sexta-feira, 31 de maio de 2019

Recrutamento Interno X Recrutamento Externo

Recrutamento e Seleção ocupa hoje um lugar muito importante nas empresas, não só pela área ser responsável pelo processo que oferece aos Gestores escolherem o melhor profissional que eles possam considerar para a oportunidade, mas por ocupar cada vez mais um espaço estratégico. O que antes chamávamos de Recursos Humanos ultilizados pela empresa, hoje enxergamos uma evolução do processo de Gestão de pessoas e ver um novo caminho, o do capital intelectual.
Pensando na área de Recrutamento e Seleção de forma estratégica, nos deparamos com o início de qualquer processo seletivo: o Recrutamento. Que por estratégia da empresa pode ser interno, externo ou misto. Podemos fazer uma análise crítica de cada tipo de recrutamento.

Recrutamento Interno

O norte do recrutamento interno é o aproveitamento do capital humano já existente na empresa, serve como um grande fator de retenção e motivação. Quando o processo seletivo é aberto internamente é necessário checar se a empresa têm algum colaborador em potencial para oportunidade, pois o que deveria ser uma oportunidade pode tornar-se uma série de episódios de frustração com aquele que participa do processo.
Vamos avaliar o que pode ser positivo e/ou negativo neste processo, lembrando que isto sempre vai depender da situação e estratégia que a empresa vive.

Pontos positivos

  1. O colaborador está mais integrado na empresa
  2. Menos tempo aplicado no processo de seleção
  3. Motiva e encoraja o colaborador em seu desenvolvimento profissional
  4. Não requer socialização organizacional de novos membros
  5. Conhece mais da cultura da empresa

Pontos Negativos

  1. A expectativa gerada no colaborador
  2. Gestores recentidos pela perda de um bom funcionário
  3. Falta de inovações, ideias novas na equipe e criatividade
  4. Falta de inovações, ideias novas na equipe e criatividade
  5. Aumenta o conservadorismo

Recrutamento Externo

O processo seletivo quando aberto externamente exige métodos diferentes de condução, onde as técnicas devem ser bem definidas e a área solicitante da vaga deve ter de forma bem clara o perfil que o RH deverá trabalhar. Sem um alinhamento e conhecimento dessas informações o recrutamento pode tornar-se ineficiente.
Para a empresa o recrutamento externo lhe dá mais opções de levantamento de perfil e a possibilidade de escolher a que mais atende as expectativas da vaga e optar por novas experiências na organização.

Pontos positivos

  1. “Sangue novo” na organização
  2. Aumenta o capital intelectual com experiências além da rotina atual
  3. Incentiva a interação da organização com o mercado de trabalho
  4. Diferentes abordagens de problemas internos e de práticas no geral

Negativo

  1. Mais “trabalhoso” para o RH
  2. Pode reduzir a fidelidade dos funcionários por acharem que poderiam ocupar a vaga
  3. Pode interferir na motivação dos internos

Recrutamento misto

Este tipo de recrutamento é quando a empresa opta por realizar o processo seletivo com pessoas externas e funcionários, onde toda a divulgação e condução do processo seletivo é realizada de forma igual a qualquer candidato. Neste tipo de processo não há prioridade ou preferência por nenhum dos candidatos a vaga, a escolha do profissional a ocupar esta vaga vai ser através do profissional que se mostrar mais competente para atender as expectativas.
Podemos comparar um processo seletivo como um funil, amplo e aberto no começo, através das sucessivas avaliações e filtros vai de afunilando até que o candidato ideal fique no final. Quando este candidato ideal não surge na seleção é necessário inicar todo o processo novamente, o que demanda mais tempo para o RH e o gestor que precisa daquela posição, mas em contraponto tem-se a oportunidade de buscar mais a assertividade.
O recrutamento é de vital importância para as organizações uma vez que para atingir as metas e resultados da empresa precisamos de profissionais qualificados para assumir a responsabilidade.

Amanda Anjos
Psicóloga pela PUC-MG e MBA em Gestão de RH pela FMU.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Empreendedorismo na sala de aula: mitos e verdades sobre empreender


