Nada escapa do olhar crítico do filme, que cutuca os puxa-sacos, os chefes folgados e mandões, os procrastinadores e até aquela impressora que sempre dá problema na hora de imprimir algo

Em meu primeiro texto aqui para o Portal Administradores, eu classifiquei o filme O Lobo de Wall Street como a epítome do Business Cinema, o cinema que aborda os aspectos do mundo dos negócios. Então, se Lobo de Wall Street é o exemplar maior deste tipo de cinema, este Como Enlouquecer seu Chefe (Office Space, EUA, 1999) pode ser considerado da mesma forma, porém, com uma abordagem completamente cômica e muito, mas MUITO engraçada.
Primeiro, desconsidere o medíocre título nacional da produção. O filme não tem nada daquelas comédias bobinhas dos anos oitenta repletas de humor raso e ingênuo. Office Space é uma comédia tão hilariante quanto ácida, que brinca com extrema inteligência com os mais irritantes e absurdos clichês e exigências da vida corporativa. Quem já trabalhou em algum período da vida dentro de um escritório, não só vai se identificar bastante com as situações do filme, como vai rir até doer a barriga.
Como Enlouquecer seu Chefe nos apresenta à Peter (Ron Livingston, de Invocação do Mal, 2013), um funcionário de uma empresa de software que anda bastante infeliz com seu trabalho e com o rumo de sua vida, assim como seus companheiros de trabalho, Michael (David Herman) e Samir (Ajay Naidu). Às portas da depressão, Peter decide à contragosto visitar um hipnoterapeuta, e durante uma sessão de hipnose proposta pelo médico, Peter passa por uma transformação, que tira o peso de seus ombros e o faz enxergar seu trabalho de outra forma. Resumindo, Peter liga o botãozinho do F@#$%-se.
A transformação dele é tão grande, que em seu retorno ao escritório na segunda-feira, Peter é promovido a gerente e ao longo dos dias seguintes ganha o respeito de todos, além da inveja de seu antigo chefe, o folgado e insuportável Bill Lumbergh (Gary Cole, excepcional). Ah, Peter ainda arruma tempo para conquistar a garota dos seus sonhos, a garçonete Joanna (a bela Jennifer Aniston, em plena fase do sucesso da série Friends). Entretanto, quando a empresa decide enxugar o quadro de funcionários e Peter descobre que seus amigos estão na lista do corte, os três decidem se vingar colocando em prática um plano para desviar dinheiro da empresa cujo destino são seus próprios bolsos. Nem é preciso dizer que as coisas não saem exatamente como o trio espera...
Dirigido por Mike Judge, o criador da animação Beavis e Butt-Head, série que fez enorme sucesso na década de noventa e início dos anos 2000, Como Enlouquecer seu Chefe passa voando com seus batidos 90 minutos de duração. O roteiro espertíssimo à cargo do próprio Judge favorece o ritmo e traz uma sequência de gags sensacionais, uma mais engraçada que a outra. Nada escapa do olhar crítico de Judge, que cutuca os puxa-sacos, os chefes folgados e mandões, os procrastinadores e até aquela impressora que sempre dá problema na hora de imprimir algo. A sequência mais antológica do filme, inclusive, mostra Peter, Michael e Samir destruindo a impressora do departamento com um taco de beisebol ao som de um gangsta rap. É de rolar de rir.
Primeiro, desconsidere o medíocre título nacional da produção. O filme não tem nada daquelas comédias bobinhas dos anos oitenta repletas de humor raso e ingênuo. Office Space é uma comédia tão hilariante quanto ácida, que brinca com extrema inteligência com os mais irritantes e absurdos clichês e exigências da vida corporativa. Quem já trabalhou em algum período da vida dentro de um escritório, não só vai se identificar bastante com as situações do filme, como vai rir até doer a barriga.
Como Enlouquecer seu Chefe nos apresenta à Peter (Ron Livingston, de Invocação do Mal, 2013), um funcionário de uma empresa de software que anda bastante infeliz com seu trabalho e com o rumo de sua vida, assim como seus companheiros de trabalho, Michael (David Herman) e Samir (Ajay Naidu). Às portas da depressão, Peter decide à contragosto visitar um hipnoterapeuta, e durante uma sessão de hipnose proposta pelo médico, Peter passa por uma transformação, que tira o peso de seus ombros e o faz enxergar seu trabalho de outra forma. Resumindo, Peter liga o botãozinho do F@#$%-se.
A transformação dele é tão grande, que em seu retorno ao escritório na segunda-feira, Peter é promovido a gerente e ao longo dos dias seguintes ganha o respeito de todos, além da inveja de seu antigo chefe, o folgado e insuportável Bill Lumbergh (Gary Cole, excepcional). Ah, Peter ainda arruma tempo para conquistar a garota dos seus sonhos, a garçonete Joanna (a bela Jennifer Aniston, em plena fase do sucesso da série Friends). Entretanto, quando a empresa decide enxugar o quadro de funcionários e Peter descobre que seus amigos estão na lista do corte, os três decidem se vingar colocando em prática um plano para desviar dinheiro da empresa cujo destino são seus próprios bolsos. Nem é preciso dizer que as coisas não saem exatamente como o trio espera...
