Os brasileiros terão de trabalhar cinco meses neste ano, apenas, para cumprir suas obrigações tributárias com os fiscos federais, estaduais e municipais.
Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT, hoje os brasileiros trabalham quase o dobro do que trabalhavam na década de 1970, ou seja, 76 dias, apenas, para os fiscos.
Outra comparação mostra o aumento da tributação, que em 1991 eram de três meses e o avanço para quatro meses em 2000. Em pouco mais de duas décadas, os fiscos levaram mais de dois meses da renda dos brasileiros.
Para João Eloi Olenike, presidente do IBPT, apesar de o brasileiro “trabalhar” mais para o fisco a cada ano, “os valores recolhidos não retornam em serviços como segurança, rodovias sem pedágio, educação, saneamento básico, saúde e outros”.
Sueco trabalha mais
Os brasileiros estão entre os povos que mais trabalham para o fisco, perdendo só para os suecos com 185 dias. Os franceses, 149 dias, estão no mesmo nível. Já os espanhóis, 137 dias, os americanos, 102 dias, os argentinos, 101 dias, os chilenos, 97 dias, e os mexicanos, 95 dias, trabalham menos para seus fiscos.
Na média, 40,98%, a renda de cada trabalhador estará comprometida nesse ano com as três tributações. Em 2011, foram 40,82%; em 2010, 40,54%; em 2009, 40,15%.
Para a baixa renda, esse índice será de 39,07%; para a média renda, 43,44%; e para a alta renda, 41,53%. Esses índices mostram que a classe média é a mais punida quando se trata de pagar imposto.
Malsinada Tributação sobre o Faturamento e Consumo e a Ineficaz contra Prestação Estatal
A questão toda versa sobre o gasto público, além dos serviços essenciais, tais como saúde, educação e etc., ainda têm investimentos em infraestrutura e copa do mundo.
O brasileiro vem “pagando o pato”. Incidem impostos sobre produção, industrialização e consumo final. Sejam para o ICMS, contribuições sociais sobre faturamento, o que importa é nossa contra prestação estatal. Enquanto na Suecia temos a maior carga tributária do mundo acompanhada gratuitamente de eficientes modelos de gestão pública, tais como escolas públicas, universidades, moradias, sistemas de saúde avançado, boas estradas e aposentadorias.
No Brasil temos que pagar, além dos impostos, concessão de estradas, plano de saúde, aposentadoria privada – esta então é uma incógnita – e escola particulares.
Enfim, a lucratividade pela arrecadação nesse país deveria ser a maior do mundo com grandes investimentos em saúde e educação. Todo país em desenvolvimento deve propor as suas crianças, educação como um processo de avanço e continuidade. Ao contrário do que ocorre com os professores, que são desvalorizados, falta material! Caos na saúde…
Como podemos administrar melhor nossa arrecadação? O problema não é pagar, mas saber onde pagamos e por que não temos retorno nisto… Ao contrário, se tivéssemos? Ah, seriamos a nação mais potente do mundo, pois o brasileiro sabe lutar. Enquanto isto, vamos remando…
Autor: Wander Brugnara – Advogado, Tributarista, Mestre em Direito Tributário e Economista. Presidente do Instituto de Defesa Econômica e do Contribuinte.
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