terça-feira, 29 de novembro de 2011

Tenha o cheque especial como aliado

As lições que você precisa aprender para usá-lo ao seu favor

O cheque especial é o jeito mais rápido e fácil de conseguir dinheiro para cobrir as dívidas. O problema é que é o mais caro também. Os juros médios ficam em 8,5% ao mês e chegam a 160% ao ano. A pesquisa mostrou que os funcionários que estão em pior situação financeira ficam 15 dias por mês usando o limite do cheque especial. Exatamente, o salário dura apenas duas semanas e quando cai na conta é usado pelo banco para cobrir o saldo devedor. 

A vida financeira se torna uma bola de neve de pagamento de juros e mais juros. A sensação é de que, quanto mais você trabalha, menos dinheiro tem.

Lição 1
No mundo ideal, seria prudente ter uma quantia de dinheiro equivalente a seis meses o valor de seus gastos mensais para cobrir eventualidades e não usar o cheque especial. O dinheiro deve ficar aplicado em investimentos que podem ser sacados a qualquer momento, com boa liquidez, como a caderneta de poupança e os Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Dessa forma, não seria necessário usar o limite do cheque especial, que é concedido pelos bancos sem a gente pedir. 

Lição 2
O uso do limite especial pode, — e deve — ser usado para contratempos por, no máximo, dois ou três dias. Para períodos maiores, recorra às linhas de financiamento mais baratas, como o crédito consignado, que tem juros de 2% ao mês. 

Lição 3
Se você já caiu no cheque especial e a empresa em que trabalha deposita sua remuneração em uma conta-corrente, é preciso conversar com o departamento de recursos humanos para mudar essa situação. Você pode pedir para que seja aberta uma conta-corrente em outro banco na qual sua grana será creditada.

Lição 4
Se você está endividado, vá até o banco em que está devendo e peça a renegociação do valor da dívida. "Quando negociar qualquer dívida, nunca aceite a primeira proposta, procure barganhar. Se for oferecido dividir o débito em seis meses, peça 20. Claro que essa proposta não será aceita, mas as parcelas podem ficar em 15 ou 12 meses", diz Emanuel Gonçalves Silva, criador do SoS Dívidas. Agora, se você tem sangue frio e não se incomoda em ter seu nome incluído nos cadastros de maus pagadores — no Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) ou no Serasa —, pode esperar até dois anos para renegociar o débito em condições melhores, com prazos maiores e juros mais baixos. É que depois desse período os bancos consideram que você não irá mais pagar a dívida e decidem renegociar para tentar receber pelo menos uma parte do dinheiro. "Ter dívidas não é pecado nem crime, basta ir até o banco e renegociar", diz Rogério Estevão, superintendente executivo de empréstimos do Grupo Santander, em São Paulo. 

Uma modalidade recente de crédito que está começando no país, mas que já é comum no exterior, e pode ser usada na renegociação de seus débitos é o refinanciamento da dívida. Seu carro e sua casa servem como garantia nos novos empréstimos. Caso você não pague o combinado, o banco pode tomar o seu bem. Nesse modelo, como há uma garantia física, as taxas de juros ficam mais baratas, 1,5% ao mês. O problema é que, se você não pagar perde, seu carro ou sua casa. Vai encarar?


Fonte: http://vocesa.abril.com.br/organize-suas-financas/materia/tenha-cheque-especial-como-aliado-643586.shtml

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