quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Tendências e oportunidades para 2012 - Parte III

Editora Globo
OS BONS DESAFIOS DE UM BRASIL MAIOR

Francilene Procópio Garcia
Professora da Universidade Federal de Campina Grande, diretora geral da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba, secretária executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação da Paraíba e presidente eleita da Anprotec


O Brasil vem se preparando para lidar com as oportunidades e os desafios de uma economia num nível de estabilização sustentável, reconhecida com a elevação do país à categoria de grau de investimento. É visível a melhoria da competitividade nos territórios brasileiros que se movimentam com a parceria de incubadoras de empresas, aceleradoras de negócios, parques ou pólos científicos e tecnológicos. Estes mecanismos, originados ao longo dos últimos 25 anos, caracterizam um dos caminhos para concretizar o apoio à inovação, viabilizando benefícios que contribuem para o desenvolvimento social, econômico, científico e tecnológico.

As iniciativas de parques tecnológicos e incubadoras de empresas apontam resultados inspiradores e desafiadores, conforme relatos apresentados no XIX Workshop da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), realizado em outubro de 2011, em Porto Alegre. Um dos temas foi a sustentabilidade de parques e incubadoras. Em cada canto do Brasil, a exemplo do que ocorreu nas economias mais avançadas, esses ambientes em prol da inovação são organizados em torno de arranjos institucionais e se valem das leis de inovação (federal, estadual e municipal) e afins, de incentivos fiscais, dos instrumentos de apoio e fomento a empresas e centros de PD&I, e da chegada do capital empreendedor. Uma boa aposta no futuro.

Cada um desses ambientes vem avançando na promoção de uma interação maior entre instituições governamentais, centros geradores de conhecimento e o setor produtivo. A aprendizagem e os resultados já alcançados reforçam a importância de se fomentar as condições oportunas ao estímulo da atividade empreendedora e inovadora, de forma a influenciar uma nova geração de serviços, produtos e processos produtivos mais competitivos que chegam ao mercado. O maior desafio continua sendo a adequação dos modelos de gestão para a obtenção de uma operação mais sustentável, em sintonia com o mercado e melhor articulada nas diversas partes do território brasileiro. Rever e aprimorar as políticas públicas e os seus impactos em cada região faz parte da aposta no futuro.

O Brasil está num momento especial. O crescimento da economia alarga as possibilidades e aproxima o investidor privado, o que reforça a necessidade de maior capacitação da gestão, inclusive nos ambientes das incubadoras e dos parques tecnológicos. Explicitar os impactos das ações, nas suas múltiplas dimensões, é um bom desafio. É crescente o número de centros de PD&I de empresas nacionais e transnacionais que se instalam nos parques tecnológicos. No do Rio de Janeiro, por exemplo, é expressivo o conjunto de corporações da cadeia de petróleo, gás natural e energia. Por isso, também é um bom desafio para o Brasil continuar a investir na atração e fixação de novos centros de PD&I e, especialmente, em uma maior articulação com investidores privados, contemplando projetos nas várias regiões do país. Reduzir as desigualdades regionais é outro desafio na caminhada em direção a um Brasil Maior.

Em sintonia com prioridades regionais, nacionais, internacionais e com políticas públicas abrangentes, tais como a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), cabe continuar avançando de forma empreendedora e inovadora em áreas estratégicas, a exemplo dos segmentos de tecnologia limpa, nanotecnologia, biotecnologia, TIC (em especial, em ações com impacto nas áreas de segurança, saúde e educação), energia e agronegócio, entre outras.

A lista de desafios inclui incentivar a maior cooperação entre os ambientes de inovação e as empresas. Precisamos aprimorar a capacidade de articular, integrar e negociar projetos estratégicos, entre parques e incubadoras, racionalizando e fortalecendo as capacidades dos vários territórios no fomento ao empreendedorismo inovador no país. A mensuração de resultados precisa ser aprimorada, de forma a apontar as múltiplas dimensões envolvidas (política, cultural, inclusão social, ambiental, organização e gestão do espaço físico e de recursos) e viabilizar a pactuação de alternativas para eliminação da miséria e a obtenção de melhores condições de crescimento num formato melhor e mais envolvente – nos espaços da inovação. 
Fonte: http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI282344-17166-2,00-TENDENCIAS+E+OPORTUNIDADES+PARA.html

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