Páginas

sábado, 22 de junho de 2013

Família mosqueteiro


Provavelmente, caro leitor, cara leitora, você já leu ou escutou falar do célebre romance de Alexandre Dumas intitulado Os Três Mosqueteiros.
Nele, o autor conta a estória de um jovem da Gasconha, D’Artagnan, que viaja a Paris com o intuito de ser um membro da guarda de elite do rei Luiz XIII. E ele acaba fazendo parte dela junto aos seus companheiros famosos: Athos, Porthus e Aramis. Amigos inseparáveis e que tinham como lema “Um por todos, todos por um”.
Este romance de”capa e espada” foi inicialmente publicado entre março e julho de 1844 no jornal “Le Siècle” e lançado como livro no mesmo ano e reeditado em 1846.
O lema dos mosqueteiros tem um poder de agregação muito profundo, pois revela a união de um grupo, de um conjunto, de um time, tendo a confiança como um dos seus elementos agregadores.
Curiosamente, este lema também é o lema tradicional da Suiça, conforme o texto abaixo retirado da internet:
A Suiça não tem um lema oficial definido na sua constituição ou documentos legislativos. A frase, nos idiomas alemão (Eine füralle, alle für einen), francês (um por tous, tous pour um), italiano (uno per tutti, tutti per uno) e romeno (In per tuts, tuts per in), teve seu uso popularizado no século XIX.
Após tempestades de otono causarem inundações pr todos os Alpes suíços no final de setembro e início de outubro de 1868, oficiais lançaram uma campanha de apoio sob este slogan, deliberadamente usando-o para evocar um sentimento do dever, solidariedade e unidade nacional no povo da jovem nação, visto que a Suiça tornara-se uma confederação apenas 20 anos antes
Anúncios em jornais circulavam por todo o país usando o lema para pedir doações.
A frase associava-se crescentemente com os mitos da fundação da Suiça, que frequentemente também tinham a solidariedade como tema central, a tal ponto queUnus pro omnibus, omnibus pro uno foi escrito na cúpula do palácio federal da Suiça em 1902. Políticos de todos os partidos e regiões o reconhecem como lema da Suiça.
Eu, particularmente, desconhecia este fato.
Mas o que me fez escrever este texto refere-se a um fato ocorrido em meu consultório quando recebi um diretor de uma grande empresa.
Ele estava com um grau de estresse altíssimo traduzido por dores intensas na articulação existente entre o maxilar superior e inferior, além de dois dentes posteriores com fraturas de suas coroas.
Ao questioná-lo sobre a provável causa de tanto estresse, ele confessou que, além de ter sido despedido, não queria que sua família soubesse deste fato.
Disse a ele que estava pensando de forma errada, que deveria conversar com todos, expor a situação de forma clara e transparente e que todos buscassem soluções para os dias tormentosos que viriam pela frente.
E eu ainda lhe disse mais:
- Você pode ter a certeza que, com sua experiência e sua vivência, não vai demorar muito para conseguir uma nova colocação.
E completei com o ditado:
- Não há mal que sempre dure e nem bem que nunca acabe.
O tempo passou e, algum tempo depois, entre seis e oito meses, ele me telefonou pedindo para conversar comigo.
Encontrei uma outra pessoa. Alegre, confiante, bem disposto, e que foi logo dizendo:
- Você tinha razão, Coloquei a situação de uma forma clara e transparente e pedi a todos que tomassem consciência do que estaria por vir. Todos entenderam e se propuseram a me ajudar. Em síntese, nos reinventamos para enfrentar os dias difíceis buscando novas alternativas e… bem, conseguimos, todos juntos, superar aqueles momentos amargos.
E eu lhe disse:
- Parabéns! Você tem uma família mosqueteiro.
Ele levantou as sobrancelhas, sem entender. E antes que ele falasse qualquer coisa, eu emendei:
- Um por todos, todos por um.
O simples fato de eu repetir o famoso lema fez com que viesse às lágrimas. Ele chorou e, naquele momento, seu choro era um misto de alegria e humildade. Alegria por ter superado momentos difíceis e humildade por ter reconhecido um erro de não ter se preparado física, emocional e financeiramente para enfrentar aquele período.
Estes fatos me vieram à mente pois encontrei um amigo em situação semelhante e que não tinha uma família mosqueteiro. Na crise de seus negócios, perdeu sua empresa e sua família, sendo que um de seus filhos nunca mais faloe com ele.
São os dois lados de uma mesma moeda.
As crises estão presentes na vida de todos nós onde teremos momentos difíceis para enfrentar como nos casos acima, ou em outras situações como doenças, filhos viciados em drogas, etc.
Nos dias de hoje, os valores familiares tem sido substituídos por outros, mais individualistas e egoístas, fazendo com que aquele lema esteja se perdendo no tempo.
Entretanto, ainda existem famílias-mosqueteiro onde, frente a situações difíceis, todos desembainham suas espadas e soltam o famoso grito de guerra de Athos, Porthus e Aramis:
Um por todos, todos por um.
Eu, particularmente me orgulho e agradeço sempre por ter uma família mosqueteiro. E espero que este lema também seja ensinado a meus netos para que, em caso de uma necessidade ou provação futura, eles também estejam preparados para “desembainhar suas espadas”.
Fava Consulting – Para viver com muito mais Qualidade

Nenhum comentário:

Postar um comentário