A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, fez uma cuidadosa, porém importantíssima, declaração
durante a conferência Rio+20. Importantíssima porque Graça Foster, como é conhecida, disse com todas as
letras que o reajuste nos preços da gasolina no Brasil revela-se urgente.
"Nós precisamos de um aumento porque evidentemente você vê uma variação do Brent que desceu, mas o câmbio
está subindo. Então a paridade de preço está bastante defasada aos preços internacionais", afirmou ela.
Cuidadosa, porque usou expressões que tirassem qualquer conotação de pressão sobre o governo.
Leia: "Nós não temos nenhum percentual de aumento da gasolina e nenhuma data específica para que aconteça
qualquer percentual", completou ela. É bom colocar essas declarações em seu contexto.
Graça Foster chegou ao comando da maior empresa brasileira por obra e graça (sem trocadilhos) da presidente
Dilma Rousseff. Faz parte de sua cota pessoal. Portanto, qualquer manifestação de Graça sobre assuntos de
tamanha importância, como o preço da gasolina, deve ser interpretada como uma opinião da própria presidente da
República.
Isso significa que Dilma resolveu atacar um assunto que virou uma espécie de tabu no governo e gerou, nos últimos
anos, embates frequentes entre diretores da companhia e gente da Esplanada dos Ministérios, sobretudo do Ministério
da Fazenda.
A preocupação do governo federal era que o aumento dos combustíveis alimentasse os índices de inflação e, para evitar
esse risco, a gasolina deveria ficar sob controle.
Por outro lado, analistas classificam o congelamento nas tarifas como "uso da Petrobras como instrumento de
política econômica", o que prejudica os resultados da empresa e sua capacidade de investimento.
A primeira visão, a do governo federal, prevaleceu - desde 2005, os preços se mantêm inalterados. A declaração
ontem de Graça Foster significa o sinal mais forte de que as coisas estão mudando. Trata-se de mais um campo em
que a presidente Dilma se afasta do legado de seu antecessor.
Em poucos assuntos, essa alteração de rumo fica tão evidente como na Petrobras. Desde que assumiu o Planalto,
Dilma fez profundas mudanças na estrutura da estatal, inclusive no posto mais alto da hierarquia.
Deu à empresa um caráter mais técnico - embora companhias controladas pelo Estado, como a própria Petrobras, o
Banco do Brasil e a Eletrobras, sempre terão um papel político aqui e em qualquer parte do planeta.
A sabedoria que se espera do governo é manter um equilíbrio entre a saúde financeira de uma companhia como a
Petrobras e os interesses do país - e, no caso do preço do combustível, estamos falando de questões cruciais, como
inflação e pressão nos custos das empresas.
Quando o aumento da gasolina for anunciado, saberemos se tal equilíbrio entrou de vez na pauta do governo federal.
Joaquim Castanheira é Diretor de Redação do Brasil Econômico
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Por Joaquim Castanheira - Diretor de Redação do Brasil Econômico
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ETEC ARUJÁ, Volta as aulas, PRESENCIAL 25.07.2022 - SEGUNDA.
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terça-feira, 26 de junho de 2012
A gasolina e o sinal de Dilma Rousseff
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