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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Por que Engenharia Logística? (Parte II)


O primeiro artigo dessa “saga” tratou de provocar discussões sobre a necessidade de um profissional mais eclético na área de Logística que seria formado por um curso de ENGENHARIA LOGÍSTICA. Buscou-se contextualizar as necessidades e carência do Brasil nessa área e mostrar a aderência do mercado com o perfil desse profissional. Agora, a discussão volta-se para as características do curso de ENGENHARIA LOGÍSTICA, pois, alguns profissionais das áreas de Administração e Engenharia argumentam que existem disciplinas obrigatórias de um currículo de Engenharia que não teriam sinergia ou ligação direta com a atividade Logística. O objetivo desse artigo é mostrar que todas as disciplinas do currículo mínimo obrigatório de um curso de ENGENHARIA são completamente aderentes e aplicáveis a área de LOGÍSTICA.
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos cursos de graduação em engenharia estabelecem, em linhas gerais, o mínimo necessário para que um curso de graduação funcione com a autorização do Ministério da Educação (MEC) dentro de um tipo de padrão de qualidade. Esses padrões contêm as disciplinas obrigatórias que versam sobre os “Conteúdos Básicos”, seriam eles: Comunicação e Expressão; Informática; Expressão Gráfica; Matemática; Física; Fenômenos de Transporte; Mecânica dos Sólidos; Eletricidade Aplicada; Química; Ciência e Tecnologia dos Materiais; Administração; Economia; Ciências do Ambiente; Humanidades; Ciências Sociais e Cidadania.
O conjunto de conhecimentos que aborda expertises em Comunicação, Expressão Gráfica, Matemática, Física e Química tratam-se de ciência básica e servem de lastro e ferramental para se trabalhar outros conhecimentos mais específicos ao núcleo duro do curso. Partindo-se para a Informática, torna-se desnecessário ratificar a sua aplicabilidade em todas as áreas de conhecimento, principalmente na Engenharia, onde a dinâmica de atualização de ferramentas computacionais é ímpar. Mais especificamente na área de Logística esse conjunto de conhecimentos seria de extrema importância nas competências relacionadas aos sistemas de gestão, simulação computacional, rastreabilidade, roteirização entre outros.
Partindo-se agora para as disciplinas que embora façam parte do grupo de “Conteúdos Básicos”, são mais afins com a área de Engenharia, pode-se perceber claramente a aderência das mesmas com a Logística. Inicialmente abordaremos as competências estudadas na disciplina de Fenômenos dos Transportes. Pode-se questionar que assuntos relacionados a fluídos e escoamentos não teriam relação com a área de Logística. Ledo engano! Vale ressaltar que um importante modal de transporte – dutoviário – trabalha exatamente com escoamento de fluídos. Assim sendo o profissional de logística, ou melhor, o ENGENHEIRO LOGÍSTICO necessitaria desse conjunto de conhecimentos para atuar bem em sua profissão.
Outro bom exemplo são as competências relacionadas à Ciência e Tecnologia dos Materiais, pois o profissional de Logística atua fortemente com ações e equipamentos de movimentação e armazenagem de materiais, além da preservação de estoques, e essas atividades demandam um conhecimento mínimo de Tecnologia dos Materiais - do que é, como é feito, como foi produzido, quais as características físico-químicas e mecânicas - uma vez que todas as operações de movimentação e armazenagem serão planejadas em consonância com esses atributos.
Assuntos inerentes a disciplinas de Ciências do Ambiente vão de encontro aos conceitos modernos de Logística Verde e Gestão de Cadeias de Suprimentos Sustentáveis, tornando seu estudo imprescindível para o profissional de Logística.
As competências inerentes ao conjunto de disciplinas da área de humanas – Ciências Sócias, Humanidades e Cidadania – são bastante transversais e a sua importância para a Engenharia Logística também é lugar comum, uma vez que as relações interpessoais estão se tornando cada vez mais importantes nos ambientes de trabalho, suplantando, em alguns casos, o conhecimento técnico.
Percebe-se assim que foi uma tarefa relativamente fácil relacionar o conjunto de conhecimentos necessários de um profissional de logística com o conjunto de “Conteúdos Obrigatórios” de um curso de ENGENHARIA. Dessa maneira volta-se a viabilidade da concepção de cursos de ENGENHARIA LOGÍSTICA, principalmente em um cenário sócio-econômico onde estão previstos mega-eventos com conseqüências permanentes, onde a importância central é a LOGÍSTICA, como: Jogos Olímpicos, Copa do Mundo, Exploração do Pré-Sal, Super Porto do Açu, sem falar em todas as obras de infra-estrutura previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Enfim, há muito que a LOGÍSTICA deixou de ser coadjuvante na economia mundial, existem cursos de ENGENHARIA LOGÍSTICA na maioria dos países considerados desenvolvidos, vários deles possuem até Ministério da Logística e, infelizmente, mais uma vez o Brasil está apático as rápidas transformações mundiais.

Ler mais: http://www.sitedalogistica.com.br/news/por-que-engenharia-logistica-parte-ii-1/

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