sábado, 24 de maio de 2014

Grandes ideias estão com indivíduos, e não com empresas, afirma cientista do MIT

Para Andrew Lippman, projetos como Pebble e Oculus Rift mostram que inovação cada vez parte de projetos individuais

A evolução da tecnologia está cada vez mais na mão dos usuários individuais. Essa é a opinião de Andrew Lippman, cientista e um dos fundadores do MIT Media Lab, respeitadíssima instituição de pesquisa nas área de mídia e tecnologia. Lippman foi um dos palestrantes da BeMobile, conferência focada em segurança organizada pela BlackBerry nesta semana em Miami (EUA).
Divulgação
Lippman: inovação está na mão das pessoas
Segundo Lippman, no passado, as novidades vinham das grandes indústrias, que diziam aos consumidores o que eles deveriam comprar e usar.
Atualmente, projetos como o relógio inteligente Pebble e os óculos de realidade virtual Oculus Rift (recentemente comprado pelo Facebook) mostram que as ideias realmente inovadores saem de iniciativas individuais. Muitas vezes, essas ideias são bancadas pelos próprios usuários, por meio de serviços de financiamento coletivo como o Kickstarter.
O cientista observou ainda que projetos como Pebble e Oculus Rift mostram que a inovação em pequena escala chegou também ao hardware. “O hardware é o software dos dias hoje”, disse. Se no passado as pessoas foram capazes de criar programas de computadores da sua casa, hoje elas conseguem inventar produtos da em suas garagens, como nos casos do Pebble e do Oculus Rift.
Inovação rápida é desafio para grandes empresas de tecnologia
Um dos mais renomados pesquisadores sobre evolução e impacto da tecnologia no dia a dia, Lippman deu exemplos de eventos que estão na fronteira dessa mudança de era. “Hoje temos teclados na sala de estar, mas tenho certeza de que os fabricantes de televisões nunca pensaram que isso pudesse acontecer. E este é um desafio e tanto, porque o controle remoto é um dispositivo de escolha, enquanto o teclado é um dispositivo exploratório que muda completamente a forma como as pessoas se relacionam com as TVs, que cada vez mais se conectam à internet”, exemplifica.
Getty Images
Crianças já convivem com avanços da tecnologia
Outra diferença da sociedade de hoje em comparação com as do passado é a taxa de mudança, ou seja, quanto tempo algo leva para mudar a vida das pessoas.
No início do século 20, época em que o carro foi criado e se popularizou, o ciclo de transformação de uma sociedade era de 16 anos, hoje, nos anos 2000, é de quatro anos, de acordo com Lippman.
Segundo o cientista, essa é uma conta fácil de fazer, pois “a taxa de mudança de uma sociedade equivale a idade a que os jovens são apresentados à tecnologia dominante. Eu acho que as crianças são apresentadas a um tablet, por exemplo, ao quatro anos, mas já me disseram que isso pode acontecer antes, ao dois anos. Resumindo, tecnologia é tudo que foi inventado depois que você nasceu”, brincou.
Revolução digital já passou
Para Lippman, a revolução digital já passou. Hoje, o desafio é compreender como se vive neste mundo. Por isso, o cientista do MIT ressalta a importância de compreender melhor fenômenos como Big Data e o uso de sensores para monitorar indivíduos e espaços.
O carro autônomo do Google é um bom exemplo de inovação, segundo Lippman. O projeto trabalha cruza dados de diferentes sistemas, usa mapeamento de espaço em tempo real, monitora dados vindos de sensores no carro, usa GPS e câmeras e reconhece pessoas e animais nas ruas. O Google já está testando seu carro sem motorista em algumas cidades dos Estados Unidos.
Problemas de segurança podem ser contornados
Lipmann é otimista e acredita que a tecnologia sempre encontrará uma forma de contornar um problema, seja ele qual for, e isso inclui também a segurança. “Para cada pessoa que faz um mau uso das redes, existem 100 pessoas utilizando da forma apropriada e tirando proveito dos seus benefícios”,  explica.
Lipmann afirma que a internet cresceu rapidamente e sem a “supervisão de um adulto”, mas duvida que algum governo seja capaz de controlá-la. Para o pesquisador, se as pessoas não gostarem de algo, vão criar outra internet. Esta nova rede se tornará mais importante e esvaziará a anterior. “No fim, é tudo sobre o que as pessoas querem”, completa.
* A jornalista viajou a Miami a convite da BlackBerry
Fonte http://tecnologia.ig.com.br/2014-05-14/grandes-ideias-estao-em-startups-afirma-cientista-do-mit.html

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