quarta-feira, 2 de julho de 2014

Que tipo de trabalho faz seus olhos brilharem?

trajetoria-profissional

Você já reparou que pessoas que trabalham com e naquilo que são apaixonadas tem um brilho característico no olhar? Talvez até o mesmo brilho que se percebe quando duas pessoas apaixonadas se olham.
E o que as faz ter este mesmo brilho quando grande parte das pessoas que compõem a massa trabalhadora está insatisfeita com sua atividade laboral?
Muitas podem ser as respostas para esta infelicidade, o que faz com que pensem em desenvolver outro tipo de trabalho que as façam mais felizes, o que implicaria, talvez, em até uma mudança de carreira.
Se você está insatisfeito ou insatisfeita com seu trabalho, já pensou em abandonar sua carreira de gerente administrativo em uma grande empresa para abrir um santuário de leões-marinhos no meio do deserto do Saara?
Pode-se pensar em uma grande variedade de atividades laborais e se buscar uma que realmente nos faça felizes, que faça nossos olhos brilharem. Desde se tornar, por exemplo, um tradutor free lancer, um fotógrafo de fim de semana ou ir trabalhar em uma clínica veterinária.
Talvez o grande e maior problema que pode fazer com que não se parta da intenção para a decisão e a ação seja o medo ou a falta de coragem para tal.
“Tememos que o trabalho não nos ofereça a satisfação esperada, ou que não sejamos bem-sucedidos no novo campo de atuação, ou que estejamos muito velhos para mudar, ou que não possamos assumir o risco econômico com um financiamento doméstico tão caro por pagar, ou então que não possamos retornar ao nosso antigo emprego caso o plano de virarmos artistas de marionetes ou perfumistas não de certo”, afirma Ronan Krznaric, membro fundador da School of Life.
Concordo que muitas pessoas acabam se acomodando em uma atividade que lhes renda um excelente ganho monetário e status social e financeiro.
Estas pessoas, mesmo infelizes, podem dedicar de 10 a 12 horas por dia ao seu trabalho, mas tem a garantia de preencher suas necessidades e as de sua família.
Esta total dedicação ao trabalho pode abrir duas possibilidades: a de se tornar um workaholic ou um worklover, onde a diferença está onde cada um encontre sentido e realização naquilo que faz; o “brilho nos olhos” do título deste texto.
De que adianta se dedicar até metade das horas do dia a uma atividade que lhe renda um bom salário, mas que, em contrapartida, lhe deixa em frangalhos no que se refere à sua saúde física e mental e aos seus relacionamentos?
De que adianta você carregar em seus olhos não o brilho, mas lágrimas de infelicidade?
Enfim, este é um caminho.
O outro caminho é escolher uma atividade que lhe traga sentido, prazer, tesão, felicidade, mesmo que não lhe traga excelentes ganhos e status, mas que lhe faça mais feliz. Uma atividade que pode lhe trazer outros benefícios, como uma melhor saúde, mais tempo para seus relacionamentos e para seu lazer.
Exemplifico esta diferença nas seguintes frases:
- Argh! Tenho que ir trabalhar, para o primeiro caso.
- Oba! Vou trabalhar, para o segundo caso.
Se o dinheiro e o status podem ser a motivação principal para o primeiro caso (motivação extrínseca), para o segundo caso os fatores motivacionais (motivação intrínseca) são o sentido que o trabalho faz em sua vida e a liberdade e a autonomia de você poder ser o chefe de si mesmo.
É de Joe Dominguez, um filho de cubanos que imigraram para os Estados Unidos e que foi trabalhar como analista financeiro em Wall Street, o seguinte depoimento:
“Quando trabalhei em Wall Street vi que a maioria das pessoas não fazia do trabalho a sua vida, mas a sua morte. Voltavam para casa, depois do expediente, um pouco mais mortas do que quando tinham começado pela manhã.”
Embora ser um profissional autônomo possa lhe fazer mais feliz, atente para  depoimento de Fiona Robyn que, depois de trabalhar por anos em uma grande empresa, resolveu seguir sua paixão, que era escrever:
“Trabalhar por conta própria é maravilhoso e terrível. Não temos feriados ou licença médica, e nenhuma segurança. Nenhuma oportunidade de desenvolvimento é oferecida para mim, a não ser que eu mesma pague por ela, e não há ninguém para elogiar meu trabalho ou esmo para perceber quando estou trabalhando duro. Se eu não tomo cuidado, o trabalho facilmente extrapola para antes do café da manhã, depois do jantar e para os fins de semana. Se alguma coisa der errado, não há ninguém a quem culpar ou com quem conversar.”
A verdade é que hoje nós temos caminhos para fazer com que nosso trabalho se adéque ao nosso modo de vida e não o contrário, ou seja, adequar nosso modo de vida ao nosso trabalho.
Por isso muitos jovens, e até adultos, tem escolhido o caminho da autonomia para o desenvolvimento do seu trabalho.
O jovem por não querer seguir o caminho de seus pais e seus avós (um único emprego durante toda a sua vida economicamente ativa) e os adultos pelo mesmo motivo, só que de forma inversa, ou seja, exercerem sua escolha de liberdade sendo donos do próprio nariz.
Se, “sem trabalho, toda a vida apodrece, mas quando o trabalho é desprovido de alma, a vida sufoca e morre”, como escreveu Camus, as pessoas estão procurando atividades laborais com as quais se identificam mais de acordo com seus valores, sua vocação, ter um propósito, fazer a diferença, fazer deste trabalho uma missão de vida e, acima de tudo, trabalhos que os deixem felizes integralmente e que as façam se sentir mais humanas e não mais que se façam sentir “coisas”, “máquinas” ou robôs’.
“Coisas”, “máquinas” e robôs” são desprovidos de emoções e, hoje, sabemos, que as emoções também fazem parte de nossa atividade laboral.
Quero, sim, encontrar uma atividade onde meus olhos possam brilhar cada vez mais e onde minhas emoções façam parte do produto ou serviço final a ser entregue.
Que este brilho nos olhos seja o farol que ilumine sua trajetória profissional.
Fonte http://favaconsulting.com.br/trajetoria-profissional/

