sábado, 20 de outubro de 2012

Levy Fidelix, além do Aerotrem


Entrevista com o candidato à Prefeitura de São Paulo nas eleições 2012. O Portal Transporta Brasil buscou as propostas e opiniões dos candidatos sobre o transporte e a logística na cidade, envolvendo temas como mobilidade urbana, caminhões, trânsito, transporte coletivo e regras para a circulação de pessoas e mercadorias pela maior cidade do Brasil
O candidato à prefeitura da cidade de São Paulo, Levy Fidelix, do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro) inaugura a série de entrevistas com os prefeituráveis da cidade com os maiores problemas de trânsito e abastecimento do País, para discutir questões sobre o transporte de cargas, logística de distribuição e mobilidade urbana.
Fidelix projeta para São Paulo mudanças que vão além de apenas a construção do “Aerotrem”, projeto que estigmatizou o candidato. Entre suas propostas está a construção de estacionamentos públicos para caminhoneiros no entorno da cidade, pulverização do abastecimento de mercadorias por meio de VUCs e incentivo às empresas que se instalarem em áreas de periferia.
Saiba mais sobre os projetos do candidato, voltados ao transporte na capital paulista, na íntegra da entrevista.
Portal Transporta Brasil: Em seu plano de governo como serão conduzidos os projetos relacionados às plataformas logísticas no entorno da cidade?
Levy Fidelix: Temos que estruturar a entrada de caminhões durante o dia na cidade. No primeiro quilômetro de cada rodovia que dá acesso à São Paulo, vou fazer gigantescos estacionamentos, para que os caminhões que cheguem na cidade durante o dia ali estacionem de graça, com bandejão a R$ 1,00 e hotéis por baixíssimo custo, segurança e postos de serviço, para que o caminhoneiro possa ficar ali durante o dia e entrar na cidade a partir das 20 horas. Desta maneira as empresas de transporte e os caminhoneiros vão se sentir amparados por que o prefeito não fez como o Kassab que, sem consultar ninguém, em apenas alguns dias determinou a proibição de tráfego de caminhões. O adequado seria também que as grandes empresas colocassem também, seus centros de distribuição e depósitos nas áreas de periferia, e fazer a distribuição interna para a cidade com caminhões menores.
Portal Transporta Brasil: Qual é sua opinião sobre as restrições aos caminhões na cidade? Seu plano de governo contempla a manutenção destas medidas?
Levy Fidelix: Meu plano não seria restritivo e sim organizativo, o Kassab não consultou o setor, temos necessidade de receber as mercadorias destes caminhões, a cidade não pode parar. A prefeitura tem que dar condições para poder aplicar medidas. Dando as condições adequadas o fluxo de abastecimento por caminhões poderia ser feito das 20 horas até às 08 horas sem problemas. Com o investimento em infraestrutura faremos com que as empresas não tenham a necessidade de entrar com caminhões grandes na cidade. Tem que haver uma gestão dedicada, por isso vou criar a Secretaria de Mobilidade Urbana para cuidar desta questão.
Portal Transporta Brasil: Um dos problemas da mobilidade urbana é o fato de as pessoas morarem longe do trabalho e não haver transporte público de qualidade. Quais são seus projetos para melhorar a mobilidade na cidade?
Levy Fidelix: Meu principal projeto de campanha está focado na descentralização da cidade, retirar do centro os principais gargalos de trânsito, como o Aeroporto de Congonhas, o CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), Rodoviária do Tietê e o Centro de Eventos e Convenções Anhembi, que seriam retirados de seus locais atuais e recolocados em regiões de periferia próximo ao Rodoanel, para distribuir o fluxo de trânsito e gerar a oportunidade de novos negócios e renda nessas regiões. Além de fornecer transporte público de qualidade, principalmente com a construção do “Aerotrem” (Metrô de superfície). A construção de Shoppings e Hipermercados também não será mais permitida no centro de São Paulo, com o objetivo de não criar novos gargalos de trânsito e gerar empregos nas áreas de periferia.
Portal Transporta Brasil: São Paulo emplaca mais de 800 carros por dia, gerando grande concorrência pelo viário urbano. Como enfrentar este problema?
Levy Fidelix: O sistema de rodízio aplicado não é suficiente, e eu não vou propor mais um dia por que seria um transtorno a mais para o paulistano. São Paulo precisa se “desinchar”, a descentralização da cidade já iria espalhar mais o fluxo de veículos. As placas da cidade estão muito ruins, eu colocaria placas de maior visibilidade, inclusive em inglês, para poder auxiliar o fluxo de turistas. Vou criar também, batalhões de guardas disciplinadores para o trânsito e não só de guardas que multam isso é fundamental. Os azuizinhos disciplinariam e fariam as orientações de trânsito em situações especiais como a falha na operação de semáforos, por exemplo, e os amarelinhos continuariam em suas funções. Quando um farol se quer queima, a cidade vira um caos, o Kassab (Gilberto Kassab, atual prefeito de São Paulo) não pensa em nada, temos que ter um sistema de back-up e uma central integrada de controle. No meu mandato vou dobrar a frota de taxis (hoje são cerca de 33 mil) e reduzir o custo pago por esse transporte e introduzir o uso dos moto-taxis.
Portal Transporta Brasil: Qual é o seu plano majoritário para reduzir o Custo São Paulo, que inclui as demoras por congestionamentos, a falta de segurança, os caros insumos e o ambiente inóspito para o negócio de transportes?
Levy Fidelix: São Paulo é muito mal gerenciada. Temos que fazer com que as empresas de ônibus cumpram o seu papel social e não ganhar por quantidade de passageiros, lotando os ônibus. Eles têm que adaptar a frota, como por exemplo, usar micro-ônibus para atender ao fundo de bairros de periferia e captar o passageiro para os terminais. Temos que ter parceria público-privadas para ampliar a malha do Aerotrem, não é possível continuar só com duas linhas como é atualmente, no mínimo teriam que ser 100 quilômetros, além de integrar os sistemas de transporte. Quero gerar competitividade no setor de taxis, acabando com a concentração de donos de pontos. O plano passa também por uma visão macro, com a Secretária de Mobilidade Urbana gerindo os projetos para a fluidez no trânsito de maneira clara. Temos que ampliar o número de guardas de trânsito municipais, pois muitas vezes o tempo da Polícia Militar é ocupado na aplicação de multas, que não é papel deles e quem perde é o cidadão. Hoje temos cerca de seis mil agentes de trânsito, iriamos para 12 mil com intuito de organizar e não de só multar. A “Indústria da Multa” tem que acabar em São Paulo. O prefeito parece estar querendo mais fonte de arrecadação e sobrecarrega a população e isso vai acabar no meu mandato.
Portal Transporta Brasil: Você acha que a inspeção veicular é uma ação benéfica para a cidade? Manterá esta exigência caso seja eleito?
Levy Fidelix: O atual prefeito está sendo processado, pela atual aplicação da inspeção, colocando sobre comando da CONTROLAR, para faturar R$ 400 milhões por ano. Ele baixou o valor um pouco, por que sentiu vergonha na cara e pelo processo no Ministério Público. É importante termos a inspeção sim, mas não de maneira que está sendo feito, que é entregar tudo para uma empresa e ganhar às custas do povo. No meu mandato, vou homologar centenas de postos de serviço para realizar a inspeção veicular de graça, descontando do IPVA, pois esse valor já está incluso na tarifa. Não faz sentido cobrar os cerca de R$ 50 se para a prefeitura custaria R$ 10 ou R$ 20. Será obrigatória, para controle da poluição, mas será gratuita e em pontos credenciados.  Os postos ficariam nos bairros e seria possível adequar dia e hora para o atendimento acabando com a ditadura de horários que a máfia que controla o sistema criou. Seria uma questão de conscientizar o motorista, por isso não faz sentido ser obrigado que um carro que acabou de sair da fábrica passe pela fiscalização.
Portal Transporta Brasil: Você é favorável ao pedágio urbano?
Levy Fidelix: Sou absolutamente contra, isso é restringir o direito de ir e vir do cidadão e está na Constituição Federal. Junto com a descentralização da cidade, não vou mais permitir que os ônibus cruzem o centro da cidade. Eu vou fazer um mini anel viário em volta da cidade de São Paulo, chamado de mini anel viário do centro, onde os ônibus dos bairros não atravessarão as principais avenidas da cidade. Eles chegariam até certo ponto e desembarcariam os passageiros, que fariam a baldeação gratuita para ônibus circulares.
Portal Transporta Brasil: Como enfrentar o grande número de mortes de motociclistas na cidade?
Levy Fidelix: Além do projeto de regulamentação da categoria, proposto pelo Governo Federal, vou implantar o adicional de insalubridade para os motociclistas, que é um pequeno custo que a prefeitura pode muito bem arcar. E um seguro de vida para esses trabalhadores de risco, que possa amparar as famílias em caso de morte ou invalidez.

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