sábado, 28 de abril de 2012

No risk, no fun!

Quando estive na Austrália, em férias, e para conhecer meu neto, em uma conversa com meu genro, ele exclamou:
- No risk, no fun!
Ou seja, onde não houver risco, não haverá emoção.
Esta frase me fez pensar em duas coisas.
Em primeiro lugar, o que é risco?
Risco é uma probabilidade de um evento qualquer que, ao ocorrer, pode causar algum tipo de dano.
O risco pode acontecer em qualquer momento do nosso cotidiano sendo que, muitas vezes, nem o percebemos.
Um exemplo típico é atravessar um rua fora da faixa de pedestres. Neste caso existe o risco de ser atropelado.
O risco pode ser avaliado e/ou medido quando, por exemplo, recebemos uma promoção, mudamos de emprego, começamos um novo relacionamento, etc.
Imagine-se, leitor ou leitora, em um barco a remo. Você põe força nos remos e, em uma superfície sem ondas, tranquila, o barco desliza suavemente. Seus movimentos são repetitivos. Não existem obstáculos a serem superados. Sua travessia não apresenta risco algum até o seu término.
Agora, imagine-se em um caiaque praticando rafting. Você vai por uma corredeira e terá que superar inúmeros obstáculos como pedras, quedas d’água, a força do rio…, o que é natural neste tipo de esporte. Só que, neste caso, você terá muitos riscos até o seu término.
Imaginou-se nas duas situações? Então responda: em qual das duas situações você se divertiu mais?
Se você respondeu que foi na primeira situação, pode ser que você seja uma pessoa mais racional, previsível, acomodada e que tenha um certo medo de correr riscos.
Se você respondeu que foi a segunda situação, você é ciente que, para alcançar um objetivo é preciso correr riscos.
Existem autores que afirmam que a palavra RISCO vem do latim RISICU, que significa OUSAR, isto é, atuar perante o perigo.
E, para ousar, ter uma atitude empreendedora, é necessária uma série de competências como criatividade, flexibilidade, destemor, foco e persistência, entre outras.
Qualquer caminho, qualquer jornada, qualquer aventura que desejamos seguir ou vivenciar, apresenta obstáculos a serem superados e riscos que podem nos levar ao fracasso.
O que faz um rio quando encontra um obstáculo em seu caminho? Ele para? Fica esperando alguém removê-lo? Não. Ele simplesmente procura contorná-lo e seguir adiante.
Esta é uma lição que deveria servir de exemplo a todos nós quando a insegurança, o medo de fracassar ou a vontade de desistir comecem a se manifestar para abortar a nossa jornada.
Para vencer os obstáculos, e os riscos a eles inerentes, é necessário desenvolver, durante a jornada, uma atitude de prudência.
Às vezes é preciso recuar um passo para poder se avançar dez passos, tática semelhante à usada por exércitos em guerra. E você, certamente, quer vencer esta “guerra”.
Correr riscos faz parte da nossa Vida. Diariamente estamos correndo uma série de riscos: assalto, sequestro, quedas e fraturas ósseas, sofrer uma frustração, etc.
Augusto Cury, em seu livro As quatro armadilhas da mente e a inteligência multifocal(Ediouro, 2009), nos diz:
Eliminar todos os riscos da humanidade geraria pessoas autoritárias, individualistas, ensimesmadas, agressivas, deprimidas, entediadas.
O risco implode nosso orgulho, esfacela nosso egocentrismo, nos une, nos estimula a criar laços e experimentar a difícil arte de depender uns dos outros.
Sem riscos a psique não teria poesia, criatividade, intuição, inspiração, coragem, determinação, espírito empreendedor, necessidade de conquista. Sem riscos não conheceríamos o sabor das derrotas nem o paladar das vitórias, pois elas seriam um destino inevitável, não o fruto de batalhas. Sem riscos não erraríamos, não choraríamos, não pediríamos desculpas, não teríamos necessidade de humildade em nosso cardápio individual.
Para se lograr a liberdade, necessitamos ser ousados. E ousadia significa correr riscos.
Não tenha medo de correr riscos. Lembre-se que:
O risco deriva do fato de você não saber o que está fazendo. (Warren Buffet)
Para o prêmio ser grande, a aposta tem que ser arriscada. (Beto Loureiro)
Quem triunfa sem risco, sobe no pódio sem glória. (Augusto Cury)
Em segundo lugar, o que é transformar trabalho em diversão?
Gosto muito da frase que diz: quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?
