quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O líder “gelol”

lideranca-produtividade
Lá pelos idos de 1984, o publicitário Duda Mendonça lançou um comercial que, ao longo do tempo, tornou-se um dos mais lembrados pelas pessoas.
O famoso “Não basta ser pai, tem que participar” mostrava um jogo de futebol onde o filho permanecia no banco de reservas e o pai acompanhando na torcida. Quando o filho finalmente entra em campo, leva um tranco e cai. O pai, mais do que depressa, acode o filho e massageia a área afetada com Gelol, uma pomada para ser friccionada localmente no caso de contusões, torcicolos e dores musculares.
Além da propaganda explícita da pomada, o filme comercial também retratava uma mudança de costumes no comportamento daqueles que estavam assumindo o papel de pai de forma mais participativa, mais afetiva e mais presente.
Saia aquela figura do pai provedor, onde ele saia para trabalhar e sustentar a casa e a família e usar o poder quando necessário, para um novo pai, cujo comportamento ia desde trocar as fraldas dos filhos, ir às reuniões de pais e mestres e levar os filhos aos parques, clubes, cinemas e teatros.
A frase-mote da campanha – não basta ser pai, tem que participar – ainda é muito lembrada.

O ser pai ou mãe, hoje em dia, também é uma atividade onde as pessoas exercem liderança, assim como em outras atividades que envolvem a presença de pessoas, como na igreja, no clube, no condomínio, etc.
Quando o tema liderança é visto sob a ótica do mundo corporativo, a coisa pode ser bem diferente, embora os fundamentos sejam os mesmos.
Muito já se escreveu, e ainda será escrito, sobre este tema tão diverso, mas ao mesmo tempo, tão cativante. E isto, para mim, tem uma razão única: liderança só existe porque existem pessoas envolvidas.
Um exemplo atual diz respeito às diferentes gerações que hoje compõem o ambiente corporativo. Basicamente, são três: babyboomers, X e Y, isto sem contar os veteranos (geração silenciosa, segundo a Wikipédia) e a Z, que já está no início, sendo que cada uma delas possui suas próprias características, seus anseios, seus pontos de vista, etc.
Liderar pessoas pertencentes a gerações tão diferentes exige muita responsabilidade. Por isso considero ser normal a quantidade de livros, artigos, teses e TCCs onde estilos de liderança e tipos de líderes sejam o foco principal de tais obras.
Mas, independentemente dos estilos de liderança e dos tipos de líderes, o bom líder deve ter consciência que ele possui duas responsabilidades principais.
Uma é conseguir sempre bons resultados, os quais se originam do desempenho dos membros de sua equipe. A outra é proporcionar um ambiente onde aqueles mesmos colaboradores se sintam felizes e motivados, o que é conseguido quando o líder volta seu olhar para cada um dos liderados a fim de atender suas necessidades e suas motivações.
Estas duas grandes responsabilidades podem ser assim resumidas:
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Embora tudo possa ser resumido ao quadro acima, tornar-se um líder requer muito esforço, energia e dedicação.
John Maxwell, no seu O livro de ouro da liderança (2008), afirma que liderança é:
  • a disposição de assumir riscos;
  • o desejo apaixonado de fazer a diferença;
  • se sentir incomodado com a realidade;
  • assumir responsabilidades enquanto outros inventam justificativas;
  • enxergar possibilidades de uma situação enquanto outros só conseguem ver as dificuldades;
  • a disposição de se destacar no meio da multidão;
  • abrir mente e coração;
  • a capacidade de subjugar o ego em benefício daquilo que é melhor;
  • evocar, em quem nos ouve, a capacidade de sonhar;
  • inspirar outras pessoas com uma visão clara da contribuição que elas podem oferecer;
  • o poder de potencializar muitas vidas;
  • falar com o coração ao coração dos liderados;
  • a integração do corpo, da mente e da alma;
  • a capacidade de se importar com os outros e, ao fazer isso, liberar as ideias, a energia e a capacidade dessas pessoas;
  • o sonho transformado em realidade;
  • acima de tudo, coragem.
Para que o líder possa exigir um trabalho bem feito e que traga resultados positivos para a empresa, ele deve participar deste processo também proporcionando condições para que seus liderados possam usar todas as suas habilidades, capacidades, competências e expertises; permitir que eles cresçam e se desenvolvam em todas as suas oito áreas; fazê-los sentir que fazem algo importante e saber reconhece-los por isso: criar um ambiente de trabalho agradável e acolhedor, onde eles possam fazer aquilo que gostam com propósito e significado e permitir que recebam um salário e um pacote de benefícios que os remunerem de forma justa.
Retornando à figura acima, convém lembrar que, até alguns anos atrás, as palavras desempenho e produtividade eram antagônicas às palavras felicidade e bem-estar no trabalho.
Entretanto, com a evolução e o desenvolvimento do Ser Humano, as empresas começaram a ver seus colaboradores não mais como “máquinas”, “números” ou “robôs”, mas como Seres Humanos Integrais, possuidores de corpo, mente e alma. Desta forma, perceberam que o capital humano, as pessoas que lá trabalham, assim deveriam ser vistas e percebidas e que deveriam, portanto, serem lideradas de uma forma mais humana e holística.
Não é a toa que o exercício da liderança, nos dias de hoje, requer uma participação que vai além do aspecto puramente profissional. Esta participação também inclui as necessidades e anseios de cada um, ou seja, a prática da liderança se estende à todas as oito áreas que cada Ser Humano “recebe” ao nascer: física, emocional, intelectual, profissional, financeira, lazer, relacionamentos (inclui a família) e espiritual. E isto independentemente do estilo de liderança e do tipo de líder.
Uma participação mais integral e ativa do líder se traduzirá, inicialmente, na conscientização de que cada colaborador, assim como ele, é um Ser individual, único, daí um indivíduo, que possui características, desejos e expectativas únicas.
Quando seus liderados se conscientizarem que são vistos como Seres Humanos Integrais, e não mais como aquelas pessoas que “são pagas para trabalhar e não para pensar”, certamente se sentirão mais reconhecidos e mais valorizados, o que fará aumentar seu bem-estar, sua felicidade e sua motivação, fazendo com que sintam orgulho de “vestir a camisa da empresa”, tornando-se mais engajados e produtivos.
Isto representa, em poucas palavras, um ciclo virtuoso onde a participação do líder é fundamental e essencial.
Daí a sugestão de líder “gelol”, onde o mote muito se assemelha à frase da campanha de Duda Mendonça: “não basta ser líder, tem que participar”.
Fava Consulting – Qualidade de Vida Integral, sempre
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Autor: Autor: Luiz Roberto Fava

Especialista em Endodontia, palestrante de Qualidade de Vida Integral.
Fonte http://favaconsulting.com.br/lideranca-produtividade/?utm_source=Rede+O+Gerente&utm_campaign=ae92cd8848-Fava_Consulting_28_10_2014&utm_medium=email&utm_term=0_651183821a-ae92cd8848-106172596

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