terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

O impacto das transportadoras na mobilidade dos grandes centros urbanos

Artigo | Por Antonio Queiroz

Os males causados ao ser humano, ao meio ambiente e à economia pelo grande volume de veículos nas ruas dos grandes centros são conhecidos e discutidos há anos. Apesar dos investimentos para melhorar essa situação, os altos índices de congestionamento ainda persistem e afetam significativamente a mobilidade urbana.

No Brasil, mais de 100 municípios1 já tiveram que tomar medidas de restrição de circulação de veículos em áreas e horários determinados para amenizar os problemas causados pelo trânsito. Providências como essas afetam as empresas de transporte de carga, principalmente o trajeto conhecido como last mile – percurso final entre os centros de distribuição e o endereço de entrega. E, apesar de necessárias, essas restrições podem gerar um custo adicional para o transporte de mercadorias.

A saída para esse tipo de situação passa por um planejamento integrado que inclui gestão eficiente da frota, entendimento do negócio e das necessidades do cliente e flexibilidade para se adequar às novas regras preservando a saúde financeira da empresa.

Baseada nisso, a FedEx implementou uma nova rotina na entrega de um de seus clientes do setor de bens de consumo, que enfrenta grande sazonalidade devido às características de seus produtos. Com o objetivo de aumentar a produtividade da operação em períodos de pico, respeitando as regras de mobilidade das grandes cidades, a empresa passou a trabalhar com “estoque sobre rodas”.

Por meio de um trabalho que envolve os times de operação e de gerenciamento de risco, a empresa envia para as ruas um carro com produtos para reabastecer caminhões que já estão em rota de entrega. Cada “estoque sobre rodas” abastece de dois a três veículos por saída. Com isso, os caminhões ficam cerca de três horas a mais por dia realizando entregas e a produtividade por veículo cresceu, em média, 29,8% em número de entregas. Se esses caminhões tivessem que voltar ao Centro de Distribuição para buscar novos pacotes, não conseguiriam retornar às entregas no mesmo dia devido ao tempo gasto no trajeto e às restrições de circulação.

Com esta iniciativa, a FedEx reduziu em aproximadamente 25% o número de veículos nas ruas para atender essa operação. Esta redução também ajuda a melhorar trânsito e a diminuir a emissão de CO2 na atmosfera.

Outra medida eficiente que as transportadoras podem tomar para melhorar a mobilidade urbana está relacionada à localização dos seus centros de distribuição. Um estudo cuidadoso de rotas pode indicar onde seriam os melhores pontos para a instalação das estações. A abertura de uma filial do serviço internacional da FedEx no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, há cerca de 3 anos, e a transferência de algumas rotas, que estavam baseadas na Lapa, para o novo endereço fez com a empresa passasse a percorrer 950 km a menos por dia.  

Antonio Queiroz é diretor de vendas da FedEx no Brasil

Fonte http://www.revistamundologistica.com.br/portal/noticia.jsp?id=3240

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