segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Como ser um líder em uma cultura fraca


É fácil ser um grande líder em uma empresa que valoriza a liderança, desenvolve líderes e está cheia de líderes-modelo que servem como inspiração.
Essas empresas, embora não sejam perfeitas, tendem a ter ótimas práticas de contratação e promoção, e investem em planejamento de sucessão e desenvolvimento de liderança. Se você, de alguma forma, escapou dos filtros e foi promovido ou contratado mesmo sendo um péssimo gestor, eventualmente os anticorpos culturais irão te encontrar e se livrarão de você.
No entanto… e o restante de nós? E quanto aos aspirantes de líder que acabam trabalhando em alguma organização que não honra o papel do líder? É impossível desenvolver um grande líder e ser um líder em uma companhia com uma péssima cultura?
Eu diria difícil, mas não impossível!
Eu tenho conduzido e gerenciado programas de treinamento de liderança por mais de 20 anos. Nas aulas em que os participantes são todos das mesmas organizações, é inevitável que o grupo, em algum momento do programa, comece a reclamar sobre como seus gestores, divisão, ou a empresa não modelam ou apoiam o que eles estão aprendendo.
Quando eu acompanhava o desempenho dos participantes após o programa, sempre havia alguns que, de alguma maneira, conseguiam implementar os novos comportamentos ou habilidades e alcançar resultados positivos, apesar de terem tido que superar as mesmas barreiras que o resto de seus colegas.
De alguma forma, esta minoria é capaz de estabelecer as suas próprias pequenas bolhas de excelência em liderança, dentro de uma cultura que não valoriza e apoia uma grande liderança.
Quando pergunto a essa minoria como eles conseguem fazer isso, suas respostas são sempre consistentes.
Então, ao invés de atualizar seu perfil do LinkedIn e procurar uma nova empresa, aqui estão algumas coisas que um gerente pode fazer para ser um líder em uma empresa com uma cultura de baixa qualidade:

1. Esclareça seus princípios não negociáveis de liderança e sustente eles, custe o que custar.

Em uma economia difícil, mais e mais empregados encontram-se presos a uma posição ou empresa que eles simplesmente não podem dar ao luxo de perder (pelo menos por algum tempo). Se você estiver em uma situação como esta, você tem que se perguntar o quanto você está disposto a sacrificar quando se trata de princípios de liderança e valores. Se você não tiver certeza, as chances são de que, como um sapo em uma panela de água fervente, em algum momento, você vai acabar violando cada um deles até você acordar um dia, olhar no espelho e não se reconhecer.
Se você ainda não o fez, tire um tempo para desenvolver sua própria lista de princípios de liderança, valores ou regras. Então, dada a sua cultura atual, faça a pergunta “por quais princípios eu estaria disposto a ser demitido?”
Não é tão assustador ou arriscado quanto parece. Todo mundo tem uma linha que ninguém cruza – por acaso, a sua são seus princípios de liderança.

2. “Seja a mudança que você quer ver no mundo.” – Mahatma Gandhi

Quando se trata de desenvolver e estimular a liderança, as ações falam mais alto que as palavras. Seja um porto seguro para os outros aspirantes a líder saírem do armário. Em uma cultura de liderança de baixa qualidade, os líderes modelo são poucos e distantes entre si. Se você está sendo um líder, as pessoas estarão à sua porta à procura de conselhos, treinamento, orientação.

3. Mantenha uma atitude positiva.

Em um ambiente de trabalho ruim, reclamar é uma regra porque há muito do que se reclamar. Sem ser exagerado e passando como se não se importasse, tente evitar o sarcasmo, cinismo, dedo apontado, e reclamações. São todos comportamentos tóxicos que vão sugar sua vida e a de todos ao seu redor.

4. Proteja seus funcionários.

Em uma cultura de baixa qualidade, os provocadores acham que é legal desrespeitar e abusar das pessoas. Afinal, essa foi a maneira como sempre foram tratados. Não deixe isso acontecer com seus empregados. Deixe os valentões saberem que seus funcionários estão fora dos limites do abuso, e se você precisar, escolha o maior valentão e dê-lhe uma surra. Metaforicamente, é claro…

5. Seja um advogado para seus colegas.

A liderança não se trata apenas de defender seus próprios funcionários – trata-se de defender seus colegas também. Em um ambiente onde as pessoas estão acostumadas a serem rotineiramente apunhaladas pelas costas, ter alguém ali, agindo por elas, é como respirar ar fresco. Uma vez que eles percebem que você é sincero e não tem nenhuma agenda política, você começará a estabelecer relações produtivas e plantar as sementes para o seu próprio desenvolvimento como líder.

6. Estabeleça e mantenha seus próprios padrões de desempenho e comportamento.

Claro, a empresa pode ter deixado o nível tão baixo que qualquer um pode atender às expectativas. Funcionários de alto desempenho podem desistir e os de baixo desempenho ficar, mas isso não significa que seus padrões como profissional não possam ser elevados. Avalie sua equipe usando uma matriz de desempenho e potencial e crie um plano para desenvolver aqueles com potencial e, gradualmente, eliminar as maçãs podres.

7. Faça o que é viável e dentro de seu controle.

Independentemente da cultura da empresa, um gestor ainda pode controlar com que frequência e que qualidade ele:
  • Escuta
  • Demonstra respeito
  • Elogia
  • Envolve outros
  • Comemora o sucesso
  • Demonstra apreço
  • Desenvolve os outros
Nenhum destes requer a aprovação dos superiores ou do RH, e não custa um centavo.
Autor: Dan McCarthy
Fonte: http://recursosehumanos.com.br/artigo/lideranca-empresas-cultura/?utm_source=Rede+O+Gerente&utm_campaign=244f688814-Rede_O_Gerente_08_02_2013&utm_medium=email

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