Os educadores têm sido influenciados, sobretudo pelas famílias, a levarem o empreendedorismo para dentro da sala de aula. A cobrança é reflexo de uma preocupação concreta com o futuro profissional dos filhos: o país conta com mais de 13 milhões de desempregados, sendo 4 milhões de jovens com idade entre 18 e 24 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Em um cenário de poucas oportunidades profissionais, empreender passou a ser associado a uma força econômica que permite o Brasil gerar empregos e vislumbrar um novo patamar de desenvolvimento econômico.  A escola, com o papel de formar cidadãos e capacitá-los profissionalmente, passa a ser desafiada a criar uma educação empreendedora – embora muitas não tenham vivência prática na temática.
Um dado relevante é que o empreendedorismo, a investigação científica, os processos criativos e a mediação e intervenção sociocultural são eixos que surgem fortemente no novo Ensino Médio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – modelo que deve ser implementado nas escolas públicas e privadas do país até 2021. A proposta é que essas temáticas orientem os itinerários formativos, ou seja, as atividades que os estudantes poderão escolher para serem objeto de aprofundamento de conhecimentos referentes ao mundo do trabalho e à gestão de empresas. Essa é uma medida que dialoga com a demanda de uma escola que capacita o aluno a gerir conflitos e a propor soluções para problemas socioculturais e ambientais nas comunidades nas quais o estudante vive. Na prática, uma postura perante a vida que tem muitos pontos em comum com o empreendedorismo.
Perante a urgência da demanda de preparar o aluno dentro de uma lógica de educação empreendedora – e diante de estudo da Dell Technologies que aponta que 85% das profissões que teremos em 2030 ainda não foram inventadas –, vemos surgir inúmeras iniciativas para levar a temática do empreendedorismo para dentro da sala de aula. Alguns, inclusive, com um viés pedagógico que não reflete a realidade das startupse empresas brasileiras. Parte desse equívoco reside na distância entre o ambiente e processos educacionais e os adotados no universo empreendedor. As novas formas de aprendizagem e competências levadas para o espaço escolar sobre o cotidiano de um empreendedor mostram esse abismo quase intransponível ensino e realidade.
Para se ter uma noção sobre essa distância entre escola, profissão e empreendedorismo, cito uma pesquisa conduzida pela Udemy com mil brasileiros com idades entre 21 e 35 anos. Esse mapeamento apontou que os jovens profissionais se ressentem do déficit de habilidades fundamentais para a vida profissional. Para dois terços dos entrevistados, o que mais faz falta não é o conhecimento técnico, mas capacidades que deveriam ser desenvolvidas no ambiente escolar como inteligência emocional, comunicação, gestão do tempo e pensamento crítico. Aliás, essas são capacidades fundamentais tanto para o trabalho em grandes empresas, quanto para o empreendedor. A falta da habilidade de liderar também foi apontada por um terço dos participantes da pesquisa como uma lacuna importante dentro das habilidades profissionais – temática que tem muito a ver com levar inovação, tecnologia e empreendedorismo para dentro da sala de aula. 
Nos últimos sete anos, como cofundador da Geekie, tenho trabalhado com toda a comunidade escolar para projetar e implementar estratégias de aprendizagem, apoiadas por soluções tecnológicas, metodologias inovadoras e formação continuada do corpo docente. Com a experiência de ter impactado mais de 12 milhões de estudantes e 5 mil escolas de todo o país, vejo a importância de criar um ambiente escolar no qual o cotidiano do aluno na escola esteja conectado com as demandas não apenas do futuro – mas, principalmente, do presente.
Nessa conjuntura é importante abordar os seis mitos que permeiam o imaginário dos alunos sobre o empreendedorismo. Embora haja um enorme glamour em torno do ato de empreender – muitos jovens acham que ter o próprio negócio é sinônimo de não ter chefe e ter uma rotina flexível –, a verdade é bem diferente. Há de se considerar, também, que o fato é que muitos educadores não têm como se contrapor a esse repertório equivocado sobre criar e gerir uma empresa, pois não têm vivência que ofereça suporte para aulas baseadas em evidências sobre a temática.
O primeiro mito que destaco é que não é possível ganhar dinheiro e mudar o mundo. Com uma nova geração pautada pela empatia e pela preocupação com o legado pessoal, essa é uma questão cotidianamente presente. A boa notícia é que é possível conciliar essas duas coisas. O país é o celeiro de uma série de negócios que surgiram para resolver problemas que atingem uma parcela grande da população. A Geekie, por exemplo, surgiu dessa forma; uma empresa conectada com o desafio de contribuir para melhorar a qualidade da educação no Brasil.
O segundo mito é que empreender garante uma rotina mais flexível. Alguns especialistas dizem que ter uma startupvirou um sonho tão popular entre os jovens de hoje como era, nas décadas de 1980 e 1990, montar uma banda de rock. Parecia que a questão se resumia a reunir os melhores amigos, compor as músicas mais bacanas e aguardar ser descoberto para virar um astro. Sabemos que a teoria na prática é outra! Não há uma rotina queseja adequada ao estilo de vida que o empreendedor quer levar. O terceiro mito reside na ideia de que para empreender nunca devemos desistir de uma ideia original. Esse é um completo e complexo mito. O empreendedor não pode se apaixonar pela própria ideia; a busca deve ser por resolver um problema. A partir daí vários ajustes devem ser feitos até tornar o produto ou serviço adequado ao consumidor que se deseja conquistar.
O quarto mito que precisa ser desfeito é que a entrega precisa ser perfeita logo no início do negócio. Essa lógica está equivocada porque é a partir do feedbackdos consumidores em potencial que o empreendedor pode melhorar o produto ou serviço. Esse tema nos remete ao quinto mito do empreendedorismo. Você precisa escutar o seu cliente para conhecê-lo. A questão é complexa porque não deveríamos focar apenas em escutar, sim de calçar os sapatos dele; observar e vivenciar o cotidiano desse cliente. O sexto mito é, na minha opinião, muito emblemático: o empreendedor é o melhor funcionário que a empresa pode ter. O empreendedor precisa contratar pessoas melhores que ele em determinadas especialidades, ou seja, tem que ter humildade para conseguir fazer o melhor para a empresa ou startup– e isso passa pela contratação correta de talentos.
Para finalizar, trago uma ideia do professor José Moran, doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e uma das maiores referências no Brasil sobre metodologias ativas e inovação na educação. Em conversa com equipe da Geekie, Moran afirmou que a escola se transforma mais lentamente do que desejamos e emritmos diferentes.O professor aponta que o empreendedorismo e a mudança de mentalidade são essenciais para transformar a escola tradicional em um ambiente inovador; salienta, entretanto, que esse fazer empreendedor deve ser associado à humanização. Concordo plenamente. Como a inserção da tecnologia, o empreendedorismo na sala de aula deve estar conectado com a intencionalidade pedagógica e com um conteúdo ancorado em evidências; na experiência de empreendedores que lidam com luzes e sombras; com desafios e alegrias de tornar um desafio em negócio.       
Eduardo Bontempoé graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e iniciou MBA no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Por entender que estava diante de uma janela de oportunidade para para empreender, deixou o MBA e fundou a Geekie com Claudio Sassaki. Menos de três anos depois, teve a certeza de que a difícil decisão foi a certa: foi reconhecido comoInovador do ano pelo próprio MIT, na publicação global MIT Technology Review

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Impropriedades no Porto de Santos

Único porto brasileiro entre os 50 que mais movimentam contêineres no mundo e o mais importante do País, o Porto de Santos recepcionou, no dia 17 último, o secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni e Silva, com batedores, circunstância e rififi. O diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) quase foi às vias de fato com o assessor Adami Campos e o demitiu por conta de demora em pagamentos previstos ao Terminal Público Pesqueiro de Laguna, também administrado pela empresa. Total falta de respeitabilidade.


Foto: Divulgação/Porto de Santos

Portogente indagou, por e-mail, Adami, que respondeu: “Tenho muito a esclarecer. Mas quem efetua pagamentos é diretor e quem não o fazia era Danilo Veras....Aliás, há outros veículos já me procurando para esclarecimento e saber várias outras impropriedades cometidas por Danilo Veras. Sobretudo há provas". Em e-mail seguinte, desconversou, alegando que "a demora nos pagamentos do Terminal Público Pesqueiro Laguna não se deve a uma pessoa específica", além de justificar que "demorar não significa não pagar".



Oriundo do mercado, o diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação é egresso da Raízen Combustíveis, do grupo Cosan, e sua diretoria administra setor do porto no qual há expressivo portfólio de negócios portuários da sua ex-empresa. Um deles é o cumprimento das cláusulas de antecipação da renovação contratual. Daí a imposição de se apurar quais são as tais provas das impropriedades cometidas pelo diretor e guardadas pelo assessor demitido.

Quando ouvida sobre o caso, a Codesp solicitou tempo para apurar informações e esclarecer o ocorrido. Temos revelado fatos do cenário portuário que demonstram que nada mudou. Há dissintonia entre a gestão e os objetivos do negócio portuário que ocorrem em Santos e demais portos nacionais, um grave e histórico problema da administração pública no segmento. Adami é advogado e professor, profissional com esclarecimento para saber e dar sentido exato ao que afirma. Impropriedades podem não ter significado em si; entretanto, no contexto em que foi denunciado, exigem apuração transparente.

Passados bem mais de cem dias de governo sem rumo no setor portuário, é de se perguntar: por que adiar mais a saída desse caos, pelo início da reforma dos portos? Essa falta de segurança administrativa é prenúncio de judicialização nas contratações e mais atraso ainda nas realizações que impulsionam a economia nacional.

