (MTur). Para evitar que a concentração de viajantes se restrinja às cidades que receberão os jogos, o órgão e o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) devem promover 50 destinos turísticos próximos às 12 cidades-sedes. Essa ação -- consequência da elevada demanda de turistas que o País receberá -- promete criar oportunidades de expansão para o setor hoteleiro no Brasil.

Para o mercado de trabalho, esse movimento é positivo, mas especialistas alertam: para não desperdiçar investimentos, é preciso cautela e planejamento antes de sair contratando. “Apostar em bons profissionais é sempre interessante; em longo prazo, são eles que podem fazer a diferença para fidelizar esses clientes que estão chegando”, afirma Carolina Piber, diretora de Marketing da Hoteis.com para a América Latina.

A qualificação dos profissionais, antigos e novos, é outro cuidado que não pode ser esquecido. “O que realmente vale a reserva para os turistas são hotéis que estejam preparados para ir além e que tornam a estadia um pouco mais fácil – saem à frente aqueles que conseguem fornecer informações sobre como chegar aos eventos, sugerir ótimos restaurantes, apontar cantos escondidos na cidade e dar dicas de locais que devem ser visitados”, diz Carolina.

Para atingir esses objetivos, e no contexto da Copa, é fundamental que todos os colaboradores estejam aptos, por exemplo, a atender hóspedes em diversos idiomas. A preocupação está presente na rede hoteleira InterCity, que conta hoje com 958 estabelecimentos no País. De olho na importância de uma recepção impecável, a empresa já oferece treinamentos para os seus colaboradores, como cursos de inglês. “O Brasil se tornou um cenário rico aos olhos do mundo e precisamos suprir essa expectativa”, explica Deyzi Weber, gerente de RH da rede.

Voltado para auxiliar os turistas estrangeiros em situações rotineiras, como fornecer informações no balcão de atendimento ou explicar como pegar um táxi, o curso de inglês oferecido pela Rede InterCity é realizado dentro dos hotéis uma vez por semana, durante uma hora, e tem duração de seis meses. “Iniciamos o curso em Porto Alegre e nossa previsão é de que até 2014 todos os funcionários da rede recebam o treinamento”, afirma a gerente.

A rede também oferece outros subsídios para auxiliar na formação de seus colaboradores, como o custeio de 50% do valor de cursos particulares de línguas, pós-graduação e MBA, de acordo com o nível de qualificação do profissional. Os objetivos da rede, nesse caso, explica Deyzi, além de reter seus talentos, é preparar a equipe para futuras oportunidades em postos de liderança.

Deizy conta ainda que a InterCity prevê uma expansão para 2013 e 2014 que contempla a construção de 30 novos empreendimentos no País. O projeto, afirma, é parte de estratégia que visa mudar o foco de atendimento mundial da rede. Se antes ele era voltado majoritariamente para o universo corporativo, agora os holofotes miram também a classe C. “Nossa expansão não está relacionada apenas à Copa, mas ao crescimento do País e às oportunidades que estão surgindo nesse novo cenário”, diz a gerente.

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