Dirigido por Mike Judge, o criador da animação Beavis e Butt-Head, série que fez enorme sucesso na década de noventa e início dos anos 2000, Como Enlouquecer seu Chefe passa voando com seus batidos 90 minutos de duração. O roteiro espertíssimo à cargo do próprio Judge favorece o ritmo e traz uma sequência de gags sensacionais, uma mais engraçada que a outra. Nada escapa do olhar crítico de Judge, que cutuca os puxa-sacos, os chefes folgados e mandões, os procrastinadores e até aquela impressora que sempre dá problema na hora de imprimir algo. A sequência mais antológica do filme, inclusive, mostra Peter, Michael e Samir destruindo a impressora do departamento com um taco de beisebol ao som de um gangsta rap. É de rolar de rir.
Outra enorme qualidade do filme é seu elenco. Cada um dos intérpretes, mesmo os secundários, entregam performances que são perfeitas caricaturas dos tipos mencionados acima neste texto. Gary Cole está fantástico no papel do chefe arrogante e folgado, que joga tudo nas costas de Peter e dos outros infelizes abaixo dele. Se tivesse sido criado hoje, o personagem com certeza estaria em uma infinidade de memes espalhados pela internet. O mesmo pode ser dito do paranóico Milton, interpretado por Stephen Root (do thriller Corra!). Humilhado por todos no local, Milton passa o dia todo murmurando para si mesmo que um dia vai tocar fogo no prédio. Curiosamente, é o personagem de Milton o protagonista de uma série de curtas animados do próprio Mike Judge, nos quais boa parte deste Como Enlouquecer seu Chefe é baseado. Até o personagem Lawrence (Diedrich Bader, de Napoleon Dynamite), o fanfarrão vizinho de Peter, tem algo a dizer, mesmo com pouco tempo em cena. Lawrence simboliza boa parte do que Peter quer para si mesmo: O desapego com os bens materiais e principalmente, com o mundo corporativo.
Como se não bastasse o fato de ser uma excepcional comédia, Como Enlouquecer seu Chefe ainda encontra uma maneira de funcionar como uma interessante ferramenta de auto-análise, já que assim como o protagonista Peter, muitos trabalhadores no mundo real não são felizes em seus empregos. Eu mesmo não era feliz em meus últimos anos trabalhando dentro de um escritório, e esta infelicidade teve efeitos terríveis em minha vida pessoal. Em alguns casos mais extremos, a infelicidade profissional pode destruir o indivíduo, levando-o até à depressão.
Sob uma outra análise, a jornada de Peter e dos outros personagens deste Como Enlouquecer seu Chefe é uma busca pela felicidade, por sentir-se parte de um todo e encontrar seu lugar no mundo. "Não existe nada mais triste do que talento desperdiçado", ouvi certa vez em um outro filme, e talvez isso seja verdade para muitas pessoas. À meu ver, às vezes vale mais desperdiçar um talento e ser feliz com menos, do que utilizar tal talento à exaustão até que o próprio se torne uma cruz a ser carregada. Tal mensagem é bastante séria, mas Como Enlouquecer seu Chefe a entrega embrulhada em um pacote de muito riso e anarquia. Nada melhor do que uma boa gargalhada para esquecermos dos problemas. Mesmo os corporativos.
Como Enlouquecer seu Chefe está disponível no mercado de Home-Video.
Como se não bastasse o fato de ser uma excepcional comédia, Como Enlouquecer seu Chefe ainda encontra uma maneira de funcionar como uma interessante ferramenta de auto-análise, já que assim como o protagonista Peter, muitos trabalhadores no mundo real não são felizes em seus empregos. Eu mesmo não era feliz em meus últimos anos trabalhando dentro de um escritório, e esta infelicidade teve efeitos terríveis em minha vida pessoal. Em alguns casos mais extremos, a infelicidade profissional pode destruir o indivíduo, levando-o até à depressão.
Sob uma outra análise, a jornada de Peter e dos outros personagens deste Como Enlouquecer seu Chefe é uma busca pela felicidade, por sentir-se parte de um todo e encontrar seu lugar no mundo. "Não existe nada mais triste do que talento desperdiçado", ouvi certa vez em um outro filme, e talvez isso seja verdade para muitas pessoas. À meu ver, às vezes vale mais desperdiçar um talento e ser feliz com menos, do que utilizar tal talento à exaustão até que o próprio se torne uma cruz a ser carregada. Tal mensagem é bastante séria, mas Como Enlouquecer seu Chefe a entrega embrulhada em um pacote de muito riso e anarquia. Nada melhor do que uma boa gargalhada para esquecermos dos problemas. Mesmo os corporativos.
Como Enlouquecer seu Chefe está disponível no mercado de Home-Video.
Fonte http://www.administradores.com.br/artigos/entretenimento/como-enlouquecer-seu-chefe-os-hilariantes-cliches-da-vida-corporativa/112141/
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