P.S.: A Codesp enviou nota de esclarecimento sobre o editorial do dia 23 de maio de 2019, cujo foco é a dragagem no Porto de Santos. A resposta consta na publicação original. Como parte da resolução de um quebra-cabeça, ela será avalia no editorial desta terça-feira, dia 28 de maio.

Fonte https://portogente.com.br/noticias/dia-a-dia/107112-impropriedades-no-porto-de-santos?utm_campaign=27052019&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

terça-feira, 28 de maio de 2019

Recrutamento e Seleção na prática

O setor de Recursos Humanos vem ganhando espaço e mostrando que nos dias de hoje o grande diferencial no resultado final é a pessoa. As expressões hoje utilizadas como concorrência acirrada, globalização e instabilidade, tornaram-se vivas no mundo dos negócios (ARAUJO E GARCIA, 2009) Entende-se que a empresa deve estar bem preparada e com funcionários capacitados para enfrentar as mudanças ambientais.
Conforme o reforço de (Apud DUTRA, 2004 e MARTINS, 2006) as empresas possuem uma grande necessidade de obter pessoas comprometidas com as suas atividades, pois, o cenário mundial está em constante mudança, como a globalização a revolução tecnológica e a complexidade das estruturas organizacionais.
Cada vez mais, a empresa tem necessidade de se adaptar às mudanças do ambiente externo em pouco tempo, e isso acaba exigindo que o setor de Recursos Humanos trabalhe dobrado, buscando recrutar e selecionar os candidatos, sejam eles como recrutamento interno, externo ou recrutamento misto, e isto se deve ao fato da necessidade das organizações terem que estar sempre revendo suas carências de recurso humano há curto, médio e longo prazo (CHIAVENATO, 2006).
Atrair e manter talentos é o grande desafio da gestão de pessoas. O início deste desafio está em identificar a pessoa certa para o lugar certo nas empresas (PONTES, 2010).
Segundo Lacombe e Tonelli (2001), o RH começa a repensar o seu papel estratégico em suas atividades estratégicas, ou seja, encontrar uma forma de integrar os objetivos de longo prazo da empresa, as variáveis do ambiente e as necessidades que se tem de pessoas.No transcorrer do artigo será colocada em pauta a importância que o processo de Recrutamento e Seleção de Pessoas possui dentro das organizações, na intenção de mostrar a modernidade das atividades como ferramenta da Gestão de Pessoas (ARAUJO E GARCIA, 2009).
O setor de Recursos Humanos ganhou grande importância nos dias atuais e a sua gestão vem sendo amplamente discutida.
O cenário que nos encontramos faz com que as peças-chaves das organizações tenham que se adaptar a nova realidade, cheia de inseguranças e incertezas. Ou seja, serão as pessoas as responsáveis por todo esse processo de adaptação da cultura organizacional (ARAUJO E GARCIA, 2009), e certamente o diferencial será o processo de recrutamento e seleção de pessoas eficaz, pois, o recrutamento, segundo (CHIAVENATO, 2006) é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização.
Com o processo de recrutamento e seleção de pessoas eficiente e eficaz, o setor de recursos humanos da empresa passa a poder caminhar com mais segurança na realização dos processos de gestão de pessoas, e isto é fundamental para que a empresa consiga se adaptar as ligeiras mudanças do cenário mundial.

Breve história do Recrutamento

De acordo com (Dayse Rodrigues, 2009), sempre que se tem a intenção de conhecer melhor alguma coisa ou alguém, recorre-se a sua história. Fazemos isso para conhecer empresas, pessoas, teorias, conceitos etc. A primeira tentativa de contratação de funcionários foi na China, lugar onde também foi criada uma longa e detalhada descrição de cargo, obtendo-se resultados satisfatórios. Posteriormente, a universidade de Harvard iniciou a escolha de pessoas em bases psicológicas. Em 1917, apareceram as primeiras instituições destinadas a seleção de pessoal (Silva e Nunes, 2002).
Na revolução industrial, o surgimento das grandes fábricas veio com uma demanda muito grande mão de obra operária. Nessa época, o operário era visto como uma extensão das máquinas, sem direitos. Eis então que surge a Relação Industrial. Classe que fazia o “meio de campo” entre os industriais e os operários. Claro que naquela época o gerenciamento de conflitos era extremamente difícil, já que os patrões só visavam o lucro e os empregados lutavam por direitos.
Com o tempo, essa Relação Industrial evoluiu para o que passou a ser chamado de Recursos Humanos. Como as pessoas ainda eram vistas como meros recursos das fábricas, o termo vinha a calhar. Foi na década de 30 que a história começou a mudar, com uma singela legislação trabalhista esboçando alguns direitos que por muitos patrões ainda eram vistos como regalias.
Em 1943, foi promulgada a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, obrigando as empresas a adaptarem seus “RHs” para cumprir a lei. A partir daí, a valorização dos profissionais que trabalham na área de RH cresce constantemente. As empresas precisam estar ligadas no que está acontecendo. Quem não cuida corretamente dos seus funcionários, ou colaboradores, estará fadado ao fracasso.
Ainda existe muita confusão com as atuais nomenclaturas: Recursos Humanos, Departamento de Pessoal, Gestão de Pessoas. Mas cada uma delas tem sua função:
Recursos Humanos – Lida com funcionários. As empresas possuem diversos tipos de recursos: materiais, tecnológicos, humanos, etc. Trata de recrutamento e seleção.
Departamento de Pessoal – Cuida da parte burocrática. Contratação, pagamento, movimentação, exoneração, etc.
Gestão de Pessoas – Lida com colaboradores. As pessoas tem habilidades diferentes. A gestão de Pessoas trata de reconhecer essas habilidades, aplicando cada colaborador onde melhor renderá dentro da instituição. As pessoas aqui são vistas como seres humanos, que são diferentes, e possuem necessidades diferentes. Entender as necessidades de cada um dos colaboradores de uma empresa é um dos maiores desafios dos gestores de hoje.
Gerir recursos humanos vai além do papel. Está na capacidade de identificar talentos, direcionar qualidades, administrar conflitos e manter a casa em ordem.

Maneiras de divulgar um anúncio de vaga na empresa

A empresa poderá se utilizar de muitos veículos de comunicação para a realização o anúncio da vaga em aberto, ficará a critério da empresa se deverá constar no anúncio dados relativos ao cargo, remuneração e benefícios, abaixo segue as maneiras mais utilizadas de realizar um anúncio.
  • Edital interno;
  • Anúncio em jornais e revistas;
  • Inscrição pelo site;
  • Recebimento espontâneo de currículos;
  • Utilização de agências especializadas tradicionais e virtuais;
  • Divulgação em escolas (estágios);
  • Indicação de pessoa de confiança.

