quinta-feira, 16 de maio de 2013

Benevolência, maturidade e profissionalismo


Na correria e nas infinitas demandas do dia a dia corporativo não é raro que enganos ou avaliações incorretas possam acontecer, e o que se espera de equipes e pessoas “saudáveis” é que a reação e o tratamento dado a estas situações seja assertivo, buscando corrigir o erro e melhorar o desempenho de quem o cometeu.
No entanto, alguns profissionais parecem se aproveitar destes ocorridos para evidenciar a falha de maneira negativa e, à vezes, até mesmo destrutiva.
Há alguns dias fui vítima desta situação. Eu tinha que convidar alguns gerentes para uma reunião sobre disseminação de procedimentos do RH e, em um engano de avaliação de minha parte, deixei de convidar 3 gestores que, embora não devessem necessariamente fazer parte desta reunião, faziam parte da equipe.
Pois bem, um destes gestores, ao saber que não fora chamado, me procurou e eu expliquei a situação. Ele concordou que realmente, naquele caso específico, sua presença não era necessária, e assim ficamos.
Meu azar foi que, durante esta reunião, nosso superintendente local entrou na sala e acabou dando outro rumo ao assunto. Aproveitou que ali estava grande parte dos gerentes e iniciou uma conversa sobre objetivos estratégicos. Esta conversa durou tanto tempo que o objetivo original da reunião, (procedimentos de RH) não aconteceu.
Pois bem, o assunto de que a reunião fora na verdade “estratégica”, chegou aos ouvidos daquele gerente que não havia sido convidado. (e que compreendera o motivo). Só que em vez de vir falar comigo e esclarecer, o que ele fez foi escrever a mim um e-mail cheio de rancor, ironia, e colocando em cópia o diretor do projeto e o superintendente local.
Veja que, na verdade o objetivo real da reunião fora modificado ali, em tempo real, mas de qualquer forma, para não ferir susceptibilidades, eu deveria sim ter chamado todos os gestores. Eu cometi um erro de avaliação que acabou sendo potencializado pela mudança de rumos do encontro.
Mas será que a postura deste gerente deveria ter sido a de querer claramente “me queimar” com a diretoria, em vez de me procurar para entender o que aconteceu?
Ainda sou um profissional jovem, mas já tenho uma equipe para administrar e procuro, sempre que possível, entender as situações antes de jogar a situação no “ventilador”. O gerente em questão é uma pessoa vaidosa profissionalmente, mas competente; um profissional sênior. E de verdade, se não fosse minha boa relação com a diretoria e minha habilidade em explicar a situação, este gerente poderia ter prejudicado minha carreira.
No fim das contas ficou claro o que aconteceu, e apesar de não chamar minha atenção, o superintendente sugeriu que eu tivesse mais cuidado nestas situações, em especial com as pessoas que gostam de “brilhar” um pouco mais.
Vou aprender com meu engano e me tornar mais cuidadoso, mas ainda assim continuo pensando que toda pessoa tem o direito de ser interpelada sobre suas falhas antes de ser jogada aos cães. E que a benevolência e a assertividade deveriam fazer parte do repertório de comportamento daqueles que consideram profissionais competentes e importantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário