Tenho muita simpatia pela palavra gestão, no entanto, nos últimos tempos, sobretudo nas organizações, ela vem sendo utilizada de maneira indiscriminada e inapropriada.
Quando falo desse assunto é praticamente impossível não me lembrar da origem do termo gestão. Gosto de associá-la à gestação e, quando o faço, é inevitável pensar em filhos. Da mesma maneira que gestamos filhos, da concepção até que eles tenham dezoito ou mais anos de idade, cuja responsabilidade dos pais, portanto, gestor, é de entregar à sociedade um sujeito minimamente alinhado com as melhores práticas do bem viver: ético, responsável, de boa fé, grato, que tenha compaixão por outros da mesma espécie – e até de outras espécies – reto de caráter, honesto, verdadeiro, fiel, tolerante e justo (André Comte-Sponville autor de “O Pequeno Tratado das Grandes Virtudes”), assim também, em minha visão, os gestores nas organizações deveriam se comportar, pois guardadas as proporções, gestores têm esse papel, esse dever moral e organizacional, entre outros, de formar, desenvolver, orientar e transmitir legado às futuras gerações dentro das empresas, a exemplo do que se faz com filhos.
Sempre que falo ou escrevo a respeito desse tema me emociono, uma vez que sou gestor em duplicidade (pai e avô). Igualmente me emociono quando oriento pessoas que estão alçando posições de comando (coaching em liderança e gestão); vejo-as e sinto-as admiradas e, não obstante aterrorizadas com o tamanho do fardo que é ser gestor, quer de filhos, quer de colaboradores dentro de uma organização. O medo é real mesmo, as chances de errarmos são grandes e, em se tratando de filhos não há mapeamento decompetências, não dispomos de ferramentas como AD – Avaliação de Desempenho e de Potencial, entre tantas alternativas que temos no cenário corporativo. Com filhos temos de tentar, errar, reorganizar, perdoar, amar, recomeçar, ensinar tudo novamente, dia após dia, sempre acreditando que estamos contribuindo para um ser humano melhor. Por vezes nos decepcionamos com nossa própria criação, isso porque filhos também fazem escolhas autônomas.
Nas organizações a referência é outra. Temos a nosso favor todas as ferramentas acima citadas, o que contribui para certa impessoalidade, certa flexibilidade para cobrar, determinar prazos, criar mecanismos e indicadores de desempenho e resultados, pois as organizações não podem esperar como pais e mães o fazem, certo?!?
Mas, apesar desse distanciamento delineado acima entre gestão de filhos na família e de colaboradores nas organizações, é arquetípico que colaboradores esperem um grande pai ou uma grande mãe como gestores, independentemente do estilo gerencial, pois o importante é ter um – difícil e complicado é não ter nada, não ter sequer de quem reclamar ou mesmo elogiar, pois é isso que colaboradores o fazem quando se juntam, é isso que filhos o fazem quando estão juntos no intervalo da escola, na balada e etc.
A gestão nas organizações é falha. Entrando e saindo de muitas organizações nos últimos treze anos, como consultor, noto o despreparo dos gestores nesse que é um papel extremamente nobre: cuidar de pessoas, acomodá-las, fazê-las serem melhores, abrir seus olhos, conduzi-las, desenvolvê-las, formá-las. Tenho me deparado com gestores que não reúnem atributos para si mesmos; ora, o que dizer dos recursos e atributos necessários e imprescindíveis para a formação do outro? Por essa razão é que as organizações vivem de tentativas e erros nas relações humanas, esse é um gargalo perigoso que as obriga a perder muitos recursos (inclusive o financeiro) para destacarem num universo tão competitivo que o planeta se desenhou.
Autor: Edson Herrero – Consultor associado da Razão Humana Consultoria
Fonte: http://www.razaohumana.com.br/ e http://ogerente.com.br/rede/recursos-humanos/gestao-de-pessoas-colaboradores/?utm_source=Rede+O+Gerente&utm_campaign=61c271c457-Rede_O_Gerente_05_04_2013&utm_medium=email
Fonte: http://www.razaohumana.com.br/ e http://ogerente.com.br/rede/recursos-humanos/gestao-de-pessoas-colaboradores/?utm_source=Rede+O+Gerente&utm_campaign=61c271c457-Rede_O_Gerente_05_04_2013&utm_medium=email
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