Recrutamento

Considera-se recrutamento o meio de encontrar e atrair candidatos para as posições abertas na organização (PONTES, 2010), portanto, é de suma importância que este processo esteja bem elaborado e que possua muitos candidatos, pois deve alimenta o processo de seleção, que deve disponibilizar de muitas e boas opções.
O processo de recrutamento e seleção vem se aperfeiçoando a cada dia, quando uma organização necessita de novas contratações, raramente dava oportunidade de promoção aos funcionários (ROSA, 2004). Para isso, é preciso ter processos muito bem estruturados no seu RH para garantir contratações assertivas e menor rotatividade.
O recrutamento é um processo que varia de acordo com cada organização, e isto está diretamente atrelado ao processo de abertura de vaga do setor, sendo assim permitido ao órgão de recrutamento da empresa dar início a este processo, pois ainda nos dias de hoje o setor de RH é visto como staff (apoio), (CHIAVENATO, 2006).
Para se chegar a excelência em recrutamento e seleção, é preciso saber quais as reais necessidades e como se deseja supri-la, no que abrange a carência de recursos humanos, e a partir dai tomar a decisão cabível (ARAUJO E GARCIA, 2009).
Dentro do processo de recrutamento, dependendo das políticas da organização e da gestão de RH, poderão ser adotados três meios diferentes de recrutamento, sendo eles interno, externo e misto.O setor de recursos humanos deve contabilizar as demandas e carências, devendo abranger todas as áreas e níveis organizacionais, colocando as características de forma adequada, dentro da realidade da empresa, esta busca interna pode ser substituída por um trabalho mais amplo, que se chama planejamento de pessoal,(ARAUJO E GARCIA, 2009).

Recrutamento Interno

O recrutamento é interno quando, havendo determinada vaga, a empresa procura preenche-la através de remanejamento de seus empregados, que podem ser promovidos (movimentação horizontal), ou ainda transferidos (movimentação horizontal), ou ainda transferidos com promoção (movimentação diagonal) (CHIAVENATO, 2006). Este processo só será válido se houver muita seriedade, competência e transparência durante todo o procedimento. Este processo de recrutamento interno trás vantagens e desvantagens.

Vantagens

Fonte de Motivação: Talvez seja a vantagem mais importante neste processo, pois eleva a moral interna. Na existência de uma consistente política de recrutamento interno, promove-se um espírito de autodesenvolvimento, estimulando aos demais, aqueles não escolhidos, a busca da excelência.
Menor Tempo: Neste caso, o empregado podendo ser transferido ou promovido de imediato evita as demoras do recrutamento externo, como: expectativa na resposta de um anúncio, demora natural de um processo de admissão, exame médico admissional etc.
Menor Custo: A empresa evita despesas com anúncios, honorários de consultoria externa, custo da seleção, custo da admissão etc.
Melhor Adaptação: O candidato já conhece a empresa e não precisa passar pelo período de experiência e pelo processo de integração, evitando um choque cultural.
Investimentos em Treinamento: Os custos com o treinamento são compensados com a diminuição dos custos com o recrutamento, seleção e integração dos profissionais provenientes do mercado.

Desvantagens

Treinamento: Depois da capacitação/treinamento do empregado, corre-se o risco de perdê-lo para outras empresas. Além disso, em alguns casos, os chefes preferem não transferir um profissional já treinado para uma posição onde será novamente treinado e substituído por outro que ainda deverá ser treinado.
Egoísmo da chefia: Esta pode “esconder” um funcionário de confiança para não perdê-lo.
Aqueles não promovidos: Deve-se realizar de devolução para os empregados que não foram aprovados no recrutamento interno, antes da divulgação do nome do candidato escolhido, evitando assim um mal-estar no grupo participante deste processo interno.
Carreirismo: Alguns funcionários podem ter a falsa impressão de que o recrutamento interno lhes dará sucesso na empresa.
Renovação de ideias: O recrutamento interno é questionado pela falta de contratação de profissionais oriundos do mercado, que com suas experiências possam agregar novos valores e idéias à empresa.

Recrutamento Externo

O recrutamento externo, é uma forma de captar novos candidatos vindos de fora da organização e procurar ocupar as vagas com candidatos estranhos à empresa e que estejam aptos, para suprir a necessidade da seleção, que é a de selecionar o candidato mais bem preparado para ocupar a vaga em aberta (CHIAVENATO,2006).
Existem diversas maneiras de se realizar o recrutamento externo que poderão ser através de arquivos de candidatos que se apresentaram espontaneamente ou em outros recrutamentos, apresentação de candidatos por parte dos funcionários da empresa, cartazes ou anúncios na portaria da empresa e agências de recrutamento.

Vantagens

Sangue novo: O recrutamento externo traz  novos talentos e experiências para a empresa. Com a entrada de  novos colaboradores, que não faziam até então parte dos quadros da organização, dá-se uma importação de idéias novas, que conduzem inevitavelmente a diferentes abordagens dos problemas internos da empresa e, quase sempre, a uma revisão da maneira pela qual os assuntos são conduzidos dentro desta. Com o recrutamento externo é também possível obter informações do que ocorre de importante em outras empresas, sendo uma forma bastante eficaz da empresa se manter a par dos projetos futuros e atuais da concorrência.
Experiência: A formação é normalmente um dos pontos em que a empresa gasta mais dinheiro quando contrata um novo colaborador. Por esta razão, não é de estranhar que muitas empresas acabem por preferir recorrer a um recrutamento externo para preencher uma vaga existente. Apesar de saberem que provavelmente terão de pagar salários mais elevados, sabem também que vão evitar despesas adicionais de formação e desenvolvimento e obter resultados de desempenho a curto prazo se contratarem candidatos exteriores. Estes já terão tido formação dada anteriormente pelas empresas onde trabalhavam, ou até mesmo investido na sua própria formação.
Diversidade: Muitas empresas lutam para conseguir uma equipa de colaboradores diversificada. O recrutamento externo cria, por isso, muitas oportunidades que permitem à empresa encontrar candidatos experientes e altamente qualificados, que irão ajudar a empresa a conseguir preencher estes critérios de diversidade. O recrutamento externo não só renova, como também enriquece os recursos humanos da organização, principalmente quando a política é a de admitir pessoas com gabarito igual ou superior do que o já existente na empresa.
Vantagem Competitiva: O recrutamento externo possibilita à empresa contratar colaboradores de topo e experiência comprovada, que podem tornar a empresa mais competitiva. Em alguns casos até é possível contratar colaboradores da concorrência, o que permite à empresa conhecer informações acerca desta. Este fator dá à empresa uma poderosa vantagem, que vai ajudar a manter a organização um passo à frente dos seus concorrentes.
Inovação: Funcionários contratados através de recrutamento externo são mais propensos a questionar a forma como a empresa lida com algumas áreas dos seus negócios. Este pormenor pode tornar-se numa boa oportunidade para a gestão reconsiderar algumas das praticas atuais da empresa, estimulando desta forma a mudança e o crescimento da própria empresa (ARAUJO E GARCIA, 2009).

