Seu estilo de gestão de TI precisa evoluir na medida em que a companhia cresce e sai de um patamar de startup e passa a viver como uma grande corporação. O CEO da InfusionSoft, Clate Mask, tem convivido com essa realidade. Sua empresa de vendas de software, sediada no Arizona (EUA), chegou a 250 funcionários, sendo 60 deles profissionais de TI, incluindo desenvolvedores Java, designers e da área de qualidade.
Para lidar com essa realidade de mudanças, Mask tem alguns conselhos para manter a equipe de TI motivada – e nem tudo envolve aumento salarial. Veja a seguir como os departamentos de TI se diferem em tamanho e os desafios da liderança diante do crescimento.
1 – Cozinhe na cozinha
Esqueça os encontros externos. Integrantes de pequenas equipes de TI não têm tempo ou inclinação para aquele brainstorm que duram horas. Diferente disso, cada funcionário é considerado um tomador de decisão e muitas dessas decisões são tomadas em movimento. “Em grupos pequenos, não há política ou decisão arbitrária que você costuma encontrar em grandes corporações”, comenta Mask. “Isso é extremamente ágil e você está lidando com pessoas que querem produzir constantemente. Eles não querem ficar sentados por muito tempo e pensando em diversas estratégias.”
Isso tudo muda, entretanto, quando o departamento de TI de sua empresa cresce. “Atualmente, a InflusionSoft tem 250 funcionários e temos quatro ou cinco no grupo que são os principais tomadores de decisão”, calcula o executivo. “O restante está espalhado nas equipes, escrevendo códigos ou conduzindo pesquisas. O porcentual de trabalhadores que tomam decisões naturalmente é reduzido quando a companhia expande seus negócios.”
Tendo mais cozinheiros na cozinha também pede mudança no estilo de liderança, ensina Mask. Embora seja importante solicitar feedback dos profissionais de TI, ele diz que dentro de grandes empresas é um “gerente, diretor ou vice-presidente que precisa tomar todas as decisões”.
2 – Atenção ao envolvimento
Muitos profissionais dão grande valor quando têm voz no desenvolvimento de um produto. “Quando você é muito pequeno, todos estão altamente envolvidos na entrega e nos produtos”, lembra Mask. “Mas na medida em que você cresce, você contrata pessoas especializadas em desenvolvimento de produtos e os demais se tornam menos envolvidos nesse processo de criação.”
Como a grande perda de influência pode causa impacto moral em engenheiros e desenvolvedores, Mask acredita que os líderes de TI precisam “fazer coisas para assegurar que os empregados sintam que seus produtos sejam de alto valor, ainda que eles não estejam em contato com o cliente. De outra forma, na medida em que sua empresa avança você não conseguirá inspirar engenheiros e muitos deles partirão para pequenos grupos ou startups.”
3 – Considere compensações
A verdade é que grandes companhias têm caixa suficiente para compensar seus engenheiros e desenvolvedores por um trabalho bem feito. Mas Mask lembra que há um ponto comportilhado por profissionais de TI em startups e grandes empresas: o desejo de reconhecimento pelos seus esforços.
“Mais importante que a habilidade de ganhar mais dinheiro é ter sua voz ouvida”, acredita Mask. “Como líder, acredito que tenho que investir tempo para escutar as pessoas e incorporar essas sugestões no processo de tomada de decisão. Esse tipo de reconhecimento é mais valioso para um engenheiro que fazer US$ 8 mil a mais por ano e ajuda a manter a moral em alta entre os profissionais de TI.”
4 – Para cima
Um profissional de TI infeliz dentro de uma startup tem pouca escolha além de buscar outro trabalho. Numa grande empresa, entretanto, um líder de TI está livre para “fazer novas propostas para as empresas já que a companhia está em crescimento”. Infelizmente, é mais fácil dizer que fazer. “A chave é ter certeza de que você não está apenas mudando a pessoa de lugar porque ela não desempenha bem o trabalho na função atual”, alerta Mask. Em vez disso, afirma o executivo, os profissionais de TI que devem ser levados para uma nova posição são aqueles que desempenharam a função anterior com excelência.
5 – Atente-se as habilidades
As startups são famosas por empregar pessoas que desempenham bem diversas funções – como um profissional de TI que pode monitorar redes, instalar pacotes de segurança e desenvolver aplicativos ao mesmo tempo. Mas as habilidades requeridas mudam quando a companhia amplia sua força de trabalho. “Com a companhia crescendo, a especialização vem como regra e isso pode gerar alguns desconfortos”, alerta Mask. “É difícil para um profissional de TI deixar esse campo generalista e permitir que um especialista chegue e tome conta.”
Isso é mais um motivo para o líder de TI transferir o conhecimento apropriado e treinar de forma que não diminua as contribuições do generalista para companhia.
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