Você se lembra o que é tração? Não? Bem, faça uma viagem ao passado e lembre-se de suas aulas de Física, onde seu professor (ou professora) lhe ensinou as leis de Newton.
Não, não precisa remoer sua memória com fórmulas. Basta lembrar que, ao tracionar um corpo, você o tira da sua posição de repouso. Tração nada mais é do que puxar. Vaja alguns exemplos.
Certamente você já viu pedreiros trabalhando em telhados de casas. Um fica lá no alto e outro fica cá embaixo enviando material. Geralmente o material chega ao pedreiro do alto através de um balde, onde uma corda que passa por uma polia (ou roldana) fixada no telhado. O pedreiro que está em baixo enche o balde de material e traciona a corda, puxa-a, fazendo com que o balde chegue ao pedreiro que está em cima.
Outra atividade que envolve tração é na correção de fraturas ósseas. Em muitos casos há a necessidade de se tracionar os fragmentos fraturados antes de serem estabilizados por parafusos, placas, gesso, etc.
Nos casos de pessoas afogadas ou asfixiadas, é feita a tração da língua para estimular os centros nervosos da respiração.
Toda tração diz respeito a movimento. Sem tração não há movimento.
Por outro lado, a concentração é a capacidade que qualquer pessoa possui em manter sua mente ocupada com um único pensamento.
Concentrar-se significa que a atenção está voltada para um único ponto, uma única atividade, um único objetivo, uma única imagem mental. Por exemplo: enquanto digito este texto, minha atenção está voltada única e exclusivamente par chegar ao fim desta tarefa.
Enquanto SEM TRAÇÃO significa ausência de movimento, CONCENTRAÇÃOsignifica canalizar, dirigir, movimentar sua energia mental para atingir um objetivo.
E isto pode parecer um paradoxo.
Percebe-se, nos dias de hoje, que as pessoas estão se tornado multitarefas. Fala-se ao telefone, enquanto se checam e-mails e se ouve música. A impressão que se tem é que as pessoas inteligentes são aquelas que conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo.
O acesso e o uso de novas tecnologias cria uma sobrecarga no cérebro, o que pode levar a pessoa a cometer erros e gastar mais tempo na reparação dos mesmos ou na repetição da tarefa.
A jornalista e escritora Harriet Griffey, em seu livro The art of concentration, diz: “com toda a tecnologia disponível, demoramos mais para fazer as coisas, fazemos pior e lembramos menos do que temos feito. Isto pode impedir de sermos tão produtivos como gostaríamos.”
Os budistas afirmam que nossa mente é como um macaquinho cheio de energia que fica pulando de galho em galho. Ela fica indo de pensamento em pensamento fazendo com que estejamos sempre ocupados e, o que é pior, julgando, analisando e recordando (passado) ou projetando, fazendo planos e esperando (futuro). O presente parece não fazer parte de nossa vida,
E, para se concentrar, você necessita estar com a mente calma. Para isso, as práticas da respiração profunda e da meditação ajudam a “esvaziar” a mente e a acalmar os “macaquinhos”.
Quando se alcança este estado e deixamos que apenas o pensamento principal ocupe todo o “volume” da mente, estamos nos concentrando naquilo que priorizamos e que temos que fazer, pois é o mais importante naquele momento.
Provavelmente você conhece alguma pessoa que, ao trabalhar, atinge um grau de concentração tão profundo que não consegue escutar a campainha da porta ou o telefone tocando. Se duvidar, pode até haver um tiroteio em frente à sua casa que ele não vai escutar.
Existem muitas técnicas para você aumentar seu grau de concentração. Eu, particularmente, gosto daquela preconizada por Einstein.
Tome um pedaço de papel, um lápis ou caneta, um cronômetro e um livro.
Inicie o exercício estabelecendo um tempo de três minutos e a frase “nunca serei distraído por isso”.
Comece a ler o livro. Quando perceber que se distraiu, ponha o dedo no ponto do texto e trace uma linha no papel. A seguir, diga para si mesmo: nunca serei distraído por isso.
Continue a leitura e repita o procedimento todas as vezes que se distrair.
Depois de três minutos, veja quantas linhas forma traçadas no papel. Isto representa a quantidade de distrações que você teve naquele intervalo de tempo.
À medida que você vai repetindo o exercício, o número de linhas traçadas tende a diminuir. E quando você conseguir ficar sem traçar nenhuma linha por três minutos, aumente o tempo do exercício para quatro, cinco, seis minutos e assim por diante.
Fazer várias coisas ao mesmo tempo reduz a capacidade de se registrar a informação e de retê-la na memória.
Um pensamento por vez, uma tarefa por vez. “O caminho mais curto para se fazer muitas coisas é o de se fazer apenas uma coisa de cada vez”, afirma Stanley Smiles.
A prática da concentração torna a pessoa mais que eficiente, eficaz. E isto acontece porque, ao focar seu pensamento em algo, você “liga” a sua mente para procurar caminhos e diminuir o seu tempo e o seu esforço na realização de algo. E a atingir seus objetivos de forma mais rápida. E quem é eficaz age com foco em resultados.
Além do mais, isso ajuda na diminuição do estresse causado pela aproximação do prazo da entrega da tarefa.
Para finalizar, lembre-se sempre do ditado hindu que afirma: “põe todo o teu ser e toda a tua vida naquilo que estás praticando AGORA”.
Trabalhe sempre concentrado. O mundo de hoje prioriza as pessoas que entregam resultados no menor prazo e com mais qualidade.
Por isso, nunca mantenha sua mente sem tração ao realizar suas tarefas. Mantenha-a tracionada, “com tração”, “puxando-a” e direcionando-a para atingir seus resultados. Sem dúvida você será um melhor profissional.
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