Desvantagens

Normalmente é um processo mais demorado que o recrutamento interno. É mais caro que o recrutamentoexterno, exigindo despesas imediatas como, anúncios, agência de recrutamento, entrevistas, etc. Em princípio, é menos seguro que o recrutamento interno, pois os candidatos externos são desconhecidos;
Pode monopolizar as vagas e as oportunidades dentro da empresa, frustrando o pessoal interno quanto ao encarreira mento das pessoas. Geralmente afeta a política salarial da empresa.
Na prática as empresas nunca fazem apenas recrutamento interno ou apenas recrutamento externo (CHIAVENATO, 2006). Normalmente as empresas quando fazem uma movimentação, ou promoção para o funcionário o que gerou um recrutamento interno, porém ficou uma vaga em aberto, que deverá ser preenchida com um recrutamento externo. Devido haver muitas vantagens e desvantagens nos recrutamentos internos e externos, a maioria das empresas opta por realizar o recrutamento misto, pois a empresa irá usufruir de algumas vantagens do processo interno e algumas do externo, assim como das desvantagens.

Seleção de Pessoas

Segundo Chiavenato (2006) seleção constitui a escolha do homem certo para o lugar certo. De acordo com Pontes (2010) seleção vem a ser o processo de escolha de candidatos entre aqueles recrutados.
O processo de seleção deve ser amplamente abastecido com candidatos em potencial pelo processo de recrutamento. Este processo é um comparativo, de um lado as definições do perfil de cargo e de outro as características dos candidatos, a fim de averiguar qual deles atende as exigências do cargo (CHIAVENATO, 2006).
A triagem entre os candidatos recrutados é a primeira etapa dentro do processo, os que passam para a segunda etapa são submetidos a testes, tanto de conhecimento, desempenho e testes psicológicos. A entrevista é um dos pontos principais da seleção e é o que irá averiguar a qualificação, o potencial e a motivação do candidato ao cargo, após análise dos candidatos e dos dados obtidos, os selecionados, que serão poucos, passam por uma entrevista técnica, que irá transcorrer com o supervisor, gerente, coordenador ou encarregado da área requisitante afim de realizar uma análise profunda dos conhecimentos do candidato (PONTES, 2010).

O papel das entrevistas no processo seletivo:

Cada uma das técnicas de seleção tem como objetivo verificar um determinado aspecto da personalidade do candidato. Os testes psicométricos permitem identificar e avaliar aspectos da personalidade e aptidões do candidato. As técnicas vivenciais procuram avaliar como o candidato reage a situações que podem ser encontradas no cotidiano do cargo pretendido e também como cada candidato se relaciona com as demais pessoas.
Já a entrevista, de acordo com o momento no qual é utilizada, pode atender a objetivos distintos.
Entrevistas de triagem, em geral, realizadas no processo de recrutamento, ou como primeira fase do processo de seleção, buscam confirmar as informações detalhadas pelo candidato em seu currículo ou na ficha de solicitação de emprego. Permitem também ao selecionador formar uma primeira impressão a respeito do candidato. Além disso, o entrevistador pode fornecer ao candidato, no momento da entrevista de triagem, informações sobre o cargo disputado, sobre a empresa e sanar dúvidas sobre o processo, verificando o interesse do candidato em participar da seleção.
É comum o uso de entrevistas estruturadas, com um roteiro de perguntas previamente definido. No final do processo de seleção, o candidato deve ser entrevistado pelo gestor da área na qual trabalhará caso seja admitido. Essa entrevista possibilita identificar se o candidato se adaptará à cultura da área, além de permitir uma avaliação dos conhecimentos técnicos do cargo pretendido. A entrevista final normalmente não segue um roteiro, assumindo a forma quase de um bate-papo entre gestor e candidato.

Tipos de entrevistas de seleção

Entrevista não-estruturada
A entrevista não-estruturada é uma entrevista não-dirigida. É informal e dá maior abertura ao candidato. Nesse tipo de entrevista, é importante deixar o candidato à vontade para expressar suas opiniões. É uma oportunidade de conhecer a pessoa. O entrevistador fará um esboço dos tópicos que serão abordados. Demonstrará interesse e empatia pelo candidato, iniciando a entrevista com perguntas gerais, não comprometedoras, tais como: “conte-me sobre seu último trabalho”.
O entrevistador sondará o candidato com perguntas do tipo: “como as mudanças gerenciais afetaram o seu departamento?”. A partir dessa primeira sondagem, o entrevistador deverá investigar alguns pontos abordados pelas respostas iniciais que podem ser importantes no processo de seleção. O entrevistador deverá fazer perguntas mais específicas que forneçam informações mais definidas como, por exemplo: “Quer dizer que você e o seu novo chefe tinham estilos muito diferentes e decidiram que uma mudança seria melhor?”
As entrevistas não-estruturadas apresentam algumas desvantagens. O entrevistador pode esquecer de abordar algum determinado ponto importante. Dependendo da interação, pode ser muito longa ou muito curta. Por dependerem muito das condições do momento tanto do candidato quanto do entrevistador, essa modalidade pode resultar em uma seleção parcial, dificultando a comparação entre diversos candidatos.
Entrevista planejada
Utilizadas com freqüência no processo de seleção, a entrevista planejada ou Estruturada leva o entrevistador a conhecer melhor o candidato que já passou pela pré-entrevista. Essa modalidade exige formulação de questões abertas que estimulem o candidato a fornecer uma resposta elaborada, baseada em suas competências. Devem ser evitadas perguntas fechadas, que levem a respostas do tipo “sim” ou “não”.
Uma pergunta do tipo: “você começou a trabalhar com dezoito anos?” – leva exclusivamente a uma resposta assertiva ou negativa. Perguntas desse tipo não possibilitam avaliar o candidato. Já a pergunta “Como você determina suas prioridades” ou “como você atende um cliente que está insatisfeito com a empresa” leva a longa resposta por parte do candidato, que permite avaliar diversos aspectos de sua personalidade.
As entrevistas estruturadas apresentam uma série de vantagens: evita que o entrevistador se esqueça de abordar algum ponto importante, facilita a comparação entre as entrevistas de diversos candidatos, permite estabelecer uma maior empatia e conexão com o candidato.
Entrevista comportamental
Também chamada de entrevista por competências, a técnica permite avaliar as habilidades do candidato, desenvolvidas ao longo de sua trajetória profissional, referentes aos cargos que ocupou.
Essas perguntas, que exigem que o candidato descreva as ações, comportamentos e sentimentos em diversos momentos de sua carreira, tornam a entrevista comportamental perfeitamente adequada para investigar qual o provável comportamento do candidato, em caso de contratação.
O selecionador consegue comparar e classificar as competências identificadas no candidato com a descrição do perfil do cargo. A entrevista deve ser planejada de forma a utilizar perguntas abertas específicas ligadas a situações profissionais, que levem a respostas com verbos de ação no passado. Uma pergunta do tipo: “Quando a empresa lançou o novo produto e determinou metas agressivas, o que você fez para atingi-las? Qual foi o resultado?” Leva o candidato a uma resposta completa composta por três partes:
  • Contexto: como era a situação
  • Ação: o que ele fez
  • Resultado: quais os resultados obtidos a partir da ação tomada
O planejamento necessário para desenvolver uma entrevista comportamental é bem detalhado e deve começar pela análise do perfil de competências do cargo. Caso a descrição do cargo não explicitas as competências necessárias, é importante discutir com a área solicitante e construir, em conjunto, uma nova descrição mais detalhada. Definidas as competências, o selecionador deve traduzi-las em comportamentos de um perfil a ser identificado e escolhido.
Se a vaga exige que o candidato seja capaz de lidar com a rápida mudança tecnológica e aprender constantemente, o selecionador deve desenvolver uma pergunta do tipo: “Descreva-me como você fez para se manter atualizado e se adaptar às mudanças que ocorreram na forma de atuação de seu cargo no último ano”.
O selecionador deve montar um roteiro de entrevista em que sejam incluídas perguntas que possibilitem a identificação de competências técnicas e comportamentais. Durante a entrevista é importante que o selecionador sempre peça ao candidato que exemplifique suas respostas utilizando exemplos de sua vida profissional, incluindo o contexto, a ação e o resultado obtido.
A entrevista comportamental permite ao selecionador comparar os diversos candidatos quanto a suas competências de modo a facilitar a opção final. Vale notar ainda, que este tipo é mais objetivo e sistemático, que proporcionam uma precisão do desempenho futuro e aumenta a chance de uma contratação de sucesso. Porém, o entrevistador deve estar atento a respostas ensaiadas e pouco sinceras do candidato. Se aquele profissional for experiente utilizará perguntas cruzadas que permitam identificar incoerências nas respostas como forma de garantir uma boa entrevista.

