segunda-feira, 30 de julho de 2012

Construções sustentáveis


O Brasil conquistou o quarto lugar no ranking mundial de construções sustentáveis, conforme estudo do órgão
internacional Green Building Council (USGBC). A lista é liderada pelos Estados Unidos, onde o conceito 
se desenvolveu a partir do início da década de 90 e foi seguido à risca em 40.262 edificações.

Em seguida, vêm a China, com 869 construções, e os Emirados Árabes, com 767. No País, em 2004, foi construído
o primeiro prédio com o uso de materiais e técnicas sustentáveis, mas apenas três anos depois a indústria 
da construção conquistou a certificação no USGBC para oito projetos.

Nos últimos cinco anos, o Brasil ganhou 526 empreendimentos sustentáveis - 52 edifícios já certificados e outros
474 em busca do selo.

A tendência é de franco crescimento desse tipo de construção, uma vez que o conceito se transformou em um dos
maiores apelos do setor imobiliário e também do governo, não por modismo, mas pela comprovada eficiência na
redução de custos operacionais para quem ocupa os novos prédios sustentáveis.

Uma empresa instalada num prédio desses gasta menos com energia, reutiliza a água, diminui os resíduos e tem 
a manutenção predial facilitada.

Estima-se que a redução média assegurada por esse tipo de construção chegue a 30% no consumo de energia e 
a 50% nos gastos com água. O custo operacional fica entre 8% e 9% mais barato do que a manutenção de 
um prédio convencional.

O governo tomou a decisão de ampliar o uso de técnicas e materiais sustentáveis nas obras públicas. O Programa
Minha Casa, Minha Vida segue as normas da Portaria 465, de outubro de 2011, que buscam melhorar a qualidade
de vida das famílias atendidas.

Os projetos devem estar regularizados nas prefeituras, concessionárias e órgãos ambientais, conforme regras da
principal financiadora do programa - a Caixa Econômica Federal.

Nos empreendimentos financiados pelo Minha Casa, Minha Vida, é exigida a sua integração com outros organismos
para que sejam asseguradas a criação de novos postos de trabalho, em especial por meio da cadeia produtiva da construção civil, e a garantia de acessibilidade às áreas de uso comum dos prédios. 

No quesito ambiental, o Minha Casa, Minha Vida é orientado pelo Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade
do Hábitat, que estabelece o uso de materiais de construção produzidos conforme rígidas normas técnicas, como
madeira de origem legal, e a contratação de construtoras certificadas.

A medição individual do consumo de água e energia em cada unidade habitacional, o plantio de uma árvore por
unidade e o uso de aquecedor solar nas casas são requisitos para esses empreendimentos, que atendem famílias
com renda inferior a R$ 1,6 mil.

O programa prevê ainda ações de caráter socioeducativo para assegurar a autonomia das famílias e a participação
dos próprios moradores para garantir a sustentabilidade dos conjuntos habitacionais.

Em São Paulo, o Green Building Council Brasil está atuando com a CDHU com o mesmo objetivo de assegurar
sustentabilidade às moradias populares. As unidades contam com a chamada cobertura verde, aproveitamento da
água pluvial, aquecimento solar e aumento do pé-direito para tornar as casas menos quentes.

Prefeituras que promovem iniciativas semelhantes poderão receber até R$ 3 milhões para transformar prédios
públicos comuns em edifícios sustentáveis, capazes de reduzir o consumo de água.

Para obter os recursos, originários da Agência Nacional de Águas, os governos locais devem apresentar projetos de
boas práticas na conservação da água, até 17 de setembro.

Eliminar vazamentos, modernizar os equipamentos hidráulico-sanitários, estabelecer medição setorizada em
banheiros e cozinhas, além de controle independente para as diferentes fontes de abastecimento, são requisitos
necessários nos projetos.

Em todas as esferas de governo e setores de atividades cresce a consciência da necessidade de dar ao País um
forte impulso para se manter entre os mais sustentáveis na construção civil.
 
Por O Estado de São Paulo - SP

Nenhum comentário:

Postar um comentário