Até 2015, mais da metade das empresas que investem em inovação devem utilizar games nesses processos. É a gamificação. Veja como ela funciona e é usada no Brasil
Games: eles podem ajudar não só nos processos de gestão, mas também a deixar os seus funcionários mais inteligentes
São Paulo - No ano passado, a NET resolveu ajudar toda a sua equipe a compreender como funciona cada processo de suas operações de um jeito inusitado. Por meio de um game, cada funcionário foi convidado a se tornar o gerente de várias áreas da empresa, como vendas, atendimento, instalação e comercial.
Funcionava da seguinte forma: quem se candidatasse a entrar na brincadeira, recebia um desafio real de determinado setor e precisava solucioná-lo para passar para a próxima fase. Para cada problema, havia uma gama de respostas, e o jogador precisava a escolher a que melhor se encaixava. As questões eram lançadas semanalmente e o tempo de resposta variava de um a três dias.
A estratégia usada pela NET faz parte de um fenômeno chamado gamificação, que nada mais é do que "usar a mecânica e o pensamento dos jogos em contextos que não são de games para engajar pessoas e resolver problemas", na definição de Gabe Zichermann, autor do livro "The Gamification Revolution: How Leaders Leverage Game Mechanics to Crush Competition" (em português, algo como "A revolução da gamificação: como líderes usam a alavanca da mecânica de games para esmagar a concorrência).
Pelo menos na companhia de TV por assinatura, a iniciativa funcionou. Das 16 mil pessoas que integram o time da NET, 6 mil completaram todas as etapas do jogo. "Foi um programa de comunicação muito positivo. Conseguimos passar um conteúdo que às vezes é muito técnico de uma forma lúdica e que gerou aprendizagem, com uma linguagem jovem, próxima à do nosso público", conta Daniely Gomiero, gerente de responsabilidade social e comunicação da empresa.
A NET não está sozinha nessa tendência. Segundo um estudo feito pelo Gartner Group, a expectativa é de que mais da metade das empresas que têm projetos de inovação gamifiquem esses processos até 2015. Tudo não passa de "estabelecer problemas reais para aprimorar técnicas através do computador", conforme Celio Placer de Almeida, professor da FIA. "A vantagem é que, se há erro, é possível voltar e analisar onde ele aconteceu, sem danos. A mesma coisa vale para o sucesso. Dá para ver melhor como foi que deu certo", defende.
Segundo ele, usar os games para testar estratégias de marketing e comportamento do mercado, por exemplo, é um grande avanço. "É possível experimentar o lançamento de um produto junto a grupos de diferentes comportamentos, em uma diversa gama de locais. Antigamente isso só podia ser feito por tentativa e erro. Agora acontece em laboratório. Com a informática, é possível chegar a um ponto ótimo entre todas as variáveis", explica o professor.
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