Entrevista situacional ou de simulação:

Nem sempre a entrevista comportamental conseguirá avaliar todas as competências necessárias para o cargo. O candidato pode estar buscando uma nova colocação, diferente de sua experiência anterior. Pode ainda ter sido recrutado internamente, que disputa uma promoção, e, por isso, não tem experiência no cargo. Nesse caso, o profissional de seleção pode utilizar a entrevista situacional: modalidade que conta com exercícios ou simulações de situações que podem ocorrer no cotidiano da função pretendida. Permite ao selecionador identificar como o candidato reagiria a tais situações.
O selecionador deverá descrever para o candidato uma determinada situação real e lhe pedir que descreva as ações e comportamentos que adotaria no momento. A descrição da situação pode envolver memorandos, relatórios, planos de ação, anotações ou textos que exemplifiquem o que ocorre no desempenho da função.
Um exemplo de entrevista situacional é entregar ao candidato a uma vaga de vendedor, uma tabela de preços fictícia e uma proposta de compras de um cliente que deseja comprar um grande volume de um determinado produto a um preço abaixo da tabela. O entrevistador deve pedir para o candidato calcular o valor da proposta e os descontos necessários para atender ao pedido, e perguntar se o candidato aceitaria a proposta, mediante uma justificativa da sua decisão.

Sites pesquisados:
http://trabalhosderh.blogspot.com.br/2011/02/recursos-umanos.html
http://www.sato.adm.br/rh/tecnicas_de_entrevista.htm
Bibliografia consultada:
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: O Capital Humano das Organizações. 8ª Edição, São Paulo: Atlas, 2006.
PONTES, Benedito Rodrigues. Técnicas de Recrutamento e Seleção. São Paulo: LTR, 2009.
PONTES, Benedito Rodrigues. Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoal. São Paulo: LTR, 2010.
ARAUJO, Luis César G de; GARCIA, Adriana Amadeu. Gestão de pessoas: Estratégias e Integração Organizacional. São Paulo: Atlas, 2009.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Sistema de informações socioambientais para a infraestrutura dos transportes

O aperfeiçoamento do procedimento de licenciamento ambiental na infraestrutura de transportes brasileira é necessário para garantir o desenvolvimento econômico e a geração de valor na sua interface socioambiental.

O licenciamento ambiental é um dos treze instrumentos de aplicação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), de 1981. A PNMA, com base na aplicação dos instrumentos que especifica, busca promover a garantia da sustentabilidade econômica e socioambiental, promovendo a segurança nacional e a proteção da dignidade da vida humana (Brasil, 1981). A Lei Complementar (LC) nº 140/2011 define o licenciamento ambiental como “o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.” (Brasil, 2011, p. 1).

Foto: David Mark por Pixabay

“A infraestrutura de transportes é composta por empreendimentos motivadores do desenvolvimento, os quais incrementam e propiciam a mobilidade interurbana, facilitando o acesso a serviços públicos e privados de saúde, educação, segurança, turismo, cultura, esporte, entre outros, impactando diretamente a economia do País, na forma de geração de emprego e renda, desenvolvimento regional e eficiência na logística de transporte” (Brasil, 2016, p. 72).

Desta forma, verifica-se que os investimentos na infraestrutura, na operação e nos serviços do setor de transportes estão relacionados ao instrumentos e objetivos da PNMA. Contudo, as ações dos diversos atores no licenciamento ambiental têm dificultado a concretização dos objetivos das políticas públicas dependentes da infraestrutura de transportes.

Os núcleos socioambientais das instituições públicas e privadas, responsáveis pelos empreendimentos de transportes, como por exemplo as Autoridades Portuárias, Terminais Arrendados, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Concessionárias de rodovias e ferrovias, entre outros, utilizam grande parte da sua capacidade operacional para o atendimento dos processos vinculados ao licenciamento ambiental. No entanto, muitos destes processos estão afetos à uma comunicação não uniformizada, por vezes desnecessária, com baixa qualidade e fora do contexto dos reais objetivos do licenciamento ambiental dos empreendimentos. O conteúdo desses reportes têm origem na desorganização dos dados e no desenvolvimento de informações desintegradas, não representativas dos aspectos e impactos dos empreendimentos, o que acaba por gerar baixa resolutividade das questões socioambientais, conflitos e entraves, caracterizando um mau uso dos escassos recursos financeiros e humanos.

Cita-se por exemplo, a situação de uma Autoridade Portuária (AP) onde a sua atuação abrange a área do Porto Organizado, e é de sua competência a supervisão e a fiscalização da execução de medidas de prevenção, mitigação e compensação referentes aos impactos ocasionados pelas operações e obras portuárias (Brasil, 2014). Ou seja, a AP gerencia uma licença de operação (LO) do porto, as vezes mais de uma LO para o mesmo porto, contendo mais ou menos uns 30 programas de monitoramento ambiental, e ainda deve verificar os procedimentos de licenciamento e seus programas de monitoramento dos terminais arrendados dentro da área portuária. Desta forma, para um caso hipotético de uma AP com 15 terminais arrendados, estes com 15 programas de monitoramento ambiental cada um, teríamos nesta área portuária os 30 programas de responsabilidade direta da AP e mais 225 dos terminais, totalizando 255 programas ambientais de monitoramento em execução em uma mesma área portuária.

