Muitos de nós já experimentaram esse fenômeno. Um chefe que nunca dá feedback para a equipe. Um corpo crescente de pesquisas mostra que a liderança ausente, também conhecida como liderança laissez-faire, não está apenas prejudicando as equipes, mas pode causar uma perda substancial de produtividade e rotatividade para uma empresa.
O que é um líder ausente? Os líderes ausentes são líderes fisicamente presentes, mas que não oferecem nenhuma orientação real para suas equipes. São pessoas que não criam problemas ativamente, por isso, muitas vezes ficam fora do radar de desempenho por parte da empresa e não recebem os recursos de desenvolvimento necessários para mudar.
A liderança ausente é um caso especial, pois compartilha a abordagem passiva da gestão, observou Scott Gregory, CEO da Hogan Assessment Systems.
Os líderes ausentes ocupam fisicamente seus cargos de liderança e até cuidam de funções gerenciais operacionais, mas abdicam das responsabilidades de liderança organizacional que lhes são atribuídas. Eles são encontrados mais frequentemente nos níveis de gerência média do que na liderança sênior, o que os tornam ainda mais “invisíveis”.
O efeito nocivo da liderança ausente
Um estudo de 2015 com 1.000 trabalhadores dos EUA apontou diretamente para o problema da liderança ausente. Os entrevistados listaram questões como falta de reconhecimento, ambiguidade em torno de expectativas e orientações e falta de tempo dedicado aos subordinados. Os líderes ausentes também são listados como os piores inimigos da produtividade no trabalho. O estudo “Workforce View in Europe 2018” descobriu que um em cada 10 funcionários raramente (ou nunca) é produtivo devido ao mau gerenciamento por seus superiores.
Um executivo ausente cria um ambiente organizacional no qual o desligamento é a norma. E o problema é que esses gestores, ausentes, muitas vezes acabam permanecendo na organização devido à própria natureza da sua liderança – podem até ser promovidos porque fazem bem seu trabalho administrativo e funcional e não causam problemas ou desconforto para seus superiores.
Esses tipos de líderes são bons em fazer as coisas, mas não em gerir e liderar outros. Eles são muito orientados para as tarefas mas trazem um elemento de independência e falta de empatia pois esperam que seu pessoal resolva seus problemas sem sua orientação.
Entretanto, também existem aspectos positivos para os líderes ausentes. Eles podem criar um senso de responsabilidade e autonomia para os membros da equipe. No entanto, estas características positivas acabam sendo superadas pelo lado negativo.
Para Gregory, o impacto dos líderes ausentes na organização pode variar de uma moral abalada a disputas internas em suas equipes. Do ponto de vista da equipe, os funcionários provavelmente terão uma falta de feedback e uma falta geral de interesse do chefe. Além disso, talvez um dos maiores problemas causados por estes gestores seja o fato de acabar bloqueando possíveis movimentos de sucessão de líderes mais eficazes, acarretando em um problema de longo prazo para a empresa.
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