A indústria de São Paulo alerta para o crescimento do consumo de produtos importados pelos brasileiros. O setor têxtil, segundo pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), é um dos mais atingidos, cuja importação passou de 19,6%, em 2010, para 24,1%, em 2011.
Renegada
O estudo da Fiesp aponta que, em 2011, o consumo aparente no Brasil cresceu 1,2% e a maior fatia desse crescimento foi aproveitada pelos importados (54,5% do total). A indústria doméstica ficou com o percentual remanescente, 45,5%. Os números indicam a inversão do cenário encontrado em 2010, quando a maior parte (53,2%) dos produtos consumidos internamente foi produzida pela indústria brasileira.
Portas abertas
“Isso significa que de cada três produtos consumidos no nosso país, um é importado. Em 2005, essa proporção era de 15%, hoje temos um recorde histórico”, diz o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex), Roberto Giannetti da Fonseca.
Que fazer
O diretor da Fiesp explica que para reverter a situação é preciso trabalhar as questões de câmbio, eficiência logística e desoneração de tributos para melhorar a competitividade dos produtos brasileiros tanto para concorrer no mercado interno, com os importados, quanto na exportação, com produtos do mundo todo.
Desindustrialização
“A maior preocupação dos industriais é que o crescimento do consumo no Brasil não está beneficiando a indústria nacional. Ele está sendo capturado, quase que completamente, pelos produtos importados e isso, ao invés de criar emprego e renda aqui, cria lá fora.” Dessa forma há uma ruptura no círculo “consumo-produção–renda–consumo”, uma vez que o dinheiro que incrementaria a economia do Brasil vai para o exterior.
Em declínio
O grupo de discussão, na internet, do setor têxtil, publicou pesquisa da Forbes listando profissões que estarão em declínio até 2020. Algumas delas: agricultor, fazendeiro, operador de máquina de costura, operadores de refinarias e extração de petróleo. Tá certo isso?
Centro da Terra
O engenheiro Plínio Assmann, em seminário sobre mobilidade urbana no Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp), na capital paulista, nesta quinta-feira (9), disse que “somos um país praticamente de uma cidade só. Tudo acontece em São Paulo”.
Máfia do transporte
O consultor Peter Alouche, também presente ao seminário do Seesp, critica a falta de iniciativa de governos para implantar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que ele aponta como uma grande solução para as cidades. E critica: “as cidades não podem ter soluções provisórias, mas definitivas”.
Quem responde
Vicente Abate, da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), não entende porque o estado de São Paulo não investe em VLTs.
Prata da casa
O nosso colunista Frederico Bussinger assessorou a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) na sistematização do texto final do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ), que teve quatro textos-base: o PDZ vigente mais três estudos.
Turma da pesada
O jornalista Gaudêncio Torquato aconselha, pelo seu microblog, que em momentos pré-eleitorais deva-se ler muito Maquiável (“O Príncipe”), Hobbes (“Leviatã”), cardeal Mazarino (“Breviário dos Políticos”) e o militar prussiano Clausewitz.
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