Neste mesmo exemplo, para piorar o cenário, tanto a AP como os terminais, devem reportar os resultados destes 255 monitoramentos aos órgãos de controle, regulação e de planejamento (IBAMA, órgãos ambientais estaduais, Agência de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Ministério da Infraestrutura, entre outros). Para cada instituição há um formato e uma frequência diferenciada de reporte, o que acarreta uma carga de trabalho expressiva aos núcleos ambientais. Basicamente, estes núcleos atuam para viabilizar e realizar estes monitoramentos (elaboração de termos de referência, contratações, fiscalização de contratos, organização de dados, concepção os relatórios e envio aos órgãos que demandam a informação). Desta forma, o foco de agir de forma a evitar, eliminar e mitigar os aspectos e impactos indesejáveis das obras ou operação, acabam ficando em segundo plano.

Por conseguinte, urge avaliar a efetividade desta quantidade de monitoramentos exigidos e integralizar o gerenciamento desses planos e programas socioambientais sustentado em um sistema de informações socioambientais para a infraestrutura de forma setorizada por territórios de influência. Dessa forma, os diferentes intervenientes no procedimento de gestão ambiental da infraestrutura irão dispor de uma informação integrada, uniformizada e com mais qualidade, promovendo um gerenciamento ambiental mais qualificado, no sentido de agilizar a eliminação, a prevenção e a mitigação dos aspectos e impactos socioambientais indesejados e potencializando os positivos, com menor custo aos envolvidos. Esta ação serve para todos os modos de transportes.

Não podemos aceitar que em uma mesma área sejam realizados mais de 200 programas de monitoramento socioambiental sem que haja uma integração dos dados e informações. Temos que aproveitar este material produzido nas tomadas de decisões e no desenvolvimento de conhecimento do território.

No setor de transportes brasileiro há um espaço de aperfeiçoamento com base no desenvolvimento de um ecossistema de inovação (internet das coisas, inteligência artificial, entre outros). Isso está na pauta da modernização na gestão socioambiental dos empreendimentos de transportes, em todas as suas fases, assim compreendidas: planejamento, estudos, projetos, obras e operação.

Vale destacar que estas ações estão contidas na Política Nacional dos Transportes (PNT) (Brasil, 2018) e nas 10 Diretrizes Socioambientais dos Transportes (Brasil, 2016), em especial a Diretriz 9: “Manter o contínuo aperfeiçoamento dos processos no licenciamento ambiental em empreendimentos de transportes”, apresentado na figura a seguir.
Diretriz 9 - Licenciamento Ambiental e Autorizações Específicas (Brasil, 2016)

A implementação das dez Diretrizes Socioambientais dos Transportes “permeia a sistematização da informação, agilidade processual e a integração institucional com foco na sustentabilidade socioambiental, de forma a garantir o cumprimento dos aspectos legais, acordos internacionais e a promoção da conservação socioambiental afeta ao setor de transportes, calcado nos preceitos aplicados à engenharia de transportes” (Brasil, 2016, p. 73).

Reforça-se que a promoção das melhorias no procedimento de licenciamento ambiental da infraestrutura de transportes está diretamente relacionada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial o Objetivo 9 – “Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação” (PNUD e Ipea ([201-]).

A busca de resultados atrativos para os setores de transportes e socioambiental passa pela uniformização e unificação da responsividade afeta ao licenciamento ambiental. A concepção e a operação de um sistema de informações socioambientais para a infraestrutura são a base de sustentação deste aperfeiçoamento de forma a fomentar os objetivos das políticas públicas na interface socioambiental dos transportes.

Autores
* Eng. José Pedro Francisconi Jr. - Mestre em Engenharia de Transportes e consultor técnico no Laboratório de Transportes e Logística da Universidade Federal de Santa Catarina (LabTrans/UFSC). Mais de 10 anos de experiência na elaboração de estudos e projetos de infraestrutura de transportes, incluindo o gerenciamento de empreendimentos financiados por organismos internacionais de crédito, licenciamento ambiental e o desenvolvimento de estudos e métodos de quantificação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e adaptação da infraestrutura às mudanças climáticas. Em 2016, realizou a coordenação técnica do estudo Diretrizes Socioambientais dos Transportes (2016) – cliente: Ministério da Infraestrutura, antigo Ministério dos Transportes. Formação acadêmica: mestrado em Engenharia de Transportes, especializações em Gestão Ambiental e Gerenciamento de Projetos; e, graduação em engenharia agrícola. E-mail: pedrofran2002@yahoo.com.br . LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/francisconijunior

* Isis Assoni Machado Francisco - Graduanda em Engenharia Sanitária e Ambiental na UFSC e estagiária no LabTrans/UFSC. Atua há um ano e cinco meses no planejamento do setor portuário brasileiro. E-mail: isisassoni.labtrans@gmail.com

