Cansadas da realidade pouco flexível das empresas, cada vez mais mulheres usam a internet para empreender. agora, colhem os frutos
Motivada pela busca por maior qualidade de vida, outra forma de realização profissional ou até mesmo mais tempo para dedicar aos filhos, a mulher brasileira tem mergulhado de cabeça no mundo dos negócios. De acordo com a pesquisa Global Enterpreneurship Monitor, realizada no Brasil pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade, elas já superaram os homens e estão à frente de mais da metade dos novos empreendimentos surgidos no país.
Segundo o levantamento, dos 18,8 milhões de pessoas comandando empresas em estágio inicial, 53% são mulheres. Regina Madalozzo, professora e pesquisadora do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), de São Paulo, explica que esse Movimento das Mulheres Empreendedoras, como é conhecido, aconteceu há dez anos nos Estados Unidos e, agora, começa a chegar ao Brasil. "Muitas mulheres foram em busca de alternativas para seu descontentamento com o mercado de trabalho ou com o rumo de suas carreiras impulsionadas pelas facilidades da internet e pelo crescimento do comércio eletrônico", diz.
Joel Dutra, professor de administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, especialista em carreiras e sucessão, reforça: para ele, as mulheres estão mais conscientes de até onde elas estão dispostas a ir na vida profissional para não sacrificar os filhos e a família. "Nos Estados Unidos, isso gerou um movimento de flexibilização nas empresas, que não queriam perder suas funcionárias no momento de maior produtividade em suas vidas", conta.
Enquanto o mercado brasileiro não se adapta, muitas profissionais têm encontrado a solução por conta própria, do lado de fora dos escritórios. Regina, do Insper, alerta que nesse movimento é preciso ter atenção redobrada e planejar todos os passos com muito cuidado: "Deixar o emprego fixo e começar um novo negócio não é algo que se decida depois que você saiu de uma reunião estressante ou levou uma tremenda bronca do chefe", diz. A seguir, você conhece a história de quatro mulheres que criaram negócios virtuais e estão tendo realização e lucro reais.
Maria Mazzucchelli e Raquil lange,
• Parangolé
Em busca de mais tempo para os filhos, as amigas Maria Mazzucchelli, 34, e Raquil Lange, 35, juntaram seus conhecimentos como designer e produtora gráfica, respectivamente, para fundar a Parangolé (www.lojaparangole. com.br), loja virtual de produtos para festas infantis.
Deixaram para trás emprego e colegas de trabalho que não tinham filhos e pouco entendiam as idas e vindas das mães que trabalham fora. Raquil foi a primeira a sair da editora em que trabalhava. "Minha filha entrou na escola, e eu tinha que atravessar a cidade para deixá-la e ir para o trabalho. Ficava angustiada, pois as pessoas que conviviam comigo não entendiam o que eu estava sentindo", diz. Hoje, as sócias trabalham do lado de casa e próximo à escola das crianças, e criaram sua própria linha de produtos.
Entre estoques, planilhas e clientes, encontraram uma fórmula para o equilíbrio entre vida pessoal e profissional: "Temos um trabalho como outro qualquer, cheio de responsabilidades e preocupações. A diferença é que a gente ama o que faz", explica Maria. O ano de 2011 será um desafio para as sócias, que dizem ter deixado para trás o período de experiências e começam a correr atrás do lucro.
• Cofundadora do Elo 7 Mônica Ipólito, de 35 anos, é a cofundadora do Elo7 (www.elo7. com.br),
O maior site brasileiro de compra e venda de produtos artesanais. Formada em ciência da computação, ela trabalhou durante 13 anos em multinacionais na área de desenvolvimento de software. Carreira em ascensão, seguia direitinho a cartilha que aprendeu em casa. "Fui criada para ter um bom trabalho, de preferência em uma grande empresa." Mas, como muitas mulheres de sua geração, Mônica enxergava além da carteira assinada e, ao lado do marido, começou a investir num projeto próprio.
