No dia-a-dia das organizações, a importância daqualidade já se tornou clara para todos. A maioria dos seus dirigentes não questiona isso e sabe que sem produtos ou serviços a companhia terá a sua sobrevivência ameaçada. Os que ainda querem competir sem esta condição precisam ter noção de que com isso as suas empresas estão perdendo ou caminhando para perder mercado e até mesmo encerrar suas atividades.
Entre os que se conscientizaram da necessidade de um “sistema de qualidade”, boa parte já trabalha na constituição de normas que geram resultados efetivos, como o preconizado pela NBR ISO 9001:2000. Esses trabalham com profissionalismo e determinação, colocando-se como “agentes efetivos no processo”; pondo-se como comprometidos com o sistema, investindo na sua implantação, disponibilizando os recursos de material e pessoal interno ou externo que se fizerem necessários. E, fundamentalmente, exercendo a sua liderança pelo exemplo.
Porém, ainda existem dirigentes que “querem a qualidade”, mas adotam a pior forma de conduzir a estruturação do sistema; os quais podem ser chamados de “executivos blá blá blá”. São aqueles que ficam divulgando a necessidade dos atributos na empresa com discursos inflamados, determinando a colocação de faixas e cartazes, exortando a todos para o comprometimento e ação pela melhoria e eles próprios não executam as ações quotidianas. E assim agindo, comprometem todo o processo pela diferença entre o discurso e a prática. Logo depois de fazerem a propaganda, tomam atitudes contrárias aos princípios elementares que ela preconiza, tais como:Priorizam o preço sobre a qualidade, tomando-o como determinante na aquisição de matéria-prima, na contratação de prestadores de serviço, na remuneração de seu pessoal e em tudo que significar investimento ou despesa.
- Burlam a legislação trabalhista e negligenciam as questões como as de segurança no trabalho.
- Evitam “gastar” com treinamento.
- Não procuram motivar suas equipes.
- Não se preocupam em melhoria de processos, porque acham que já têm uma organização com procedimentos consolidados e não precisam melhorar nada.
- Rechaçam toda proposta de melhoria que envolva investimentos.
- Não querem saber de apoio externo, como visitas a empresas que estão evoluindo e nem consultorias externas para absorver conhecimentos, porque a sua experiência pessoal é suficiente para implantar todas as melhorias.
- Não ouvem as reclamações ou sugestões de seus clientes, sempre estão prontos para contra-argumentar toda reclamação para justificar suas falhas e ainda taxam seus clientes de exigentes ou “chatos”.
- Deixam para o segundo plano as decisões e ações sobre qualidade e priorizam outras emergentes. Até mesmo questões pessoais triviais acabam sendo prioritárias.
- Criam uma equipe da qualidade e praticamente dizem que “assunto de qualidade é com eles” e ainda não dão a devida atenção a ela.
- Se esquecem de que qualidade é um processo mais amplo e importante, que deve envolver a todos.
Tudo isso que acontece com o pessoal de sua empresa é desinteresse, sentimento de baixo apoio, pouco envolvimento e comprometimento, resistência às mudanças, descrença na qualidade etc. Ele ainda tem a coragem de reunir a equipe para reclamar da inexistência de resultados, da situação de desvantagem da organização em relação àquela concorrente que ganha mercado ou recebem a certificação de qualidade. E dizem a eles que a culpa é da “absoluta incompetência de sua equipe”.
Porém, o problema está nele mesmo, porque a partir do comportamento do executivo é que as ações vão se desencadear. São pelas atitudes que ele toma no dia-a-dia que passa a sua visão, os seus valores, a todos que com ele trabalham.
Se a qualidade não passar do discurso não vai fazer efeito. Sem o efetivo envolvimento e liderança dos dirigentes não se consegue sucesso da implantação na organização. O exemplo pessoal e profissional de cada liderança mostra que o comprometimento institucional, ajuda a vencer as resistências que surgem em todo processo de mudança, mostra que a liderança se identifica com a qualidade.
É necessário aos diretores que partam para a ação e exemplo:
- Divulgando a cultura da qualidade e mostrando que eles também estão imbuídos dela.
- Dando e buscando apoio externo ou interno para a implantação e melhoria contínua de processos e atitudes da qualidade.
- Tendo atitudes de melhoramento na condução dos trabalhos da organização.
- Buscando desenvolvimento técnico e gerencial contínuo deles próprios e dos recursos humanos de sua organização.
- Monitorando a satisfação de seus clientes e, deles, buscando informações para melhoria contínua de seu sistema de qualidade.
- Motivando seu pessoal.
- Estabelecendo ampla e permanente agenda para a qualidade.
- Agilizando a tomada de decisão nos assuntos ligados à melhoria
Entrando “para valer” na qualidade, o líder trará junto de si todo o corpo funcional da organização e verá que ela não é apenas para se mostrar, é para se praticar e envolver a todos, da ponta à base da pirâmide organizacional. E que seus resultados não estão apenas no “se ver” um certificado de sistema da qualidade, mas na racionalização e padronização de processos, na redução de custos, na motivação e bem estar de seu pessoal, na melhoria da imagem organizacional, no crescimento de vendas, no aumento da lucratividade e finalmente na consolidação e perpetuação da organização. E evitará ser enquadrado na principal causa de frustração da implantação de sistemas de qualidade nas empresas: a liderança sem o comprometimento e atitudes exemplares e efetivas para a qualidade.
Autor:Flávio Martins – Consultor, palestrante e escritor. Autor dos livros “Socorro, Não Tenho Tempo!”, “Socorro,Meu Dinheiro Está Sumindo!” e “Excelência no Atendimento ao Cliente” 31 97 05 74 28 flaviomartins@flaviomartins.com.br
Fonte: http://ogerente.com.br/rede/qualidade-producao/qualidade-lideranca-organizacao?utm_source=Rede+O+Gerente&utm_campaign=8fd17b6403-Rede_O_Gerente_02_11_2012&utm_medium=email
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