Você já se fez esta pergunta? Ainda não?
Você faz sempre tudo igual? Vive na sua zona de conforto?
Se a sua resposta foi SIM às perguntas acima, não se esqueça que tudo está em constante mutação. E você, além de não se aperceber desta realidade, continua fazendo as mesmas coisas e do mesmo jeito.
Quem quer transformar trabalho em diversão precisa, inicialmente, sentir-se livre. Livre dos mesmos pensamentos, da mesma forma de agir, das mesmas atitudes. E somente quando se é livre, nos tornamos mais criativos e inovadores a ponto de nos transformamos e ao nosso entorno.
Sei que o caminho não é fácil. Mudar não é fácil. Mas se você acreditar em si mesmo, o processo fica facilitado.
Veja o que o antropólogo Joseph Campbell (1904-1987) descreveu em seu livro The hero of a tousand faces (O herói de mil faces). Denominada a jornada do herói, ela é composta de doze estágios:
1º – Mundo comum
É o mundo normal do herói, a vida do dia-a-dia, a zona de conforto.
2º – O chamado da aventura
A rotina do herói é quebrada por algo insólito, inesperado, incomum.
Algo se apresenta ao herói: uma busca, uma jornada, um problema, um desafio,uma aventura.
É quando ele e vê obrigado a fazer algo novo, a sair da mesmice.
3º – Recusa do chamado ou reticência do herói
O herói se recusa ou demora a aceitar o desafio, geralmente por sentir medo. Ele reluta, não quer envolvimentos e prefere seguir sua vida.
4º – Encontro com o mentor ou ajuda sobrenatural
O herói encontra um mentor que o faz aceitar o chamado, o treinará para a aventura e será o responsável para desenvolver as habilidades necessárias para a jornada.
5º – Cruzamento do primeiro portal
O herói abandona o mundo comum para entrar no mundo especial ou mágico, É o “ponto sem retorno”.
6º – Provações, aliados e inimigos
Neste novo ambiente o herói enfrenta testes, encontra aliados e enfrena inimigos, de forma que aprende as regras deste mundo novo. Tudo com a finalidade de qualificá-lo para vencer.
7º – Aproximação
O herói se aproxima do seu objetivo, tem êxito durante as provações e segue em frente.
8º – Provação difícil e traumática
A maior crise da aventura, de vida ou morte. É a luta com o antagonista.
É onde existe maior tensão.
É o auge da crise.
É o momento que pode levar ao êxito ou ao fracasso da jornada.
9º – Recompensa
O herói enfrentou a morte, seu maior desafio, venceu o medo e ganhou uma recompensa (“o elixir”).
10º – O caminho de volta
O herói deve voltar ao mundo comum. Mas ainda corre os perigos do mundo novo. Os inimigos continuam de olho nele.
11º – A ressurreição do herói
Outro teste no qual o herói enfrenta a morte. Deve usar tudo o que foi aprendido para derrubar seu pior inimigo.
É uma espécie de exame final.
12º – Regresso com o elixir
O herói volta para casa com o “elixir” e o usa para ajudar a todos no mundo comum.
Ele volta transformado e nunca mais será o mesmo.
Quando você acreditar que pode mudar algo ou “fazer algo pela primeira vez”, acredite nessa ideia, vá em frente. Mesmo correndo o risco de não dar certo e das opiniões dos “do contra”   e daqueles que vão lhe achar maluco ou “louco de pedra”.
Se você partir para a execução de sua ideia sabendo de tudo isso, certamente você terá uma força interior inabalável (automotivação) que o levará a atingir o seu objetivo.
E, certamente, você o fará sem desespero, sem estresse, sem ansiedade e angústia. Tudo fluirá de uma forma bem melhor.
E, ao chegar ao final de sua jornada, você verá que o seu projeto pode até ter lhe dado um trabalho insano, mas você o desenvolveu de uma forma alegre e divertida.
O seu trabalho se transformou em uma grande diversão devido  única e exclusivamente à sua atitude, mesmo sabendo que iria correr riscos.
Lembre-se também destas frases:
- A obra sempre parece fácil quando trabalhar é um prazer. (Cardeal de Bernis)
- Nunca trabalhei em minha vida -era sempre pura diversão. (Tomas A. Edson)
- Escolha um trabalho que você ame e não terá de trabalhar um único dia de sua vida.(Confucio)
Exerça sempre seu poder de ser livre. Ouse, corra riscos e… divirta-se.
No risk, no fun!!!
Fonte: http://favaconsulting.com.br/riscos-e-desafios/?utm_source=Rede+O+Gerente&utm_campaign=f980027bf7-Rede_O_Gerente_13_04_2012&utm_medium=email

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