Durante dois anos, o Elo7 ocupou praticamente todas as suas noites e os fins de semana, quando cuidava desde o contato com fornecedores e clientes até questões burocráticas e administrativas. "Quando eu voltava segundafeira de manhã para o escritório, percebia que meu prazer não estava ali, e sim cuidando da minha loja virtual."
O momento de assumir de vez seu lugar à frente da empresa aconteceu no fim de 2010, quando pediu demissão e deixou para trás seu cargo de gerente de projetos para tocar um negócio que, no ano passado, movimentou 10 milhões de reais em produtos vendidos e reúne 40 000 artistas em uma espécie de feira moderna online.
• Grudado em Você
Depois de seguir uma carreira em multinacionais, a publicitária Renata Resnitzky, de 35 anos, juntou-se ao marido e mudou-se em 2002 para a Austrália em busca de uma vida mais tranquila no mundo corporativo. O que ela não contava é que, em sua segunda gravidez, seria presenteada com gêmeos.
Quando voltou ao Brasil, em 2009, precisava fechar a equação: cuidar de três crianças com idade entre 1 e 3 anos e trabalhar em tempo integral. "Cada hora um deles ficava doente, uma loucura." Com a ideia fixa de ter um negócio, ela encarou um ano de emprego em tempo integral até terminar sua pesquisa de fornecedores e passar a ter alguma renda com a Grudado em Você (www.grudadoemvoce.com.br), que fornece etiquetas para identificação de roupas e utensílios infantis.
O investimento inicial no negócio, de 20 000 reais, começa a render e, com um lucro mensal de 15 000, a empresária diz que reaplica boa parte do valor para importar equipamentos e investir em divulgação. "Continuo ganhando o mesmo, mas as perspectivas são muito melhores", diz.
Teste
Será que tenho de aprender a Empreender?
1 - Você está preparada para correr riscos em um empreendimento?
a) Sou conservadora em minhas decisões e não gosto de correr riscos (0 ponto)
b) Tenho consciência de que o fator risco está presente em todo negócio, mas tenho receio de fracassar (1 ponto)
c) Sei como reduzir os riscos do negócio e estou emocionalmente forte para lidar com incertezas e dificuldades (2 pontos)
2 - Você conhece a estrutura de um plano de negócio?
a) Já elaborei diversos planos de negócio (2 pontos)
b) Nunca elaborei um plano de negócio (0 ponto)
c) Acho importante a elaboração de um plano de negócio (1 ponto)
3 - Você sabe fazer marketing da empresa?
a) Conheço conceitos de marketing, mas nunca os coloquei em prática (1 ponto)
b) Tenho experiência na elaboração de planos de marketing (2 pontos)
c) Não conheço os conceitos de marketing (0 ponto)
4 - Você domina os conceitos de gestão financeira?
a) Tenho domínio de custos, formação de preços, fluxo de caixa, ponto de equilíbrio e análise de resultados (2 pontos)
b) Não conheço aspectos da gestão financeira (0 ponto)
c) Conheço alguns conceitos de gestão financeira, mas ainda tenho dúvidas (1 ponto)
5 - Você conhece pessoas que podem ajudá-la no projeto?
a) Preciso melhorar a habilidade de estabelecer relacionamentos fortes (1 ponto)
b) Tenho dificuldades em desenvolver relacionamentos (0 ponto)
c) Domino técnicas e pratico o desenvolvimento de redes de contato (2 pontos)
6 - Você sabe vender?
a) Tenho pouca experiência em vendas (0 ponto)
b) Conheço técnicas de vendas e as coloco em prática constantemente (2 pontos)
c) Em se tratando de vendas, preciso melhorar minha comunicação (1 ponto)
Resultado
0 a 4 pontos: É preciso melhorar. Invista em aprender a empreender.
5 a 9 pontos: Você está em desenvolvimento e deve continuar a investir em aprender a empreender.
10 a 12 pontos: Você tem domínio de aspectos importantes para empreender, mas é importante melhorar ainda mais.
Fonte: http://vocesa.abril.com.br/desenvolva-sua-carreira/materia/especial-mulheres-2-carreira-empreendedoras-negocio-virtual-lucro-real-644503.shtml
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