domingo, 26 de maio de 2019


A discussão em torno do preconceito nunca esteve tão à flor da pele em nosso país e no mundo. Seja a discriminação racial, sexual ou referente à classe econômica do indivíduo em questão, o combate ao preconceito deve ser feito em todas as esferas da sociedade, e claro que a corporativa não poderia ficar de fora. Quando o tema é mais especificamente o preconceito racial e as formas de combatê-lo nos ambientes de convivência social, poucas histórias são tão potentes quanto a deste Homens de Honra (Men of Honor, EUA, 2000), filme que além de expôr as mazelas do preconceito, ainda funciona como um tremendo exemplo em torno da superação de nossos próprios limites.
O filme conta a história verídica de Carl Brashear (Cuba Gooding Jr., de Jerry Maguire: A Grande Virada, outro filme que já abordei aqui na coluna de cinema do Portal Administradores). Negro, filho de uma família humilde que trabalha na lavoura e sem um diploma do ensino médio, ele se alista na Marinha Americana logo após a Segunda Guerra Mundial. O presidente Harry Truman havia integrado os negros no alistamento, mas a Marinha não. Ou seja, os negros que chegavam após se alistarem recebiam duas escolhas; Poderiam ser cozinheiros ou ajudantes dos oficiais. Brashear queria ser um mergulhador, e Homens de Honra conta a história de como ele se tornou um apesar de tudo o que sofreu, primeiro com o preconceito relacionado à sua cor, e depois com um terrível acidente que amputou a parte inferior de uma de suas pernas, à princípio impedindo-o de continuar na função.
O filme é uma biografia à moda antiga, e eu digo isso como um elogio. Não há nada de cenas de ação inventadas para tornar a história retratada menos real e de maior apelo ao público. Homens de Honra preocupa-se em seguir a curva da vida de Brashear especialmente quando ela se cruza com a de outro homem, o Marinheiro-Chefe Billy Sunday (o grande Robert De Niro), um redneck que à princípio nutre somente ódio por Carl, mas que aos poucos vai mudando de ideia sobre o homem.
A cena mais impressionante e empolgante do filme é o inverso do heroísmo mostrado em tantos outros filmes envolvendo temática militar. Não é sobre ação ou explosões, mas sobre garra e tenacidade, e grande parte desta cena acontece em nossa própria imaginação. Para conseguir se formar na escola de mergulho, os candidatos fazem um teste onde eles devem montar uma bomba de sucção formada por inúmeras peças, enquanto trabalham praticamente no escuro, debaixo d'água. O teste de Brashear foi sabotado de forma que seria praticamente impossível para ele passar. A água está tão fria que muito tempo de submersão pode ser fatal para o mergulhador em questão. E hora após hora, Brashear permanece lá embaixo, tentando completar a tarefa.
O personagem de De Niro é estritamente contra a ideia de negros ingressando na Marinha, mas antes de qualquer coisa, seu Billy Sunday é um marinheiro, e quando você ama muito uma coisa, você passa a respeitar aqueles que fazem a mesma coisa de maneira competente. Nem preciso mencionar que é assim também na vida corporativa. Ser um bom profissional envolve antes de qualquer coisa o amor pela profissão, que evolui para outras qualidades que na maioria das vezes, nem fazemos ideia de que as possuímos.
Apesar da oposição de Sunday, o principal oponente de Brashear consiste na figura de "Mister Pappy" (o falecido Hal Holbrook), o Oficial Comandante do grupo, cujo racismo exala de cada um de seus poros. "Talvez chegue o dia em que um mergulhador negro se forme nesta escola," ele profere, "mas não enquanto eu estiver aqui."
Cuba Gooding Jr. é (ou pelo menos costumava ser nesta época) o tipo de ator que demonstra grande energia em cena. Este tipo de energia não seria apropriada aqui, e ele sabiamente abaixa um pouco o tom e entrega uma performance forte e convincente. O segredo do sucesso de seu personagem não é complicado de se entender: Ele simplesmente não desiste e não vai embora, e eventualmente sua presença passa a envergonhar os homens da Marinha que não conseguem negar suas habilidades. O racismo que permeava a sociedade nos anos 40 é elemento presente em toda a narrativa do filme. Mas não se iluda; este mesmo racismo ainda reflete suas engrenagens corruptas na sociedade e no mercado de trabalho do mundo atual. Se Carl Brashear fosse um de nossos cidadãos contemporâneos, imagino que ele também encontraria a barreira do racismo interferindo em seus objetivos.
Brashear enfrentou as teias do racismo mesmo depois de se tornar o primeiro mergulhador negro da Marinha Americana. Anos depois de sua formação, um acidente leva uma de suas pernas logo abaixo do joelho. Brashear, tenaz como sempre, se recupera de maneira sensacional, desta vez contando com a improvável ajuda de Billy Sunday. A sequência final do filme, em que Brashear precisa provar aos oficiais da Marinha que é capaz de exercer a função mesmo depois do acidente tornou-se emblemática. Interpretada de maneira sublime por Gooding Jr. e De Niro, a sequência empolga e emociona, e resume toda a luta de um admirável ser humano contra todas as barreiras que lhe foram impostas pelas circunstâncias de sua vida.
Homens de Honra é o segundo filme do diretor George Tillman Jr., que depois de um longo hiato, retornou recentemente com o bom drama The Hate U Give (2018), onde volta a discutir as questões raciais nos Estados Unidos. Seu Homens de Honra está longe de ser um filme perfeito, mas sua história forte, performances sólidas e simplicidade falam ao coração do espectador, pois a força central da produção ressalta a importância do caráter humano frente às adversidades. Nós como indivíduos temos a tendência de glorificar heróis do esporte e outras vertentes menos nobres, mas e quanto a homens como Brashear, que queriam apenas servir o seu país e não aceitam um "não" como resposta? Quando chegará a vez dos verdadeiros heróis de nossa sociedade decadente ganhar seus devidos lugares e serem respeitados como os verdadeiros heróis que são? O racismo e a discriminação por qualquer outro aspecto humano existem, mas não é através de sistemas de cotas, do vitimismo e de manifestações medíocres e apelativas que isso um dia vai mudar. É através do caráter e do trabalho.
Homens de Honra está disponível para o mercado de Home-Video.

sábado, 25 de maio de 2019

Zuckerberg, Jobs e Obama têm preguiça de se vestir

O que parecia ser uma verdade incontestável e até características de líderes como Barack ObamaSteve Jobs e Mark Zuckerberg, agora está na berlinda. Esses três são conhecidos por sempre se vestirem da mesma forma, todos os dias, como uma forma de diminuir a quantidade de decisões que tomam por dia, logo evitar a fadiga decisória e serem mais produtivos.
O artigo do El País, escrito por Javier Salas e publicado na segunda-feira, 13 de maio, traz o seguinte: “uma pessoa adulta toma cerca de 70 decisões por dia, ou 3.500. Dependendo da fonte”.
Ou seja, todo os dias, durante o dia inteiro, a pessoa se questiona pelo menos 70 vezes sobre se deve fazer algo ou não; escolher aquela roupa, ou não; dobrar a direita ou a esquerda; ignorar ou atender uma ligação.
E esse volume de decisões pode chegar a ser até 50 vezes maior.
O texto defende que, por anos, a teoria da fadiga decisória foi defendida com base em dados que comparavam o dia a dia de profissionais e consumidores.
Médicos variam a quantidade de requisição de exames durante o dia, de forma decrescente após cada descanso deles. Assim como uma pessoa que evitava uma caixa de chocolates durante todo o tempo no supermercado, acaba sucumbindo quando chegava ao caixa.
Esses casos acontecem, segundo acreditavam os psicólogos comportamentais até meados de 2016, porque ao longo das tomadas de decisões na jornada do profissional de medicina, o cérebro vai fatigando e deixando de decidir melhor o que fazer no fim do expediente;
Enquanto o consumidor acabava colocando a caixa de chocolates no carrinho quando chegava ao caixa porque já tinha passado todo o roteiro pelos corredores do supermercado, comparando preços, marcas, lembrando o que precisa em casa e, no final, acaba atropelando aquela primeira escolha de não comer o chocolate.
Eis que entre 2014 e 2016 dezenas de estudos questionaram e colocaram à prova o que Roy Baumeister nomeava de fadiga da decisão - e que estaria dentro de um quadro psicológico: o esgotamento do ego.
Os estudos recentes sugerem que a força de vontade não seria finita e nem se renova, o que não atrapalha o processo de decisão, como defende o pesquisador da Universidade de Toronto Michael Inzlicht.
De acordo com Inzlicht, o fenômeno da fadiga de decisão até poderia ser legítimo mas é um estado de coisas “estranho e triste”. E que o motivo de escolhermos aquele Sonho de Valsa na fila do caixa é desconhecido.
Logo, a economia nas decisões durante o dia ao escolher o mesmo jeans azul e camisa preta com manga ¾ de Steve Jobs nas suas apresentações, não passaria de uma decisão pelo fato de ele não se preocupar com suas roupas ou não gostar mesmo de se vestir, por exemplo.