terça-feira, 1 de julho de 2014

Varejista de madeira na Inglaterra retira produtos de origem amazônica das lojas

A megaempresa britânica Jewson, especializada em vendas de madeira e materiais de construção, anunciou que vai retirar temporariamente toda a madeira de origem amazônica de suas mais de 600 lojas na Inglaterra, sobretudo os deques feitos à base de Ipê. O anúncio se deu após denúncia do Greenpeace sobre a contaminação do mercado de madeira da Amazônia, região que sofre com altos índices de ilegalidade nas áreas de extração madeireira.

Segundo nota da própria Jewson, emitida em conjunto com sua fornecedora, International Timber, são exigidos das empresas brasileiras somente os documentos oficiais de movimentação de madeira (DOF-GF3), apontados pelo Greenpeace como insuficientes para garantir origem legal da madeira. Após as denúncias, a empresa britânica prometeu auditar sua cadeia para conhecer a origem de seus produtos independentemente da documentação oficial, e contratou especialistas no Brasil.

A Jewson compra madeira da International Timber (ambas pertencentes ao grupo Saint Gobain) que, segundo a própria Jewson, tem como fornecedores no Brasil as empresas Solimad Madeiras e Condor Florestas. Estas últimas são exportadoras de madeira baseadas no Estado de Rondônia, e já receberam multas do IBAMA de mais de R$ 5 milhões por desmatamento, extração ilegal de madeira, lavagem de dinheiro e falsificação de documentação oficial.

“O mercado internacional está preocupado, e começa a tomar medidas contra a madeira ilegal. Enquanto isso, no Brasil, mesmo após as denúncias do Greenpeace sobre o descontrole do setor madeireiro, nada foi feito. Não dá para os governos estaduais e federal fingirem que está tudo bem. Já passou da hora de agir, começando pela revisão dos planos de manejo na Amazônia”, defendeu Marina Lacôrte, da campanha da Amazônia do Greenpeace.

Em maio, o Greenpeace lançou um relatório sobre a atual situação da ilegalidade no mercado madeireiro na Amazônia, usando como exemplo casos de planos de manejo com indícios de fraude no Estado do Pará. A denúncia foi feita no Brasil e em oito países que compram madeira amazônica.

Mais de 80 mil apoiadores da campanha na Inglaterra pediram que a Jewson suspendesse o comércio de madeira amazônica até que pudesse garantir a origem legal dos produtos. A empresa negou ilegalidades com nota divulgada no dia 16 de maio, mas assumiu que deve buscar saber a origem de seus produtos.

O governo britânico também iniciou uma investigação sobre a Jewson [2], segundo informou o National Masurament Office – NMO, responsável por implementar a EUTR, a lei que regulamenta o mercado madeireiro na União Europeia (European Union Timber Regulation). Editada em março de 2013, a EUTR afirma que os importadores devem ser prudentes e tomar medidas necessárias para evitar a contaminação do mercado da União Europeia com madeira ilegal. Porém, cada país deve implementá-la individualmente.

A campanha pelo mundo
Na França, um carregamento de maçaranduba com madeira suspeita de ser ilegal chegou ao porto de Le Havre, na França, no último dia 10 de junho. Adquirido da empresa Rancho da Cabocla pelo grupo Belga Saelens, ele é proveniente do porto de Belém, no Pará, estado em que 78% das áreas de exploração madeireira são consideradas ilegais.

A madeireira Rancho da Cabocla apresenta um histórico de ilegalidades no setor madeireiro e acumulou uma série de multas por extração ilegal de madeira e seu comércio, e também por falsificação de informações. A Saelens deveria saber que a compra de madeira nessas condições merece mais atenção do que somente a apresentação de papéis oficiais.

O Greenpeace pediu às autoridades belgas para efetuar os controles previstos na EUTR e, se necessário, aplicar as devidas sanções. Já na França, a EUTR ainda não foi regulamentada, o que significa que, até que a França aprove e publique seu regulamento, muita floresta ainda poderá ser destruída.

Autoridades competentes e empresas importadoras de outros países europeus também estão demonstrando preocupação com a situação da madeira amazônica brasileira. A Espanha classificou a madeira da Amazônia como de alto risco, enquanto na Itália o ministro italiano de Agricultura e Florestas, Maurizio Martina, anunciou a aprovação de decreto que regulamenta a aplicação da legislação europeia de combate à madeira ilegal.

O único que parece não se preocupar de fato é o governo brasileiro, cúmplice dessa situação, e que até agora não se pronunciou sobre as denúncias do Greenpeace. Enquanto o governo segue calado, a floresta amazônica continua sendo predatória e ilegalmente destruída e vendida aos pedaços, com papel oficial e tudo.

Fonte http://portogente.com.br/noticias-do-dia/varejista-de-madeira-na-inglaterra-retira-produtos-de-origem-amazonica-das-lojas-82540