sábado, 19 de agosto de 2017

Por que Amazon e Apple resolveram concorrer com a Netflix?

Segmento de OTTs é filão que não para de crescer

O comportamento do telespectador vem mudando e vai mudar cada vez mais. Antes, assistíamos à TV aberta, depois evoluímos para a TV a cabo, onde os canais se tornaram muito mais específicos (ESPN, CNN etc.). Veio então o pay-per-view, o YouTube e, por fim, a Netflix.
Os dias em que as grandes emissoras fazem você sentar e assistir a uma hora de televisão e a todas as propagandas estão contados. A televisão aberta vai virar uma espécie de rádio AM muito em breve. Nosso tempo é a coisa mais valiosa que temos e esse tempo não será mais doado como antes.
Vem daí o grande crescimento do lucrativo segmento de OTTs, um termo que vocês vão escutar muito ainda e que significa Over The Top Delivery. Ou seja, conteúdo que é enviado via internet, tipo Netflix. Essa categoria é a que melhor se encaixa no comportamento atual e é muito lucrativa. Tão lucrativa que a Amazon e a Apple entraram com força no ramo de produção de conteúdo (séries e filmes). E vão tomar a antiga liderança dos estúdios e emissoras. Esses se tornaram muito pesados e lentos para mudar de direção.
"Vamos ver também, cada vez mais, o crescimento da categoria de Branded Entertainment, em que a marca se torna a criadora do conteúdo, inserindo seu produto no contexto. Há alguns anos, desenvolvi e produzi uma ação para a TNT, no deserto da Califórnia, em que fizemos um avião caça voar em formação com um wingsuiter. Esse tipo de ação terminou sendo veiculado no programa do Luciano Huck por vários minutos e se espalhou viralmente, dando um grande resultado para o cliente. A Red Bull é um grande exemplo de marca que vem focando nesse tipo de conteúdo e do nada se tornou um player no mercado de energético e cola. Um excelente exemplo dessa categoria no cinema foi o filme 'Náufrago', com Tom Hanks, em que ele interpreta um funcionário da FedEx. Esse filme ainda incluiu brand integration, quando a marca se torna um personagem, nesse caso a bola Wilson", explica Frederico Lapenda, brasileiro que é produtor de cinema em Hollywood. 
Frederico Lapenda (à esquerda) produziu ação de branded content para TNT
"Quando analiso minha evolução como telespectador, noto que saí da TV aberta para o cabo e, nos últimos anos de cabo, só assistia à CNN e History Channel. Migrei para a Netflix e programação online. Notei que assisto muito do meu conteúdo de interesse no Facebook, onde tenho quase 4 mil amigos de partes diversas do mundo e interesses distintos, e acompanho o que eles postam na timeline. No Instagram, sigo também os maiores jornais e emissoras americanas e brasileiras", ressalta Lapenda.
Mark Zuckerberg está atento a isso e é outro que resolveu entrar na briga pela audiência com conteúdos, dando um passo além no segmento das OTTs tradicionais. Entrou no ar o Watch, plataforma que emula em um mesmo contexto os conceitos de TV tradicional, streaming e comunidade. Agora os usuários da rede social (por enquanto, só nos EUA) podem ver canais tradicionais de TV, transmitidos via internet e interagir com seus amigos sobre esses programas em um mesmo lugar.
Fonte http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/por-que-amazon-e-apple-resolveram-concorrer-com-a-netflix/120846/

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