quarta-feira, 13 de junho de 2012

SP: Trânsito torna dramático o trabalho de motoristas de ambulância


Congestionamentos obrigam condutores a se espremer entre carros, andar pelas calçadas e pegar contramão. 
Jornada de motorista pode ter até 18 ocorrências por dia.
José Roberto Burnier São Paulo
Em São Paulo, a cidade brasileira com os maiores congestionamentos de trânsito,
o aborrecimento dos motoristas pode se tornar um problema menor.
Essa era São Paulo quarta-feira passada (6): chuva, carros demais, ruas de menos. A saída? Esperar, mas e quem
não pode?
A central do Corpo de Bombeiros recebe a chamada e a equipe do Jornal Nacional acompanha. Eles vão no carro
junto com Ed Carlos, motorista, e Marcelo, outro integrante do Corpo de Bombeiros.

“É complicado, a pressão cardíaca aumenta, é muito estresse”, conta o motorista.

Com esforço, Ed Carlos se livra do primeiro congestionamento.

“É 10 centímetros de cada lado. Abriu para mim, eu passo. Vou entrar um pouquinho na contramão, porque não 
tem jeito”, diz ele.

Enquanto isso, Marcelo vai olhando alguma alternativa, mas no momento não tem como sair do local. Pensa em 
ver se vai por cima da calçada. “Meu medo é o pedestre”, diz.

Mais adiante, um bombeiro de moto, com uma câmera instalada no capacete, se espreme entre os carros, e chega
primeiro.

Atingido por um carro, um motoboy tem uma fratura no pé direito. “Estou sentindo dor na ponta dos dedos”, fala
 ele.

A caminho do hospital, Ed Carlos vai mais devagar. A equipe levou 12 minutos até a Santa Casa.

A ideia era voltar para a central do Corpo de Bombeiros, mas logo surgiu uma nova ocorrência. “Estamos a caminho,
uma parada cardiorrespiratória sobre o elevado”, avisa Marcelo.

A equipe está no pior momento do trânsito: 225 quilômetros de congestionamento.

“Aqui, infelizmente, vai ter que andar no corredor de moto, não tem outro jeito”, diz Ed Carlos.
O senhor, anunciado no rádio, teve uma crise convulsiva após bater o carro.

A curiosidade piora ainda mais o trânsito.

"Vai, não fica olhando para a gente", orienta um PM, quando motoristas curiosos passam devagar para ver o 
acidente.

A equipe do JN volta para o mesmo hospital e passa por mais sufoco.

“Não tem como. Não tem espaço físico para tanto carro”, desabafa Ed Carlos.

O jeito é pegar uma travessa.

No hospital, o motorista deixa a vítima. “Hoje com certeza não voltamos para base porque tem muita ocorrência”, 
diz ele.

A jornada de Ed Carlos é de 24 horas, com até 18 ocorrências por dia. A folga é de 48 horas, mas o descanso 
demora a começar.

“Para descansar, para dormir, para relaxar, só depois de umas 9 horas para baixar a adrenalina. Porque você 
pode até deitar, só que não dorme, difícil”, fala ele.

Os dois pacientes atendidos pela equipe de resgate já tiveram alta do hospital.
Por G1 - Jornal Nacional - José Roberto Burnier São Paulo
Fonte: http://www.intelog.net/site/default.asp?TroncoID=907492&SecaoID=508074&SubsecaoID=948063&Template=../
artigosnoticias/user_exibir.asp&ID=229853&Titulo=SP%3A%20Tr%E2nsito%20torna%20dram%E1tico%20o%20trabalho%
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