segunda-feira, 2 de abril de 2012

Produzir no País custa mais que nos EUA

Está mais barato produzir bens industriais nos Estados Unidos do que no Brasil.
A afirmação parece um contrassenso, mas se tornou realidade. A crise provocou
uma reviravolta na estrutura de custos das empresas, encarecendo uma nação 
emergente como o Brasil e tornando os EUA um país de baixo custo. 

"As empresas relatam que hoje existem condições mais favoráveis para a 
produção industrial nos Estados Unidos do que no Brasil", conta Gabriel Rico, 
CEO da Câmara Americana de Comércio (Amcham-Brasil), que reúne as 
multinacionais americanas instaladas no País. O câmbio é o principal vilão 
por causa do enfraquecimento do dólar, especialmente diante do real, mas 
não é o único. 

Levantamento da MB Associados, feito a pedido da reportagem, aponta 
que despesas importantes, como energia e mão de obra, subiram muito 
mais no Brasil do que nos Estados Unidos. 

Nos últimos cinco anos, o custo do trabalho em dólar na indústria 
aumentou 46% no Brasil e apenas 3,6% nos Estados Unidos. Segundo 
Aluizio Byrro, presidente do conselho da Nokia Siemens na América Latina, 
a mão de obra no Brasil está entre as mais caras do mundo. "Um gerente 
de nível médio chega a ganhar 20% menos nos EUA do que aqui." 

No Brasil, os encargos trabalhistas são pesados e a variação cambial 
encareceu os salários em reais. Além disso, o crescimento da economia 
e a baixa escolaridade da população provocou uma forte escassez de 
mão de obra qualificada. Nos Estados Unidos, trabalhadores não têm 
direitos como décimo terceiro salário ou licença-maternidade. 
Com a crise, as empresas ganharam poder de barganha e conseguiram 
até redução de salários. "No setor automotivo americano, por exemplo, 
tudo foi repensado para salvar empresas que estavam à beira da falência", 
diz Marcelo Cioffi, sócio da consultoria PwC. "Já o Brasil é um dos países 
mais onerosos do mundo para produzir carros. Não só pelo câmbio, mas
 também pela falta de escala, excesso de impostos, mão de obra e 
matéria-prima mais caras." As informações são do jornal O Estado de 
S. Paulo. 

Fonte: Agência Estado e http://www.intelog.net/site/default.asp?TroncoID=907492&SecaoID=508074&SubsecaoID=715548&Template
=../artigosnoticias/user_exibir.asp&ID=216175 

Nenhum comentário:

Postar um comentário